sexta-feira, 18 de dezembro de 2015


MAIS COMPLICAÇÕES PARA DILMA

JUACY DA SILVA

Parece que o chamado “inferno astral” de Dilma  a cada dia mais  se complica, deixando poucos espaços para manobas  em todas as direções, tornando-a isolada, acuada e dificultando o seu   processo de decisão.

No campo politico a prisão do ,ainda senador, Delcídio Amaral, do PT/MS, seu líder no Senado foi uma surpresa que nem ela  e muito menos pessoas de seu círculo íntimo sabiam. Com  o passar do tempo pode acontecer de o mesmo acabar fazendo  delação premiada e abrindo o bico. Nesta caso pode complicar em muito a situação  de Lula e de Dilma, em relação  as negociatas quando da compra da refinaria Passadena, nos EUA,  ocorrida quando Lula era Presidente e Dilma a ponderosa ministra-chefe da Casa  Civil, em substituição a José Dirceu, o outrora quase primeiro ministro e que acabara de ser denunciado publicamente como o chefe do Mensalão.

A prisão  de diversos empreiteiros, do doleiro Yousef e mais recentemente do mega fazendeiro de MS Bumlai, amigo de Lula e pessoa ainda muito influente no submundo do Governo também está ajudando a tirar o sono de Dilma. O tal amigo de Lula foi preso recentemente e resolveu também  abrir o bico e revelar que fez o papel de laranja para um empréstimo junto ao  Banco Schain, de 12 milhões de reais e que teria repassado este dinheiro ao PT, que  o utilizou para camapnhas políticas.

Outra  investigação que também  está em curso no TSE sobre o uso de dinheiro oriundo da corrupção na Petrobrás e que teria irrigado as campanhas eleitorais de Lula e de Dilma ainda continua como uma espada sobre o pescoço da Presidente , mas  que pode cassar  o registro da chapa Dilma/Temer e como consequência  anular a diplomação  de ambos, a perda do mandato da Presidente e seu vice, abrindo caminho para novas eleições presidenciais.

Ai  surge o que podemos chamar de mega ou hiper preocupação que é o processo de impeachment que  estava dormindo nas gavetas de Eduardo Cunha, por meses, mas que, por inabilidade política do  PT acabou escapando ao controle politico do governo e o Presidente da Câmara em  retaliação  ao que chama “uma perseguição “ do Palácio do Planalto ,em colaboração  com o Ministério Público,  estaria colocando em risco não apenas seu cargo de Presidente como também  seu mandato de deputado.

Esta queda de braço tendo de um lado Dilma e o PT e de outro Eduardo Cunha e parcela considerável do PMDB,  incluindo o Vice Presidente Michel  Temer, que também  é Presidente do PMDB,  acabou também ajudando a vitória da chapa  alternativa na eleição que escolheu a comissão  especial   que vai iniciar  a análise do processo de impeachment.

Coube ao PCdoB e outros partidos menores, considerados como sub-legendas do PT,  arguirem vários aspectos do processo e dos ritos do impeachment junto ao STF, que paralizou a  instalação  da citada comissão na Câmara Federal até que o STF  julgue em definitivo a ação do referido partido. Na sessão desta úlima quarta feira o Ministro Fachin,  relator do processo, não  acatou a maior parte dos pleitos e o tema ainda aguarda pelo julgamento do pleno do STF, que, tudo leva, a crer será  desfavorável a Dilma.

Para barrar o processo do impeachment na Câmara são  necessários 177 votos de deputados fiéis  a Dilma. Caso o desfecho do assunto fique para depois de março, quando a crise econômica e social poderá  estar muito pior do que hoje e se o PMDB  romper com o Governo, vai ser muito difícil conseguir esses votos.

Nesta quarta feira também mais uma agência de classificação de risco desqualificou o Brasil e isto coloca nosso país no rol dos países caloteiros e um lugar não seguro para investimentos estraneiros, causando  inicialmente uma fuga de mais de 20 bilhões de dólares, agravando ainda mais a economia e as contas públicas que já  vão iniciar o ano de 2016  com um deficit de mais de 120 bilhões de reais.

Existe  também  um desgaste enorme do ministro da fazenda, Joaquim Levy, que desde o início de sua chegada ao governo tem sido hostilizado por Lula e o PT, desgastando-o públicamente, como acaba de acontecer com o estabelecimento das metas fiscais, principalmente o superavit primário, para pagar  um pouquinho ou quase nada da enorme e crescente dívida pública, que em janeiro deverá  estar por volta de 2,42  trilhões de reais, quando o PIB terá  encolhido em 3,5% e  a arrecadação federal  sendo reduzida em torno de 8%, um quadro complicado para a ser administrado,  agravado pelo apoio otensivo da ponderosa FIESP  ao proceso de impeachment.

Caso alguns ministros como o da Fazenda, o do turismo e o da Ciência e Tecnologia,  esses dois ultimos  do PMDB e que tiveram suas casas vasculhadas pela Polícia Federal  em busca de provas contra os mesmos em processos de investigação  de corrupção, sejam  forçados  a deixarem  o Goveno Dilma,  com certeza  este  fato pode ajudar a aprofundar a crise;no caso do Ministro da Fazenda, a crise economica  e no caso dos dois  últimoas a crise política.

Por ultimo vem as vozes da maioria silenciosa, através das pesquisas de opiniao pública como a última do início desta  semana em que a avaliação  do Governo e da Presidente  bateu mais um record, a  pior desde o fim do Governo Militar, pior até mesmo de Collor no auge de seu impeachment/renúncia.

O Brasil precisa desatar  este nó em que está colocado pela mediocridade do Governo Dilma.

JUACY DA SILVA,  professor universitário, professor fundador, titular e aposentado UFMT, mestre  em sociologia, articulista de A Gazeta há mais de 22 anos.  Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

 

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