DILMA DESPENCA
JUACY DA SILVA
Apesar da polêmica em
torno das vaias e xingamento que a
Presidente Dilma recebeu durante sua presença no jogo de abertura da Copa do
Mundo há poucos dias, o fato concreto é
que a população brasileira anda altamente decepcionada e revoltada com seu governo.
Dentre as principais
razões para esta decepção, que as vezes chega `as raias da indignação popular, como as
ocorridas durante as grandes manifestações de massa em meados de 2013, podemos
destacar as constantes denúncias de corrupção envolvendo membros do aslto
escalão de seu partido (PT), de seu governo (vários ministros foram defenestrados
deviddo a meia faxina que ela mesma
realizou) e também os escândalos
que ocorreram durante o Governo Lula e que ainda estão nas manchetes dos meios
de comunicação.
Além da corrupção,
outro fator que esta mexendo com o
imaginário coletivo é o baixo desempenho da economia durante os quatro anos do
Governo Dilma, o terceiro pior em toda a
história republicana, em mais de 120 anos, incluindo os baixos índices de
crescimento doPIB, uma inflação alta para os padrões mundiais atuais, um
certo desequilíbrio das contas públicas,
incluindo deficit público, aumento da dívida pública, aumento dos gastos do
governo, devido ao inchaço da máquina federal e do aparelhamento do Estado
brasileiro, por parte do PT e de seus aliados.
Um terceiro fator é a
baixa qualidade dos serviços públicos, incluindo também o caos na saúde
pública, a escalada da violência, educação de baixa qualidade, precariedade na
infra-estrutura nacional, a começar pela logística e uma burocracia paquiderme
que impõe um elevado custo a economia
brasileira, reduzindo dramaticamente sua competiitividade quando comparada com
outro países desenvolvidos ou emergentes, uma
carga tributária enorme e juros elvados, um dos maiores do mundo.
Tudo isto tem provocado
um desejo de mudança tanto de governo
quanto do modelo de desenvolvimento nacional, atingindo 75% da população conforme
diversas pesquisas de opinião pública recentes, onde também os índices de
rejeição ao nome de Dilma já atingem 35%, ou seja, mais de um terço dos
eleitores ouvidos pelas pesquisas dizem que não votarão em Dilma de forma
alguma. Este índice há pouco mais de um
ano era de apenas 15%.
Tres pesquisas recentes, deste mês de junho de 2014, do Data
Folha, do IBOPE e do Sensuas, apesar de apresentarem numeros um pouco
diferentes, indicam uma mesma tendência:
uma queda acentuada e continua das preferências por Dilma e um aumento das
preferências por outros candidatos, incluindo os dois maiores concorrentes,
Aécio Neves e Eduardo Campos.
Há três meses
esses institutos de pesquisas traziam
dados em que Dilma tinha mais votos do que a soma de todos os pré-candidatos
que estão pleiteando apeá-la do Palácio do Planalto, uma diferença de quase
oito pontos a seu favor. Atualmente a
soma dos votos dos possíveis adversários de Dilma no primeiro turno, já
ultrapassa a 4% dos que ainda preferem a
atual presidente.
Pesquisa mais recente do IBOPE indica que por hora Dilma parou de cair, todavia a
soma das intenções de votos nos demais candidatos ainda estão 2% a mais do que na Presidente. Todavia, a
avaliação do Governo e os índices de rejeição da Presidente continuam altos.
Apenas 31% aprovam o governo e 33% desaprovam. O setor com maior desaprovação é
a saúde.Para 78% dos entrevistados o caos na saúde é o maior problema da
população e a culpa e do Governo Dilma.
As conclusões de vários
analistas políticos pelo Brasil afora, demonstram que as eleições para Presidente da República devem
ser decididas em segundo turno. Além disso, dependendo das sondagens de opinião
pública nos próximos dois meses, se forem mantidas as atuais tendências de
queda livre de Dilma, mesmo no segundo turno a atual presidente corre o risco
de ser derrotada e encerrar o ciclo de hegemonia de 12 anos do PT no plano
federal.
Alguns indícios já
indicam esta tendência, a começar pela
debandada de alguns de seus aliados, como 41% dos integrantes do PMDB, que por
pouco não abandonaram a coligação com o PT,e várias facções estaduais de outros
partidos que ainda estão no governo, como PP, PR,PTB, PDT, PV, PSC e outros
mais que já se articulam com outras
candidaturas.
Se as eleições fossem hoje Dilma e o PT seriam derrotados de
forma quase humilhante em SP, na Bahia, em Minas Gerais e corre o risco também
de perder em outros Estados do Nordeste, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do
Sul. Enfim, as vantgens obtidas pela Presidente em 2010 em vários Estados
poderiam desaparecer, fruto, principalmente do racha dos partidos que
integram a base aliada,como em SP , onde a briga entre
PT e PMDB está se acirrando.
O movimento volta Lula
que ensaiava impedir Dilma de ser candidata, parece que abortou e tudo leva a
crer que o seu inferno astral está
apenas começando e será bom a mesma acostumar-se com mais vaias a menos que
deixe de frequenter locais públicos, o que é muito difícil durante o período
eleitoral.Ninguém gosta de ficar com candidato que esta caindo ladeira abaixo!
JUACY DA SILVA,
professor universitário, titular e
aposentado UFMT, mestre em sociologia,
articulista de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br
Blog www.professorjuacy.blogspot.com
Twitter@profjuacy
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