quarta-feira, 26 de junho de 2013


PACTOS: MAIS AÇÃO E MENOS PROMESSAS

JUACY DA SILVA

Parece que o estoque de pirotecnia do Palácio dos Planalto está longe de esvaziar-se. Acuada pelo clamor das ruas a Presidente Dilma está tentando, desesperadamete,  tomar a iniciativa das discussões e deslocar a agenda política, institucional do calor dos protestos populares e recoloca-la nos salões refrigerados de Brasilia.

Neste aspecto, acabou dando a volta por cima, apresentando-se ao povo como alguém que ainda pode conduzir o processo politico nacional, como lider e um bloco de poder com uma maioria esmagadora no Congresso Nacional.

Ao sentir-se sozinha ante o clamor das massas que demandam serviços públicos de qualidade, fim da corrupção, não aprovação da PEC 37, mais recursos para educação, saúde, segurança e educação, Dilma deu uma demonstração de que não vai jogar a toalha tão fácil assim.

Primeiro fez um pronunciamento em cadeira de rádio e televisão, louvando as manifestações  fazendo coro com as vozes das ruas e .como desdobramentos, convocou os Governadores e Prefeitos das Capitais, os integrantes do Movimento do Passe Livre e anunciou seus  cinco pactos. Na carona e no calor das manifestações ousou, de forma desarticulada, dizer que a saída política seria a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte exclusiva para realizar as reformas políticas, meio a Hugo Chaves, no que foi rechaçada  por todos os setores da sociedade, tendo que voltar atraz.

Os cinco pactos, que já estão sendo criticados por diversos setores internos e até mesmo no exterior, envolvem as áreas de saúde, onde a grande novidade é a importação de médicos e o comprimisso de alcançar 35 mil novos medicos em cidades hoje desasistidas ,que além de medicos não possuem hospitais, laboratórios, medicamentos , enfim, estrutura para que os médicos e profissionais da saúde possam exercer suas funções. Enquanto o Governo Dilma  deixa de arrecadar 170 bilhões de reais (estimative para 2013), a saúde está a beira da falência.

Outro  PACTO anunciado é a educação, prometendo utilizea 100% dos royalties do petróleo para esta área, mas que o congresso acabou aprovando também na quarta feira a noite 75% para a educação e 25% para a saúde. Mas tudo isto ainda dependerá dos orçamentos futuros

O terceiro é o PACTO DA MOBILIDADE onde a promessa de destinar 50 bilhões soa como irreal, porquanto nem mesmo os programas existentes e constantes do orçamento da União  conseguem deslanchar. A Presidente apenas anunciou uma quantia grandiosa  deixando de dizer de onde virão e para onde irão tais recursos.

A nossa Presidente estava tão afobada para apagar a fogueira das ruas que nem se lembrou de falar de forma mais detalhada como seria um pacto pela segurança, para acabar com a violência e a bandidagem que assolam o país e aterrorizam o povo.

Enfim, parece que o Palácio do Planalto deseja, na verdade, é a desmobilização das massas e usar as velhas estruturas e pessoas já totalmente desacreditadas pelo povo para conduzir um processo de mudanças, apesar de que seu governo caminha para o fim. Este não deveria ser o momento de propor nada de novidade, mas sim de implementar e realizar o que prometeu na campnha e consta de seus programas de governo. Enfim,  o povo clama por mais ação e menos promessas!

JUACY DA SILVA, professor universitário, mestre em sociologia, colaborador de A Gazeta. Email professorjuacy.yahoo.com.br

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