ESTUPRO, CRIME
HEDIONDO
JUACY DA SILVA
Entre 2003, quando o PT
chegou ao Poder com Lula e 2014, fim do
primeiro mandato de Dilma, foram
registrados 1.280.000 (hum milhão, duzentos e oitenta
mil) estupros, onde mais de
90% das
vítimas são mulheres e entre as mulheres mais de 50% são meninas com menos de 13 ou 14 anos
de idade,como aconteceu na última
segunda feira de carnaval, quando uma menina de apenas 13 anos, com corpo de criança, moradora de um bairro pobre e
Osasco, foi vítima de oito tarados, sendo
quatro maiores de 18 anos e quatro “de
menor”, como se diz no jargão policial. Esta, com certeza, não é e nem será a primeira vítima desses
bandidos.
Há praticamente um ano, em março de 2014, uma jornalista lançou uma campanha como forma de
demonstrar sua indignação, que logo a seguir
passou a ser indiganação de milhares de mulheres e homens, ante o absurdo constatado por uma
pesquisa/estudo do IPEA sobre este tema. A jornalista fez “top less” em
frente ao Congresso Nacional, onde em seus seios estava
escrito “eu não mereço ser
estuprada”. Até a presidente Dilma,
demonstrou sua indignação contra este
tipo de violência contra a
mulher.
Todavia, todos os
poderes constituidos, Legilslativo, Executivo e Judiciário, tem uma visão
extremamente branda em relação a
este e outros tipos de crime, mesmo que o “novo” código penal brasileiro
considere estupro um crime hediondo.
Além disso, houve um ceerto avanço em
termos de que o antigo código penal considerava
estupro um crime apenas contra a
mulher e atualmente abrange ambos os
sexos, se bem que, conforme mencionado as mulheres,
principalmente as meninas são as maiores vítimas.
Além da violência física em si, as sequelas de um
estupro acabam dilacerando as vitimas para o resto da vida, incluindo
aspectos psicológicos e também muitas das vítimas acabam contraindo doenças sexuais graves como HIV/AIDS e outras doenças sexuais transmissíveis.
Nada disso tem sensibilizado nossas autoridades, talvez
porque a maioria das vítimas
também são das camadas populares e,
raramente, alguma vítima
seja parente de autoridades de um dos poderes da República , para quem esta realidade está muito distante das elites
do poder.
As penas
para o crime de estupro, de
acordo com o artigo 213 da Lei
12.015/2009,varia de 6 a 10 anos, que
acaba sendo reduzida para um sexto (um ano a um
ano e sete meses), desde que o tarado
tenha bom comportamento na prisão ou as vezes acabe se convertendo a alguma religião. Se o
crime for contra criança menor de 14 anos, que na verdade chega a 50% dos casos, a pena pode ser aumentada para 8
a 12
anos, se houver lesão corporal e
de 12 a 30 anos se houver morte.
A legislação
brasileira é extremamente branca com os
bandidos, pois um criminoso , pode estuprar uma ou várias vitimas ou assassinar uma mulher
ou várias mulheres , no final,
juntando todas as penas, a imprensa
costuma dizer que o criminoso foi ou será condenado a 100 ou duzentos
ou mais anos. Ledo engano, a Lei
estabelece que nenhuma pena pode ultrapassar mais de 30anos, e ai o bandido
tem a certeza que o crime compensa e
poderá continuar com sua vida de
criminoso, estuprando e assassinando
vítimas inocentes, inclusive crianças e
adolescentes. A impunidade e a
morosidade da justiça é um lenitivo para
os bandidos e um tapa na cara das
vítimas e seus familiares.
Em vários países
a pena é definida para cada crime
cometido e ai, sim, o criminoso poderá
passar o resto da vida na prisão. Alguns
países tem pena de morte, tanto
para traficantes quanto assassinos e estupradores, outros tem prisão perpétua e outros ainda tem como
pena para estupradores a castração física ou quimica.
Nesses países, bandido não goza de regalias
nem fora e muito menos dentro das prisões.
Os estupros
tem aumentado tanto em número quanto em taxas relativas
a 100 mil habitantes ou nos últimos doze anos, de 14
mil em 2003 atingindo 51 mil em
2014. Na
verdade, conforme dados do Forum de Segurança Pública, do IPEA
e diversos outros estudos indicam que,
apenas 30% dos estupros cometidos são
registrados, seja por
constrangimento das vítimas seja por
falta de estutura policial e de defesa das vítimas por parte dos poderes públicos.
Por exemplo, menos de 10% dos municípios possuem casas de retaguarda ou delegacias
daMulher.
Talvez o dinheiro público que esteja sendo roubado das Estatais como a
Petrobrás e de outros setores públicos bem que poderia ser usando
para um combate mais efetivo contra a violência e principalmente a
violência contra a mulher,
inclusive os estupros.
Fazer discurso contra
a violência em geral e a
violencia contra a mulher em particular e não agir de fato, não ajuda em nada a mudar esta mancha vergonhosa que ainda existe em nosso país!
JUACY DA SILVA,
professor universitário,
fundador, titular e aposentado UFMT, mestre
em sociologia.Articulista de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
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