quinta-feira, 25 de julho de 2013


FRANCISCO: SUA FÉ, ESPERANÇA E ALEGRIA

JUACY DA SILVA

Desde a sua eleição para ocupar o trono de São Pedro e pastor de mais de um bilhão de fiéis ao redor do mundo, Francisco tem surpreendido não apenas os católicos mas também fiéis de outras religiões, agnóstico ou ateus. Sua forma alegre, humilde e simples de ser vem contagiando a todos quanto observam suas atitudes, ações e formas de se expressar. Sua mensagem é um recado claro para a renovação e avivamento da fé cristã, exortações para  que o clero, religiosos, religosas, leigos, enfim, as pessoas resgatem valores como fraternidade, solidariedade e a plena confiança em Deus.

Em sua homilia na última quarta feira, na Basílica em Aparecida, onde já havia estado por ocasião da Conferência dos Bispos da América Latina e do Caribe em 2007, quando foi um dos relatores do Documento de Aparecida, destacou  e enfatizou três atitudes que os fiéis devem ter como base para a suas ações e suas vidas.

Primeira, conservem e cultivem a esperança, razão  maior de nossa existência, cuja energia nos move rumo a um mundo melhor, enfatizando que a juventude deve exercer seu protagonismo nesta cruzada pelas grandes transformações.

Segunda, deixem-se surpreender por Deus, cuja promessa deve estar presente sempre em nossas vidas e nossas ações. Tomou como base a passagem do primeiro milagre de Jesus nas bodas de Caná, quando transformou água em vinho de ótima qualidade. Francisco enfatizou que Deus tem um plano especial para cada pessoa, basta que a mesma esteja sempre aberta ao seu chamado e siga seus desígnios.

Terceira, viver com alegria é fundamental para afastar o espírito negativo, o desânimo e   o derrotismo que `as vezes nos desviam dos caminhos de Deus. A alegria deve ser verdadeira, deve vir de dentro, de nossos corações que também devem ser alimentados pela humildade e amor fraterno. Sem alegria não pode haver esperança, nem amor e muito menos espírito cristão.

Essas três aittudes estão relacionadas com as palavras ditas por Maria, mãe de Jesus, quando ao dirigir-se aos apóstolos na festa de Caná, na Galiléia, disse “fazei tudo o que Ele (Jesus) vos disser ou ordenar”. Hoje também, Jesus diz para que os cristãos sejam mais solidários e fraternos para com os excluidos, os pobres, os que sofrem discriminação, os doentes, por tudo isto é que Francisco, o Papa dos humildes, quer uma Igreja pobre voltada aos pobres.

Ao finalizar sua homilia, em sua primeira missa em solo brasileiro, como Papa, Francisco fez  referência a uma frase de seu antecessor, Bento XVI, quando afirmou “ sem cristo não há esperança, não há luz, não há amor e não há fraternidade”, ou seja, para combater  as injustiças, para transformar o mundo e as pessoas, precisamos primeiro transformar nossos valores, nossas atitudes e nossas ações, despojados de prepotência, luxúria, consumismo, materialismo e desrespeito aos demais seres humanos e a própria natureza.

Como certeza, existia uma razão profunda quando Jorge Bergóglio escolheu o nome de Francisco ao ser eleito Papa, uma invocação direta a São Francisco de Assis, o Santo da humildade e respeito para com todas as criaturas de Deus, incluindo a natureza, tão violentada pela ganância de lucro e valores materiais efêmeros.

JUACY DA SILVA, professor univesitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em Sociologia,  ex-colaborador das pastorais sociais e articulador para a fundação da Caritas Arquidiocesana de Cuiabá na década de 90.  Email professor.juacy@yahoo.com.br Twitter@profjuacy 

Blog www.professorjuacy.blogspot.com

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