ELEIÇÃO, GESTÃO E
CORRUPÇÃO
JUACY DA SILVA
Nunca, antes
neste país, esses três aspectos da vida nacional estiveram tão em
evidência e demandaram tantas
reflexões por parte de analistas
políticos, candidatos e eleitores. Este
momento é importante pois
cabe `a população ou aos eleitores escolherem seus governantes
para um novo período de quatro anos.
Apesar de que a maioria
dos candidatos, tanto a governadores quanto a presidente da República
não terem apresentado seus planos de governo, incluindo a candidata
oficial – do PT, o povo tenta deduzir o que os futuros governantes farão ou
deixarão de fazer pelos próximos anos.
No caso dos governdores praticamente
em metade dos Estados eles já form
escolhidos, alguns a quem o povo outorgou um novo mandato pela re-eleição, como foi o caso de SP e do PR,
outros onde os discípulos, receberam
o beneplácito dos atuais ocupantes
do cargo e venceram no primeiro turno, como foi na Bahia ou em Pernambuco
Em outros Estados o povo resolveu penssar melhor e acabou “levando” os atuais ocupantes
do cargo de governador a uma “segunda época”, quando os mesmos podem ser reeleitos
ou receberem cartão vermelho, como no
caso do RS, Rio de Janeiro, Pará ou do Acre.
Finalmente, tivemos também o caso de vitórias de candidatos que, abertamente, se
opunham as administrações em curso e acabaram vencendo os postulantes
que representavam o “status quo”,
como foi o caso de Mato Grosso ou do Maranhão.
E outros onde o confronto ainda vai ocorrer de forma
intense como DF, Ceará e MS.
Em todos os estados e
principalmente na eleição para Presidente da República um assunto comum , que
foi e continua sendo muito debatido tem
sido a corrupção, ou seja, o povo já tem
demonstrado sua indignação com a
presença de verdadeiras quadrilhas de colarinho branco que dilapidam os cofres
públicos, destroem a administração e
envergonham os estados e o Brasil.
Cada estado tem suas realidades e seus casos de
corrupção, seja em obras superfaturadas,
de baixa qualidade, como boa parte das
obras da copa e dos programas de mobilidade urbana, como é o caso
de Cuiabá , Várzea Grande, BH ,
Brasilia ou enfim, praticamente em todas as 12 cidades sédes da COPA FIFA 2014.
Todavia, o símbolo
maior da corrupção que corre solta pelo
Brasil na atualidade, depois do MENSALÃO durante o Governo Lula, chegando no coração do Governo Dilma, de seu partido (PT) ou de seus
aliados PMDB, PP e outros, é o
que está acontecendo com a roubalheira
na PETROBRÁS. Com a divulgação dos
depoiamentos do ex-diretor da
Estatal, nomeado por Lula e mantido por Dilma, juntamente com os depoimentos
do doleiro que operava o esquema,
envolvendo empreiteiras, os partidos mencionados e vários políticos, cujos nomes ainda estão no
anonimato, mas que acabarão vindo a público quando o processo chegar ao STF,
demonstram como a gestão pública foi
vilipendiada, deixando de servir aos
interesses do povo para estar
a serviço da bandidagem de colarinho branco.
Pior em toda esta estória
foi a reação da candidata Dilma, que esbravejou contra a divulgação dos
fatos,não contra o conteúdo dos depoimentos,
que não estão sob segredo de justiça e fazem parte do processo criminal que investiga
a roubalheira na PETROBRÁS, menina dos olhos
dos governos Lula e Dilma. A Presidente
chegou a dizer que isto era um “golpe”. Todavia o verdadeiro golpe é o
que a corrupção continua
fazendo contra a administração
pública em nosso país, sob o manto da impunidade. Isto envergonha o país interna
e externamente.
Coube ao Juiz que
conduz o processo no Paaná, ao Ministério P’ublico Federal e até mesmo o Ministro Gilmar Mendes demonstrar que
práticas de corrupção e toda sorte de processos
criminais ou cíveis que atentam contra a gestão publica, contra o
patrimônio público, enfim, contra o
erário, não podem ficar sujeitos ao processo eleitoral e
não serem investigados como propõe e deeja a Presidente da República. O povo, que paga impostos,
tem o direito de saber o que
acontece nos porões do governo.
Enfim, coube a essas autoridades darem a resposta cabível
a quem imagina que podemos continuar
mentindo ou maniplando a opinião pública. O Brasil
deseja que os futuros governantes pautem suas ações pela ética
e também pela eficiência,
transparência e pela coerência com os
reais interesses do povo e do país. Eleição não pode
rimar com corrupção e nem facilitar
a permanência ou ascensão de
políticos demagogos e incompetentes.
JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado
UFMT, mestre em sociologia. Articulista
de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
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