quarta-feira, 27 de janeiro de 2016


A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

JUACY DA SILVA

O ultimo número da revista “Foreign Affairs”, cujo título em portugues seria “Assuntos internacionais”, datado de 12 de dezembro último tem um artigo, intitulado A quarta revolução industrial: o que ela representa e como responder seus desafios, de autoria de Klaus  Schwab,  que na verdade é um resumo de seu livro que acabou sendo publicado  no dia  11 de janeiro deste ano  pelo Forum Econômico Mundial, e foi o tema base do Encontro do referido forum, em Davos, na Suiça, entre 20 e 23, vale dizer, na última semana.

Cabe  ressaltar que o autor é também  fundador e atual presidente do Forum Econômico Mundial, organização que ao longo das últimas décadas costuma reunir chefes de estado, de goverrno, ministros ,  representates de organizações internacionais, pesquisadores e dirigentes dos maiores grupos empresariais do planeta, para discutirem a conjuntura econômica, financeira, social e governamental do mundo e, ao mesmo tempo, realizar análises prospectivas em relação ao futuro.

É neste contexto que tanto o livro quanto o tema que é denominado pelo autor como a Quarta Revolução industrial, que na verdade é mais do que o seu título indica, mas sim, uma revolução científica e tecnológica que ja  está  e estará pelas próximas décadas provocando grandes mudanças e debates em todos os setores das sociedades.

O livro de Schwab , tem 198 páginas e traça  um panorama histórico da evolução dos sistemas produtivos, a partir de 1784, quando ele coloca como início da primeira revolução industrial com a inrodução da máquina a vapor e as caldeiras, como substituição do trabalho braçal e possibilitou o aumento da produção e produtividade até então  executados naquela   epoca, boa parte através do trabalho escravo e animais.

A segunda revolução industrial teve  início quase  um século depois, em 1.870, com a introdução da energia elétrica, da produção em massa e a divisão do trabalho, possibilitando mais um salto qualitativo tanto no  Sistema de produção quanto nas relações de trabalho.  É  neste contexto qu surgem os escritos de Engels e Marx, com a idéia da revolução do proletariado,  uma interpretação dialética e do materialismo histórico.

A Terceira revolução industrial, segundo Klaus Schwab, ocorre em 1969, novamente  um século depois da anterior  e tem como referencial básico  o uso massivo da eletrônica,  da automação e da tecnologia da informação para tratar e processar  grandes volumes de dados, com  repercussões nos meios de comunicação, no desenvolvimento computacional e no surgimento da internet e do uso massivo de meios individuais como “smarfones”, computadores pessoais, tablets, redes sociais  e outros produtos e serviços que todos conhecemos.

A quarta  revolução industrial está surgindo exatamnte  neste momento e pode ser representada pela crescente robotização, o surgimento de robôs intelientes que podem  executar diversas tarefas e ações que até agora são quase exclusivamente  de seres humanos;  o avanço da inteligência artificial, da nanotecnologia, a internet  das coisas (mobilidade); internet das pessoas  (redes sociais); internet de dados (uso das nuvens, que em 2016 já deverá representar mais de 204 bilhões de dólares, com aumento vertiginoso de uso) e internet de serviços (comércio eletrônico; governo eletrônico, casas inteligentes, edifícios inteligents, logística inteligente).  O Autor demonstra  esta revolução  industrial e tecnológica com o surgimento de fábricas inteligentes, hotéis inteligentes e escritórios inteligentes operados, não por humanos, mas sim por robôs  inteligentes,  com   capacidade e habilidades para dialogarem com humanos.

Atualmente mais de cinco bilhões de itens trafegam diariamente pela rede de internet  e no ano 2020,  deverão se 25 bilhões ou mais, com maior velocidade e capacidade de processamento.

Essa revolução científica, tecnológica e industrial terá muitos impactos no Sistema produtivo, no comércio internacional e nacional, no Sistema financeiro, na governaça local, regional, nacional ou mundial, nas pessoas e na sociedade como um todo.

O grande ou talvez  o maior desafio é preparar  as pessoas, nas diferentes faixas  etárias e em diferentes países, com niveis educacionais, culturais, econômico e social díspares para, não apenas se prepararem para essas transformações  revolucionárias, mas, principalmente para que a desiguldade entre países, entre  pessoas e grupos sociais não aumente mais do que existe, fruto da apropriaçao dos processos e resultados desta nova revolução industrial.

Um alerta, pessoas,  classes sociais e países que não se prepararem para entender o rítimo do processo que esta revolução industrial representa poderão ficar  `a margem de seus frutos, ai sim, com aumento da pobreza, da miséria, do desemprego e subemprego.

Este  tema é fascinante e desafiador, voltarei a ele oportunamente.
JUACY DA SILVA,  professor  universitário,  fundador, titular e aposentado UFMT, mestre  em sociologia,  articulista de A Gazeta.  Email  professor.juacy@yahoo.com.br Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuac

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