O FUZUÊ POLÍTICO E
ELEITORAL
JUACY DA SILVA
Estamos nos aproximando
das eleições de outubro de 2014. Na, última
segunda feira, 30 de junho, foi o prazo final para que os partidos e
coligações realizassem suas convenções para a esolha dos candidatos a Presidente
da República, Senadores, Governadores , deputados federais e estaduais.
A organização política
no Brasil é marcada pela falta de coerência, acordos muitas vezes pouco transparentes, muito
oportunismo e um emaranhado de partidos sem princípios claros e bases
ideológicas e filosóficas que constam apenas de seus estatutos e jamais
representam um rumo em termos de construção de um projeto nacional de
desenvolvimento.
Faz parte do senso
comum a idéia de que existem quatro ou cinco grandes partidos, alguns de
tamanho e representatividade média e quase duas dezenas dos chamados partidos
nanicos ou legendas de aluguel. Durante
os acordos para a formação das coligações, dos blocos e frentes é comum entrar como moeda de troca o famoso caixa dois, que
até o um ex-presidente reconhecia e achava normal, apesar desta prática ser
considerada um crime eleitoral e também
o tempo de propaganda eleitoral obrigatória que os partidos tem direito a ser
veiculada na TV, radio e outros meios de comunicação.
Na esfera legislativa,
em todos os níveis, desde as
câmaras municipais, passando pelas
assembléias legislativas até chegar ao Congresso Nacional, mesmo que os
detentores do cargo executivo de prefeito, governador e presidente da república
não contem com maioria de base
parlamentar formada durante as eleições, isto não é problema, com alguma
maestria e outras vantagens que a população sabe que existe mas que nem sempre
é possível comprovar, o poder executivo acaba formando maioria, mantida `as
custas de favores, barganhas, loteamento
de cargos, favorecimento em licitações
ou até mesmo o pagamento de propina com
dinheiro surrupiado dos cofres públicos.Vide mensalão e outros escândalos
recentes!
Quando das
investitações de práticas de corrupção, é comum a Polícia Federal ou o
Ministério Público Federal ou estadual acabar gravando ou filmando tais
negociatas, o que não deixa de ser uma vergonha para a política brasileira.
Tendo a impunidade, a existência de privilégios , incluindo foro especial e a
morosidade da nossa justiça, a corrupção está presente no cenário politico
brasileiro desde o lançamento das
candidaturas, a realização das
eleições com a compra de votos e o uso vergonhoso da máquina pública a
favor dos candidatos a reeleição quando no executivo ou de parlamentares que
fazem parte da base do governo, em todas
as instâncias.
Outra excrescência ou
incongruência da vida política brasileira são as alianças partidárias. Em todas
as instâncias da vida nacional, municípios, estados e união, o poder legislativo
tem dois grandes blocos, de um lado os
partidos que apoiam o governo e agem de forma totalmente subserviente aos
ditames do detentor do poder executivo formam o bloco majoritário e de outro,
os partidos que não se alinham com o governo formam o bloco de oposição.
Geralmente a formação
desses blocos transcendem os posicionamentos doutrinários e ideológicos como no
caso atual, em que a presidente da
República e alguns governadores são filiados
ao PT e fazem alianças com partidos considerados de direita como PP, PR, PSD, trabalhistas
e grupos de interesse diversos como
usineiros, latifundiários, muitos políticos acusados de corrupção, além
do PMDB que ao longo dos últimos 25 ou
quase trinta anos está sempre no
governo, pouco importando quem
seja o governante de plantão, de Sarney, passando por Collor/Itamar, FHC, Lula
e atualmente com Dilma.
Para aumentar este
fuzuê os palaques estaduais representam uma verdadeira salada ou mixórida, onde
o que conta mesmo são os interesses
imediatos de alguns candidatos, caciques e donos de partidos, jamais o
interesse da população, dos estados ou do país.
Para finalizar ainda existe o problema de
candidatos sobre quem pesam acusações e investigações por prática de corrupção,
gestão temerária e outros delitos mais,
dificultando ao eleitor uma
escolha verdadeira, pois entre tantas mazelas o voto consciente, no sentido de
evitar o voto em politico ficha suja é um dos maiores desafios da democracia
brasileiro ou a chamada democracia de fachada como eu a denomino! Isto é
triste, mas e a realidade!
JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposetado UFMT, meste em sociologia..
Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
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