domingo, 17 de março de 2013


OS POBRES, A PAZ E O MEIO AMBIENTE.

JUACY DA SILVA

A escolha do novo  Sumo Pontífice, além da surpresa de o mesmo ser da América Latina, o fim do mundo, como  Ele mesmo disse, região com a maior população católica do planeta, também passou a ser emblemática,  principalmente o nome adotado pelo mesmo: Francisco, uma referência a São Francisco de Assis.

Em suas primeiras palavras e outros pronunciamentos  imediatos `a escolha, o Papa Francisco apresentou uma trilogia que deve orientar seu pontificado, além de outros aspectos que deverá manifestar em sua missa inaugural  e outras orientações  em futuras cartas apostólicas e Encíclicas.

A trilogia referida é decorrente da escolha do nome e da homenagem  a São Francisco de Assis. O primeiro pilar está delineado quando disse que deseja uma “Igreja pobre, voltada aos pobres”,  ou seja, uma Igreja sem ostentatação, sem pompas materiais e jamais aliada aos poderosos e exploradores do povo, princialmente dos pobres.

Para que a Igreja seja pobre e voltada aos pobres Ela deve combater por todos os meios a desigualdade social, econômica e política; as práticas injustas que promovem ou aprofundam a pobreza e a miséria, razões maiores para a exclusão de mais de 1,5 bilhões de pessoas pelo mundo afora.

Isto também significa que para a igreja voltar-se aos pobres precisa promover não apenas a caridade assistencial, mas fundamentalmente a caridade libertadora, denunciando e combatendo as estruturas injustas das diversas nações onde Ela esteja presente.

O segundo pilar é a paz, não a paz dos cemitérios, imposta por governantes totalitários que sufocam a liberdade dos oprimidos, mas a paz verdadeira oriunda da justiça em geral e da justiça social em particular, entre povos e nações e os diversos grupos de uma mesma nação que estejam em confitos sangrentos. Diversos desses conflitos  aguardam a mediação e uma palavra de sabedoria do Santo Padre para que a paz volte a reinar em tais regiões.

A paz verdadeira só pode existir onde a justiça, a fraternidade e o desenvolvimento florescem, possibilitando aos pobres  e demais grupos sociais terem uma vida dígna, onde os frutos do progresso sejam para todos e não apenas para desfrute dos grupos dominantes.

Finalmente, o terceiro pilar: o meio ambiente em sua plenitude. O respeito ao meio ambiente também deixa implícita a necessidade de lutar pela sustentabilidade, contra pessoas, grupos e instituições que contribuem para a degradação do solo, sub-solo, das águas e da atmosfera.

A busca do lucro a qualquer prêço, a depredação dos ecossistemas, a poluição, as mudanças climáticas, a precariedade do saneamento básico, as queimadas, o desmatamento  devem ser combatidos por uma Igreja que deseja ser pobre, voltada para os pobres, que busca a paz  e luta por um meio ambiente saudável.

Apesar de ser jesuita e formado nos princípios seculares desta ordem religiosa, o Papa Francisco optou pela mística e os carismas franciscanos, oriundos de São Francisco de Assis, cujo despojamento material da riqueza familiar e sua constante  preocupação com a natureza e com a paz, farão, com certeza,  que o  Pontificado do Papa Francisco possa marcar época neste início de terceiro milênio, resgatando as práticas, ensinamentos e as pegadas de Jesus Cristo, centro da doutrina católica e do cristianismo.

O mundo olha com muita esperança o caminho que deverá ser trilhado por Francisco, uma nova Luz na escuridão em que vive o mundo materializado e desumano. Podemos ter esperança de que “um novo mundo é possivel”. Vale a pena ter fé!
JUACY DA SILVA, professor fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, colaborador do Site Hipernotícias e de outros veículos de comunicação. Email professor.juacy@yahoo.com.br Twitter @profjuacy   Blog www.professorjuacy.blogspot.com

Um comentário:

Unknown disse...

O Papa terá muito trabalho, pois seus “quesitos" deverão, encontrar barreiras enormes...mas se conseguir adequar e realizar seus objetivos, talvez consiga chegar perto do princípio de isonomia...o planeta, e tudo que há nele urge por transformações, por dignidade e preservação, o homem tido como Ser inteligente, se mostra na contra mão ...Há de ser plantar a semente, precisamos acreditar que ainda, que esse círculo vicioso, encontre o ponto adequado a inspirar o homem a salvar o planeta e tudo que o habita, não só de fé vive o homem, se faz mister, Unidos iniciarem e colocarem uma pauta de verdadeira luta de transformações, os pontos conflitantes, sabidos o são: que a batalha da transformação seja verdadeira, pois ainda há tempo de fazer do planeta um lugar onde todos os povos tenham inclusão, deixando para traz o egoísmo: Que todos tenham um caminho, um sonho: florestas encantadas, rios caudalosos, repartam o pão e a possibilidade, de cultuarem agradecimentos ,conforme suas crenças, de um planeta amado e respeitado, agradecendo a Energia Inicial, que tudo criou...e que tenhamos todo Universo, conspirando aos nossos anseios de uma realidade,humana,como deveria ser, buscando o equilíbrio necessário em bons ventos, que o homem perceba ao cantar do galona madrugada, anuncia uma nova era, quem sabe, ainda é tempo de ACORDAR o sono do egoísmo

abraços,fique com Deus, inté.... neni