quarta-feira, 13 de novembro de 2013


O MILAGRE CHINÊS

JUACY DA SILVA

De tempos em tempos as pessoas são despertadas para fatos, processos e acontecimentos que, aparentemente, escapam `as explicações rotineiras. Quando se trata de índices de crescimento econômico ou transformações políticas e sociais que fogem aos padrões conhecidos ou estabelecidos passamos a denominar tais realidades  como modelos de desenvolvimento ou então milagres.

A recuperação da Alemnha e do Japão ,países destruidos pela segunda Guerra  mundial,  que em menos de duas décadas já ocupavam a segunda e quarta posições no ranking da economia mundial foi considerada por muitos anos como um dos maiores milagres do século XX.  Da mesma forma todos se recordam das taxas elevadas de crescimentos dos chamados tigres asiáticos, destancdo-se a Coréia  do Sul, também destruída  e dividida entre norte e sul, por quatro anos de intensa Guerra civil, no início dos anos cinquenta, também foi considerado um milagre.

O Brasil também teve o seu “surto” rápido de milagre econômico, durante uma década, época do regime militar, nos anos setenta, quando nossa economia crescia a taxas superiores a 8%, projetando nosso país além fronteiras, mas que acabou sendo superado pelas altas taxas de inflação e recessão das décadas seguintes.

Mais recentemente o que podemos chamar de “bola da vez”,   em termos de milagre econômico e social tem sido a China, cuja voracidade por matérias primas, energia , alimentos, mercados e outros insumos necessários para manter índices de crescimento elevados, em média superiores a 9,2% ao ano, por mais de tres décadas seguidas, é o grande milagre nas duas últimas décadas do século passado e esses 13 anos do novo milênio.

Todavia, tanto o Japão quanto a Alemanha e atualmente a China não surgiram no cenário mundial de repente, esses tres países têm uma história de grandeza e pujança bem  antes do periodo de seus recentes  milagres. A Alemanha antes e durante a segunda Guerra mundial era a maior economia e possuia a maior máquina de Guerra da Europa e do mundo ocidental, enquanto o Japão, seu aliado no pacifico, era um império temido pelos seus  “vizinhos” asiáticos,  principalmente a Coréia e a China, era, também,  uma sociedade avançada na época em termos de economia, aparato militar e desenvolvimento científico e tecnológico.

Quanto `a China, é importante relembrar que esta é uma sociedade milenar, com mais de três mil anos de história, de lutas e de realizações, possui um grande território, a maior população do planeta, mais de 1,3 bilhões de habitantes. Entre os anos de 1.500 e 1.800, por décadas seguidas foi a maior economia do mundo então conhecido, apesar de que durante boa parte desses três séculos ter convivido com as potências colonialistas européias como Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Itália e Holanda principalmente.

Em 1.820 a economia chinesa representava um terço da economia mundial e equivalia ao  PIB da Europa de então. Entre esta época e 1950, a China passou por períodos longos de conflitos internos, guerras externas e decadência, culminando com a revolução comunista, de 1949, liderada por Mao Tse Tung e a expulsão de parte da população do país que acabou se transoformando em um novo Estado ou provincia rebelde, como denominada pela China continental, quando se refere a Taiwan/Formosa.

Em uma próxima oportunidade vamos tentar destacar os principais períodos e fatos marcantes que ocorreram na China entre a implantação do regime comunista em 1949/1950 e a “revolução capitalista” iniciada em 1978, com a abertura da economia chinesa `as práticas de Mercado que acabaram alimentando este grande milagre que transformou a China na segunda maior economia do mundo atual e cujas projeções indicam que deverá superar os EUA dentro de no máximo mais dez anos.

JUACY DA SILVA, professor universitário, Titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy.

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