quinta-feira, 16 de julho de 2015


MAIS UMA VITÓRIA DE OBAMA

JUACY DA SILVA

Em pleno período pré-eleitoral que  em 2016  deverá eleger o novo presidente dos EUA, Barack Obama  acaba de colher mais uma vitória no plano internacional,  através do acordo que congeala o programa nuclear iraniano para fins bélicos, pelo menos por duas ou  tres décadas, que obriga o Iran a renunciar suas pretensões de se transformar em uma potência  nuclear, como o Brasil  já teve há muitos anos.

Há poucos meses Obana consegiu fazer  uma grande abertura que dentro em breve irá colocar fim ao mais longo embargo politico, econômico  e diplomático que um país já  sofreu em toda a história recente, trata-se da suspensão das sansões contra Cuba, a retirada da Ilha da lista dos países que promovem ou patrocinam o terrorismo e a possibilidade para muito em breve a reabertura das embaixadas americana e cubana, nos dois países,  retabelecendo novamente as relaçoes diplomáticas  entre os dois países, suspensas desde os anos sessenta quando a   ex-União Soviética instalou armas nucleares na Ilha dos irmãos Castro. Na época por pouco não eclodia uma Guerra entre os EUA  e a União Soviética, líder máxima do comunismo mundial.

Nesta  semana, enquanto os franceses comemoravam  mais um 14 de julho, relembrando a queda da  bastilha, o fato mais significativo da história política da Franca, em Viena, na Áustria os altos representantes dos EUA, da Franca, da Alemanha, da Inglaterra, da China, da Rússsia, da União Européia e da República Islâmica do Iran, assinaram um acordo também  histórico, que coloca um fim `as pretenções iranianas de atingir a capacidade de produção de armas nucleares.

Desde  a queda do regime do Shah Reza Pahlave, aliado dos EUA   e a chegada ao poder dos aiatolás, iniciando com Khomeini em maio de 1979, quando um referendum aboliu a monarquia no país e aprovou a criação da República Islâmica do Iran, que os conflitos entre o Iran e os EUA e vários países europeus foram acirrados,chegando ao ponto do Governo Bush  declarar o Iran como um dos tres eixos do mal, ao lado do  Iraque e da Coréia do Norte.  Em alguns momentos o Iran foi considerado um regime satânico pelos EUA.

Ao longo das últimas décadas o clima politico entre os dois países foi de conflito e grande hostilidade. O radicalismo do regime dos aiatolás facilitou a aprovação de várias sansões por parte do Conselho de Segurança da ONU, incluindo o embargo econômico que contribuiu para o  isolamento e agravamento dos problemas econômicos, sociais e políticos internos `daquele país.

A razão maior para  esse embargo foi o desenvolvimento de um ousado  programa nuclear, secreto que, mesmo o Iran afirmando ser para fins pacíficos, tanto o Conselho de Segurança da ONU, quanto a Agência Internacional de Energia atômica e os serviços de inteligência de vários países tinham  a certeza de que era  para fins militares.

Todos sabemos que o Oriente  Médio  e norte da África vivem um clima de Guerra e conflitos sangrentos por quase um século, onde milhões de pessoas, principalmente civis inocentes, já perderam a vida. O surgimento de mais uma potência nuclear na região, com certeza, iria contribuir para uma maior instabilidade  e acirramento dos conflitos.

O Acordo firmado há poucos dias foi uma grande vitória para a Adminnistração OBAMA  e  trará inúmeras mudanças na correlação de forças naquela conturbada região, onde, além do conflito étnico, religioso e politico entre países de maioria absoluta de mulçumanos e o  mundo ocidental, também apresenta comflitos históricos entre dois grandes “ramos” do islamismo: os sunitas, antigamente representado pelo regime ditatorial de Sadan Hussein e atualmente pela Arábia Saudita e os shiitas, representados pelo regime dos aiatolás no Iran e também na Síria e outros países.

Com  a volta do Iran ao plano internacional e o fim dos embargos econômico, tecnológico e politico, uma  nova configuração geopolítica está surgindo na região, já bastante conflagrada, inclusive com o avanço e consolidação do Estado Islamico, com seu novo regime de terror.

Com  certeza, inúmeros grupos  ideológicos, religiosos e países  terão  que reavaliar  este acordo e se posicionarem em função de seus interesses e novas estratégias  deverão ser elaboradas ao longo dos próximos anos. Tanto o restabelecimento das relações diplomáticas entre EUA  e Cuba, quanto o retorno do Iran ao cenário econômico , tecnológico  e politico mundial  irão fazer parte da nova agenda eleitoral dos EUA a partir de agora e pelos próximos anos.

Este  tema merece ser aprofundado pelos estudiosos das questões internacionais e pelos diversos governantes, afinal o Iran é um grande ator no cenário mundial e o que ali acontece afeta inúmeros países, inclusive o Brasil.

JUACY DA SILVA, professor  universitário, fundador,  titular e aposentado UFMT, Mestre em Sociologia, Articulista de A Gazeta.  Email  professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

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