quarta-feira, 15 de outubro de 2014


ELEIÇÃO, GESTÃO E CORRUPÇÃO

JUACY  DA SILVA

Nunca,  antes  neste país, esses  três  aspectos da vida nacional estiveram tão  em  evidência e demandaram tantas  reflexões  por parte de analistas políticos, candidatos e eleitores.  Este momento  é importante  pois  cabe `a  população  ou aos eleitores escolherem seus governantes para  um novo período de quatro anos.

Apesar de que a maioria dos candidatos, tanto a governadores quanto a presidente da  República  não terem  apresentado  seus planos de governo, incluindo a candidata oficial – do PT, o povo tenta deduzir o que os futuros governantes farão ou deixarão de fazer pelos próximos anos.

No  caso dos governdores  praticamente  em metade dos Estados eles já form  escolhidos, alguns a quem  o  povo outorgou um novo mandato pela  re-eleição, como foi o caso de SP  e do PR,  outros onde os discípulos, receberam  o  beneplácito dos atuais ocupantes do cargo e  venceram  no primeiro turno, como  foi na Bahia ou em Pernambuco 

Em outros  Estados o povo resolveu penssar  melhor e acabou “levando” os atuais ocupantes do cargo de governador a uma “segunda época”, quando os mesmos podem ser reeleitos ou receberem  cartão vermelho, como no caso do RS, Rio de Janeiro, Pará ou do Acre. 

Finalmente, tivemos também  o caso de vitórias de candidatos  que, abertamente,   se  opunham  as administrações  em curso e acabaram vencendo os postulantes que representavam  o “status quo”, como  foi o caso de Mato Grosso ou do Maranhão. E outros  onde o confronto ainda vai ocorrer  de forma  intense  como DF, Ceará  e MS.

Em todos os estados e principalmente na eleição para Presidente da República um assunto comum , que foi e continua sendo muito debatido  tem sido a corrupção, ou seja, o povo já  tem demonstrado sua indignação  com a presença de verdadeiras quadrilhas de colarinho branco que dilapidam os cofres públicos,  destroem a administração e envergonham os estados e o Brasil.

Cada  estado tem suas realidades e seus casos de corrupção,  seja em obras superfaturadas, de  baixa qualidade, como boa parte das obras da copa e dos programas de mobilidade urbana, como é  o  caso de Cuiabá , Várzea  Grande, BH , Brasilia   ou enfim,  praticamente em todas  as 12 cidades sédes da COPA FIFA 2014.

Todavia, o símbolo maior da corrupção que corre solta  pelo Brasil na atualidade, depois do MENSALÃO durante o Governo Lula,  chegando no coração  do Governo Dilma, de seu partido (PT)  ou de seus  aliados PMDB, PP  e outros,  é  o que está   acontecendo com a roubalheira na PETROBRÁS.  Com a divulgação dos depoiamentos  do ex-diretor da Estatal,  nomeado  por Lula e mantido  por Dilma, juntamente com os  depoimentos  do doleiro que operava  o esquema, envolvendo empreiteiras, os partidos mencionados e vários  políticos, cujos nomes ainda estão no anonimato, mas que acabarão vindo a público quando o processo chegar ao STF, demonstram  como a gestão pública foi vilipendiada, deixando de  servir aos interesses do povo  para  estar  a serviço da bandidagem de colarinho branco.

Pior em toda  esta estória  foi a reação da candidata Dilma, que esbravejou contra a divulgação dos fatos,não contra o conteúdo dos depoimentos,  que não  estão sob  segredo de justiça e  fazem parte do processo criminal que investiga a roubalheira na PETROBRÁS, menina dos olhos  dos governos Lula e Dilma. A Presidente  chegou  a dizer que isto era  um “golpe”. Todavia o verdadeiro golpe é o que  a corrupção  continua  fazendo contra  a administração pública em nosso país,  sob o manto da  impunidade. Isto envergonha o país  interna  e externamente.

Coube ao Juiz que conduz o processo no Paaná, ao Ministério P’ublico Federal e até  mesmo o Ministro Gilmar Mendes demonstrar que práticas de corrupção e toda sorte de processos  criminais ou cíveis que atentam contra a gestão publica, contra o patrimônio público, enfim,  contra o erário,  não  podem ficar sujeitos ao processo eleitoral e não serem investigados como propõe e deeja a Presidente  da República. O povo, que paga  impostos,  tem o direito  de saber o que acontece nos porões do governo.

Enfim, coube  a essas autoridades darem a resposta cabível a quem imagina que podemos continuar  mentindo ou maniplando a opinião pública.  O Brasil  deseja que os futuros governantes pautem suas ações  pela ética  e também pela  eficiência, transparência  e pela coerência  com os  reais interesses do povo e do país. Eleição não  pode  rimar  com  corrupção e nem  facilitar  a   permanência ou ascensão de políticos  demagogos  e incompetentes.

JUACY  DA SILVA,  professor universitário, titular e aposentado UFMT,  mestre em sociologia. Articulista de A Gazeta.  Email  professor.juacy@yahoo.com.br  Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

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