quarta-feira, 17 de junho de 2015


EDUCAÇAO: A VERGONHA CONTINUA

JUACY  DA SILVA

Professores  e servidores  da educação pública do Paraná, São Paulo e Goiás, apenas para mencionar alguns estados, durante várias semanas ou meses estiveram ou continuam  em  greve. Em Mato Grosso  também os docentes  estão em estado de greve. Da mesma  forma professores de todas as universidades federais iniciaram há poucos dias  uma greve nacional por prazo identerminado.

Em todos esses  estados  as reivindicações  são, praticamente as mesmas, sucateamento da  educação,  baixos salários,  falta  de condições de trabalho, falta  de perspectivas,  desencanto, enfim, falta  de esperança quanto ao futuro. Este quadro parece  estar bem distante  do slogan do Governo Dilma “Pátria Educadora”, mais uma bela mentira do marketing oficial.

Anualmente  diversas organismos  internacionais como UNESCO,  Centros  de Pesquisas de universidades  espalhadas pelo mundo  e  também  a  OECD – Organização para a cooperação dos  países  da União Européia, realizam  vários estudos comparativos quanto ao progresso  da educação entre os princiais países  e divulam seus relatórios e um ranking mundial onde a educação é  a base dessa  classificação.

No ultimo  relatório da OECD, trazido a público no  mes  de maio passado,  entre  76 países o Brasil ocupava  a 60a. posição, ou 79a. posição, em termos  percentuais. No ultimo relatório apresentado pela empresa  de consultoria PIERSON, ligada ao grupo The Financial Times, um dos maiores grupos  jornalisticos da Inglaterra e do mundo , em parceria com a Consultoria Economist Intelligence Unit, braço de pesquiasas da Revista The Econnomist, tornado público  em 2014, referente a  dados de 2012 e 2013, entre os 40 países que  tem as maiores economias do mundo, o Brasil ocupava a 38a. posição no ranking, perdendo apenas para o México  e  a Indonésia.

Resultados semelhantes tem sido observados nos últimos quatro ou cinco relatórios do PISA,no  decorrer  de uma década,  que testa  o conhecimento de alunos no final do ensino médio em matemática, ciências  e línguas, onde o Brasil  sempre tem ficado entre os países cujos estudantes  temob tido os piores resultados.

O relatório da OECD  usa nove indicadores para analisar o desempenho dos países e  a partir dos  resultados  elabora  o ranking que demonstra a posição de cada país.  Esses  indicadores são  os seguintes: a) nível  da  escolaridade geral da população adulta, medido  em número  de anos  que  a  população entre 25  e 64 frequentou escola; b) percentual da população em idade apropriada que se espera deverá concluir o ensino médio; c) idem  quanto ao ensino superior;  d) qual a influência que a  educação dos pais  tem no desempenho da  educação dos filhos; e) qual a influência  da educação no mercado de trabalho , na qualificação para o trabalho e no rendimento do trabalho; f) quais  os incentivos que as pessoas e famílias tem para a educação dos  filhos; g) quais  as  consequências da educação na vida das pessoas e no desenvolvimento econômico e social do país; h) qual a  relação  entre desempenho e equidade em educação.

Enfim, em todos esses estudos a educação é considerada o setor de maior importância estratégica para o bem estar das pessoas e também  para o desenvolvimento do país.  Vários exemplos podem ser considerados neste  tipo de análise, onde todas as conclusões apontam para resultados positivos em todos os países que investiram prioritáriamente em educação, e que nesses   países, graças aos investimentos  e a melhoria  da qualidade da educação  foi possivel uma verdadeira revolução nas áreas  da ciência  e tecnologia, qualidada da mão-de-obra e transformações profundas nas  estruturas econômica  e social do país.

Alguns desses exemplos são o Japão,  a Alemanha, os Estados  Unidos, a Coréia  do Sul  e de outros “tigres asiáicos”  como Tailândia, Cingapura, Taiwan, Hong Kong,  a  própria China  e a Índia.  Vários desses  países  em meados do século passado tinham taxas  de analfabetismo iguais ou piores do que o Brasil.  Atualmente pontuam no topo  de todos os rankings mundiais  enquanto nosso país,  apesar  de ser  a sétima ou próximamente  a oitava economia  do mundo, continua patinando nos  últimos lugares em  educação. Será  esta  realmente a nossa Pátria Educadora?

Pior em tudo isso é percebermos que nossos govenantes não sentem vergonha do que estão  fazendo com a educação  brasileira, destruindo as esperanças do povo e o futuro do país! Até quando? Só Deus sabe.

JUACY DA SILVA,  professor universitário, fundador, titular e  aposentado UFMT, mestre  em sociologia. Articulista de A Gazeta. Email  professor.juacy@yahoo.com.br  Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

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