terça-feira, 11 de novembro de 2014


REALIDADE  PÓS  ELEITORAL

JUACY  D SILVA

Durante a campanha eleitoral a população brasileira esteve, durante mêses, diante de duas situações paradoxas. De um lado os candidatos de situação e do outro lado a oposição, pouco importava quais os partidos estavam de um lado ou de outro, afinal as alianças  políticas e partidárias permitidas pela atual  legislação tem criado uma verdadeira mixória política e eleitoral. Além  disso, existiam os candidatos e partidos que ora  estavam  do lado do governo ora da oposição.

Assim, era possível  ver, por  exemplo o candidato a governador como em MT, onde o PDT, que no plano nacional faz parte da base do governo Dilma, sendo praticamente  uma sublegenda do PT, fazia  parte de aliança com o DEM, PSDB, PPS  e PSB que representam as forças de oposição nacional e ao mesmo  tempo tinha também em seu palanque o PP,  o PV e o PTB.

No Rio de Janeiro  foi possível  também depararmos com alianças  exdrúxulas, onde o candidato a Senador , eleito, Romário do PSB  fez dobradinha com o candidato do PT  a governador e pouco  se emepnhou no primeiro turno para a eleição da candidata Marina, do PSB/Rede, Da  mesma  forma vários  candidatos a deputado  federal  e  estaduais do PMDB e do PDT não  faziam  campanha para Dilma, contrariando orientações de seus partidos que fazem parte da base do governo.  Este  quadro foi  uma  constante em todos os Estados.

Voltando ao início desta reflexão. O eleitor  foi bombardeado o tempo todo,  principalmente durante  o horário eleitoral “gratuito” , principalmente nas peças publictárias de TV, produzidas pelos marqueteiros dos candidatos, principalmente para os cargos executivos de Governadores e de presidente da República   onde  a realidade era extremamente dourada, quase como em “Alice  no país  das marvilhas”, quando se tratava  da propaganda do governo.   Ou então  a imagem de um país e estado como um  caos, em crise permanete, com muita corrupção, incompetência governamental, descontrole das contas públicas,  crescimento da violência e por ai afora.

O povo, principalmente   as pessoas que estão no grupo dos desinformados e também dos analfabetos políticos, além dos que dependem das migalhas dos programas assistencialistas de governo, exatamente a parcela  mais vulnerável e  excluida da população,  acabou decidindo em  função das propagandas televisivas, de rádio e  também dos inflamados discursos em palanques e bem  menos em função dos debates  entre candidatos e das propostas ou planos de governoque não foram apresentados para  reflexão por parte da população.

Em todos os níveis, tanto os candidatos a deputados estaduais, quanto federais , senadores, governadores e Presidência da República,  com  raríssimas  excessões, não  apresentaram  planos de governo ,  não puderam  ou quiseram analisar  os  reais problemas e desafios nacionais. Faltaram propostas  conretas, claras, exequíveis e possíveis para a definição de políticas públicas e estratégias decorrentes para mudar a  realidade  nacional e estadual. Isto foi regra  em todos os Estados  e também na  campanha presidencial.

Os  governos  estaduais, tanto os que foram candidatos a reeleição  ou apoiaram algum candidato quanto os que se opunham aos  governantes de plantão, da mesma forma que o Governo Federal, tentaram desesperadamente  esconder a realidade, manipular dados e informações, usando até  mesmo a mentira como arma e instrumente  de propaganda eleitoral.

Mas  como está  escrito na bíblia, “conhecereis a verdade e ela vos libertará”, passadas as eleições a  realidade brasileira aparece nua e crua com  todas as suas mazelas, como para  acordar o povo, principalmente para aquela parcela dos eleitores que decidiram sob o canto da sereia. A inflação continua, as previsões para o crescimento do PIB são piores, os preços das tarifas públicas ou controladas pelo governo estão aumentando, os juros  também e os escanalos de corrupção parecem não ter fim. O caos na saúde, os desafios da educação e o descontrole  das contas públicas  chegam aos limites da irresponsabilidade fiscal.

Esta é a  realidade quando o Brasil vai “comemorar” mais um aniversio de proclamação da República e se preparada para dentro de um  mes e meio presenciar atônito  a “a troca  de guarda”, com a certeza que de que 2015  será  um ano muito pior do que este que se finda e por aí vamos rumo a novas eleições!

JUACY DA SILVA, professor  universitário,  titular e aposentado UFMT,  mestre  em sociologia, articulista de  A Gazeta.  Email  professor.juacy@yahoo.com.br  Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

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