terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


O ETERNO DRAMA DA SAÚDE NO BRASIL
JUACY DA SILVA
O termo drama se aplica perfeitamente `a situação em que de longa data se encontra a saúde em nosso país. Isto é verdadeiro tanto para a saúde pública quanto particular, individual quanto coletiva, incluindo planos de saúde e outros arranjos institucionais.
Podemos também associar à saúde  com outros termos que , de forma perfeita,  caracterizam este setor tão importante na vida das pessoas. Esses termos são: caos, horror, descaso, terror, incompetência, negligência, corrupção, subperfaturamento, roubo,  tráfico de influência, descaso, desastre, tragédia, catastrofe. Enfim, o que acontece diariamente na área da saúde,  em todos os estados, municípios e DF é patético e ao mesmo tempo comovente. Só  escapam desta  vergonha os grandes hospitais que atendem pacientes da elite política,econômica e social do país, boa parte `as custas dos cofres públicos,enquanto os pobres continuam com um atendimento de quinta categoria!
Ao longo das últimas décadas a saúde passou a ser manchete das páginas policiais, onde a intervenção da polícia e do ministério público estão cada vez mais frequentes  transformando-a em situação criminosa. As pessoas que necessitam dos serviços de saúde são relegadas ao abandono  nos corredores de unidades de saúde, hospitais, pronto-socorros, ficam amontoados em corredores, em macas enferrujadas, sujas, colchões podres, mofados, em cadeiras velhas, carcomidas pelo tempo
Todos os anos os meios de comunicação , radios, jornais, TV, mídia eletrônica, virtual ou de qualquer  natureza não se cansam de estampar manchetes que bem demonstram a gravidade do que está acontecendo. O povo paga imposto mas o SUS não funciona como foi concebido, parece que por ser uma estrutura para atender principalmente a pobreza ou talvez a “nova classe média” que o governo fala  que esta escapando da base da pirâmide social, o atendimento é precário e infeficiente.
Quem tem condição financeira e deseja uma saúde de “melhor qualidade” tem que buscar os planos de saúde, que são contratados de forma coletiva ou individual, neste ultimo caso custando os olhos da cara com dizem. E mesmo assim, com frrequência seus usuários tem que recorrer `a justiça para fazer valer seus direitos de cidadãos e de consumidores.
O último, mas que na verdade não será o último no sentido restrito do termo, foi a ação criminosa descoberta em um hospital de Curitiba, o segundo maior hospital da capital paranaense, tida  como modelo de desenvolvimento urbano, nos  aspetos arquitetônicos, mas que em matéria social nada deixa a desejar ao que acontece com a pobreza no restante do país.
Naquele hospital foi descoberto um verdadeiro campo de concentração, onde os pacientes que por ironia da sorte iriam parar na UTI, boa parte acabava sendo assassinada de forma fria e cruel. Uma médica que era a chefe da UTI está presa, juntamente com alguns outros médicos e enfermeiros/as, sob a acusação de  deliberadamente desligarem aparelhos, principalmente os que permitiam aos pacientes continuarem respitando e lutando pela vida.
Conforme  depoimentos prestados por familires de algumas vítimas e até por sevidores do referido hospital o que se passava naquela UTI é digno de um roteiro de filme de horror e terror, muito sadism e  uma violência ignominiosa contra pessoas impossibilitadas de reagirem. Foi dito em um depoimento  que a médica chefe desta casa de horror, como poderia ser denominada a UTI, cunhou uma expressão SPP (se parar parou) referindo-se ao que poderia acontecer se pacientes tivessem seus aparelhos de oxigênio/respiradouros desligados. 
Imagino que isto também é uma forma cruel e de extrema violência executada contra pessoas que buscam uma unidade de saúde na certeza de que alí poderiam encontrar alívio para suas dores, seus sofrimentos  e também a cura de suas enfermidades.  Afinal  o exercício das atividades ligadas `a saúde estão éticamente ligadas a salvar e preservar vidas, jamais a tortura contra pessoas fragilizadas pela doença e indefesas.
Um hospital jamais deve  ser uma câmara de morte, onde as pessoas/doentes  sejam internadas para abreviarem a vida! Oxalá tudo seja exclarecido e os culpados sejam punidos!  Mas  a possibilidade de que isto acabe em pizza é  muito grande. Nossas leis tanto na área dos  chamados erros médicos quanto tantas outras formas de violência são extremamente brandas ou frouxas, como diz o povo. A  morosidade dos procedimentos investigatórios e da Justica alimentam a impunidade, principalmente quando  as vítimas são integrantes das camadas mais baixas da sociedade. LAMENTAVELMENTE isto  continua acontecendo em pleno Século XXI, como se ainda estivessemos nos primórdios da história!
JUACY DA SILVA, professor universitário,UFMT, mestre em sociologia.  Twitter@profjuacy Email professor.juacy@yahoo.com.br  Blog www.professorjuacy.blogspot.com

 

 

 

 

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