A DERRUBADA DO
MURO DE
BERLIN
JUACY DA SILVA
Hoje, 09 de Novembro de
2014 está sendo comemorado um quarto de século, 25 anos da derrubada do muro de
Berlim, símbolo do esfacelamento da
outrora toda ponderosa UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS SOVIÉTICAS
- URSS, e, com este acontecimento histórico, o fim da Guerra-fria e do
equilíbrio do terror pela ameaça nuclear que dominou o mundo na maior parte do
século passado.
Depois de 72 anos de
regime socialista/comunista, iniciado com a vitória da revolução bochevique na
Rússia em 2017, quando as promessas de
uma sociedade baseada na igualdade, na justiça e na prosperidade para a classe
trabalhadora, foram substituidas por um
governo, um partido, um regime e um
Estado totalitários, de terror, de opressão, de represssão , dominados pela
corrupção em desfavor do próprio povo.
Com certeza,o símbolo maior deste regime foi o stalinismo,
denunciado publicamente em um Congresso
do Partido Comunista da URSS, por NIKITA KRUSCHEV, no início da década
de 60, onde além do culto `a personalidade e o terrorismo de Estado, podemos
incluir a vida nababesca dos dirigentes do partido comunista e a falsificação
da própria história, tudo, sempre, em nome dos “interesses” das classes
trabalhadores e dos oprimidos, que o partido único e donos do poder faziam questão de dizer-se os legítimos representantes. Quem discordasse
ou tivesse a coragem de se opor o destino eram as masmorras e os campos de
concentraçao (GULACS), na gelada Sibéria,
de onde poucos conseguiram sair
vivos. Milhões de pessoas foram assassinadas durante o stalinismo.
Muitos se indagam sobre as razões do desmoronamento do
império soviético, que já havia perdido
boa parte de seu encanto com o conflito sino-soviético e o desgarramento da
China da órbitaa do tão temido país, tão odiado pelo pelo próprio povo.
Dentre as muitas causas desta implosão podemos citar
o aparelhamento do Estaado e das Instituições públicas, inclusive sindicatos e
empresas estatais pelo partido
comunista, único partido permitido durante o regime soviético. Fruto deste
aparelhamento politico-partidário a corrupção dominou o governo e o Estado,
tornou as empresas estatais e a economia
estatizada extremamente ineficientes e sem dinamismo para enfrentar a
competição internacional e os avanços da ciência, da tecnologia e as novas
formas de gestão mais eficientes existentes fora do Bloco Soviético, no mundo
capitalista ocidental.
Para manter um regime
retrógrado e fechado foi criado um imenso aparelho repressor, onde a polícia
política, cujo símbolo maior era a temida polícia secreta – KGB, que mandava e
demandava, não apenas nos subterraneos do Governo, mas também em todos os
setores da sociedade, e, finalmente a criação de uma enorme máquina de
propaganda, para enaltecer os “feitos” do governo tanto interna quanto
externamente.
A repressão era acompanhada pela supressão das
liberdades, incluindo a liberdade de imprensa, de organização, de
associação, de culto, de ir e vir dentro
do país ou para o exterior e um Sistema judicial, verdadeira farsa, onde apenas o Governo e o partido
tinham voz e vez.
O Estado soviético
transformou-se emu ma imensa burocracia ineficiente e paquidermica e aos poucos
foi dilacerando o país, impedidndo o progresso individual e coletivo e o
domínio do Estado em todos os setores da vida nacional, passando pela economia, pelo esporte, pela
cultura, pela política e até mesmo pelos aspectos militares, que durante décadas permaneceu fechado para o
mundo..
Passados 25 anos da
derrubada do Muro de Berlim, o império soviético tenta renascer através do
expansionismo e autoritarismo russo, utilizando-se , em certos aspectos, das mesma armas usadas pela antiga
URSS, inclusive o culto a personalidade
e o aparelhamento do Estado pelo partido do governo. Além de estimular o
separatismo e o regionalism nos países vizinhos, a Rússia tem promovido ocupações e invasões de territórios
de países que se tornaram independentes durante o processo do esfacelamento do
império soviético, como foi o caso da Criméia e da recente onda de separatismo na Ukrania, uma afronta ``a soberania desses países.
Os conflitos violentos
e as disputas territoriais que tem surgido no Leste Europeu desde a queda do muro de Berlin tem sido , direta ou indiretamente,
estimulados por Moscou e isto tem provocado um rastro de destruição e
instabilidade não apenas na Europa mas
ao redor do mundo.
O ressurgimento de uma NOVA
GUERRA FRIA, foi a tônica de
uma entrevista muito interessante
e oportuna durante esta semana por parte de Mikhail Gorbachev. Com a autoridade de quem enfrentou o aparato oficial
n URSS quando tentou promover a abertura
do regime soviético e as reformas que poderiam representar a transição da URSS para uma sociedade de Mercado, incluindo uma
profunda reforma do aparelho do Estado, através
da PERESTROIKA e da GLASSNOST,
o mesmo alerta o mundo para os perigos da política autoritária e expansionista
de Putin. Para Gorbachev o mundo está `as portas de um novo perigo, talvez muito maior do que o representado pela
antiga União Soviética.
Diante dos fatos que vem ocorrendo nos últimos anos, o
mudo não pode ficar passivo e omisso quando o uso da violencia e da guerra por
parte da Rússia, contra países vizinhos mais fracos militar e economicamente tem sido uma constante e ameaça
concreta contra a independência e a soberania de países que optaram pelo
caminho da liberdade e da construção de seus próprios destinos.
Este é mais um desafio para um mundo extremanente conturbado com tantas
outras crises espalhadas por todos os continentes! Neste aniversário da queda
do muro de Berlim, talvez ao invés de comemorações, o mundo precise fazer uma profunda reflexão sobre nosso
destino comum.
JUACY DA SILVA, professor
universitário, titular e
aposentado UFMT, mestre em sociologia.
Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
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