VITÓRIA DE PIRRO
JUACY DA SILVA
Costuma-se dizer que
uma vitória de pirro é quando o preço da vitória e tão alto que praticamente representa um grande prejuizo ao vencedor,
fazendo-se alusão ao que havia
acontecido ao Rei Pirro, pouco tendo a comemorar.
Analisando os
resultados da eleiçào para Presidente da
República, no segundo turno ocorrido no último domingo,, podemos dizer que a
vitória de Dilma foi ,na verdade, uma vitória de Pirro, seja pela herança maldita que ela vai receber de si própria, já
que Aécio ficou livre deste abacaxi, que seria herdar um país em crise
econômica, politica, social , ética e moral, caberá `a presidente re-eleita descascar seu próprio abacaxi.
O Brasil todo
assistiu a mais vergonhosa campanha
eleitoral de que se tem notícia em nossa
história recente, quando as armas
usadas pela candidata do PT foi a mentira, o engodo, o amedrontamento, a falta
de ética para destuir não apenas a imagem mas
a biografia dos principais contendores, como Eduardo Campos, falecido no
decorrer do processo eleitoral, depois MARINA que não chegou ao segundo turno e
,então, as baterias do PT, de seus aliados e da candidata Dilma
voltaram-se contra Aécio.
Mesmo vitoriosa
eleitoralmente, Dilma terá uma base aliada no Congresso Nacional ,principalmente na Câmara
Federal, bem menor; somente o PT e
PMDB perderam 29 deputados e alguns
senadores, além do fato de que diversos parlamentares tanto do PMDB quanto de outros partidos aliados já deixaram
entrever que não irão fazer papel de “vaquinhas de presépio”,
obedecendo cegamente aos ditames e vontades do Palácio do Planalto, prova
disso foi a derrota na Câmara da proposta do Governo relativa aos conselhos
populares
Outro aspecto foi a
profunda divisão politica, eleitoral, econômica
e social que emergiu dessas eleições. Dilma ganhou de lavada no
Nordeste, onde a pobreza e os baixos índices educacionais são
bem piores do que a média nacional, onde o maior cabo eleitoral do
governo tem sido a distribuição de migalhas que caem do orcamento público
federal representadas pelo programa bolsa família e outros programas assistenciais.
O Brasil mais
desenvolvido, onde a populaçào é menos dependente do assistencialismo governamental, os Estados do Sul, Centro Oeste, e Sudeste, com excessão de Minas Gerais e Rio de Janeiro e alguns Estados da região
norte, optaram pela candidatura de
Aécio, que representava os anseios de
mudança de governo, de gestão, de visão
de futuro e de dimensão ética nas ações Governamentais.
Dilma terá
contra si, a indignação de uma população, principalmente nos Estados
em que perdeu no Segundo turno e que paga uma enorme carga de impostos e
não recebe em troca serviços públicos de qualidade. O caos na
saúde, a baixa qualidade da educação, o
crescimento acelerado da violência, a falta de saneamento básico, a
precariedade da infra-estrutura que
onera demasiadamente o setor produtivo, reduzindo o poder de competição de nossas exportações, além das
constantes denúncias de corrupção irão pesar muito para a administração que deve continuar igual ou pior do que
nesses quatro anos que devem se encerrar em dois meses. A população desses
estados terão a consciência de
que seus impostos são usados para alimentar uma máquina política eleitoral para
beneficiar e manipular a população pobre do norte e nordeste, isto pode
alimentar um conflito regional e social profundo.
Outro aspecto
que serve para caracterizar o resultado
desta eleição como vitória de Pirro
é o fato de que no próximo
mandato, muito mais do que neste que se finda, Dilma será refém do PT, de sua
direção ávida por cargos e mutretas nos orgaãos de governo; será tutelada
por Lula que já começou a preparar a
sua volta nas eleições de 2018 e
será uma sombra permanente nas decisões
de Dilma e, finalmente, Dilma será refém do novo Congresso, onde as negociações serão muito mais no toma lá
dá cá, de uma base que não aceitará o cabresto do Poder Executivo.
Por ultimo,como Dilma
vai entregar um governo para si mesma
muito pior em termos de economia do que recebeu de seu criador e antecessor,
com certeza a crise econômica
deverá se agravar e esta tênue lua de
mel que está tendo com pouco mais de 35%
dos eleitores que ainda acreditaram
em suas promessas, mais cedo do que imaginamos deverão fazer coro com a maioria que não acreditou em
suas propostas. As
manifestações populares e de
massa estarão de volta nas ruas e praças
do Brasil
Resumindo, a crise vai
ficar mais aguda e o Brasil deve esperar por dias mais difíceis, com mais
conflitos , mais medo do que esperança quanto ao futuro. Nossa semelhança com a Venezuela e Argentina está mais forte
do que nunca!
JUACY DA SILVA, professor
univeritário, titular e aposentado UFMT, mestre
em socioloia, articulista de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
Um comentário:
Bem fundamentado, linguagem acessível e sensato!!!
É o que enxergamos para o Brasil...
Abrs Professor
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