quinta-feira, 30 de maio de 2013


DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE 2013

JUACY DA SILVA

No próximo dia 05 de junho (quarta feira) será dedicado `as comemorações pelo DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE. O Programa das Nações Unidades para o meio ambiente – PNUMA, ou a sigla em ingles UNEP, a cada ano escolhe um tema para orientar as ações relativas a esta data. O tema escolhido para2013 foi “ PENSAR. CONSUMIR. CONSERVAR”; mas na verdade o foco da campanha é na questão do desperdício de alimentos enquanto milhões  de pessoas passam fome ou continuam morrendo de desnutrição em todos os países.

Segundo dados da FAO, da UNEP e de várias outras oranizações internacionais e nacionais, a cada ano são desperdiçadas 1,3 bilhões de toneladas de alimentos, enquanto 14,3%  da população mundial passa fome. Em 2011 a população mundial era de 7,0 bilhões de habitantes e a fome fustigva um bilhão de pessoas.

Também no Brasil, apesar dos esforços e dos programas governamentais de combate `a fome ,`a miséria e pobreza, um grande contingente ainda vive sob o impacto da fome enquanto o país está incluido entre os que mais produzem alimentos de um lado e de outro entre os que apresentam uma das maiores taxas de desperdício de alimentos e de outros recursos.

A população brasileira em 2011 era de 193,9 milhões de habitantes e se os mesmos índices médios de pessoas vivendo na pobreza e passando fome forem os referidos pelos organismos internacionais, ainda existem no Brasil 27,7 milhões de pessoas afetadas pela fome, um contingente bem maior do que as estatísticas e a propaganda govenamental ostentam.

O Brasil é o quinto país do mundo em população e a sétima economia, caminhando para dentro de algumas décadas atingir a quinta posição. Todavia, ainda ostenta índices de ineficiência no sistema produtivo, no sistema de armazenamento, no sistema de transporte, de abastecimento  e de desperdício em todos os setores que contribuem para o agravamento dos chamados problemas sociais, onde a fome e a miséria ainda estão muito presents, principalmente nas periferias urbanas, na zona rural e no Nordeste. Vale dizer uma grande massa de pobres para continuarem sendo explorados e manipulados politicamente.

O desperdício de alimentos tem um efeito cascata sobre os demais fatores de produção e setores econômicos, sociais, políticos e ambientais.  O desperdício afeta as pessoas que estão famintas diretamente , o meio ambiente pois acaba destruindo recursos  naturais como solo, sub-solo, água, vegetação, biodiversidade. Além disso o desperdício também interfere na formação de preços, reduzindo a oferta , gerando escassez e aumentando o preco dos alimentos, impedindo que os pobres possam comprar comida devido os baixos rendimentos de um lado e a escalada dos preços de outro.

Para avaliar o impacto do desperdício de aliementos , que varia no Brasil entre 30 a 50% de acordo com vários estudos da EMBRAPA, do IBGE, de Universidades e institutos de pesquisa, podemos tomar, por exemplo, o consumo de água para produzir alguns alimentos e perceber que este desperdício afeta uma cadeia de recursos ambientais. Para se produzir um litro de leite são consuidos mil litros de água; para a produção de um quilo de carne são necessários dez mil litros de água, a produção de verduras,legumes e frutas consome mais água do que a produção de arroz e feijão, por exemplo.

A produção de alimentos ocupa 25% das áreas habitáveis no mundo; 70% da água potável; é responsável por 80% do desmatamento e por 35%  da emissão dos gases que provocam o efeito estufa  e contribui para as mudanças climáticas e é o maior responsável pela destruição da biodiversidade do planeta, além da poluição de rios, lagos e oceanos, principalmente pelo uso  intensive e indiscriminado de agrotóxicos, fertilizantes, pesticidas e outros produtos químicos nocivos `a saúde e vida humanas.

Desta forma, combater o desperdício de alimentos é uma forma de recuperar e evitar a destruição do meio ambiente e ao mesmo tempo uma forma mais efetiva de salvar o planeta. Oxalá as comemorações mundiais e também no Brasil do DIA DO MEIO AMBIENTE seja uma oportunidade real  para refletirmos sobre o que desejamos para nossa geração e para as gerações que vão nos suceder. Precisamos lutar por um consumo responsável e sustentável, antes que seja tarde demais.

JUACY DA SILVA, professor  universitário, UFMT, mestre em sociologia, colaborador/articulista de A Gazeta há mais de 19 anos. Email professor.juacy@yahoo.com.br Twitter@ profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

segunda-feira, 27 de maio de 2013


DESAFIOS URBANOS DE CUIABÁ E VÁRZEA GRANDE

JUACY DA SILVA

Dentro de seis anos Cuiabá, a outrora “cidade verde”, estará festejando seus 300 anos, quando deverá ter uma população total estimada de 630 mil habitantes, dos quais 622 estarão vivendo na área urbana e apenas oito mil na zona rural. Juntamente com Várzea Grande, a capital integra o Aglomerado urbano, praticamente apenas uma única cidade, tendo o Rio Cuiabá como elemento para separar  o território dos dois municípios.

Por decisão política, através da Lei Complementar  estadual 359, de 28 de Maio de 2009, (há exatos quatro anos) foi criada a Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá, incluindo, além de Cuiabá e Várzea Grande os municípios de Nossa Senhora do Livramento e Santo Antonio do Leverger. Em consequência foi tornado abolida a vigência da Lei Complementar 83, de 18 de maio de 2001, que havia criado o Aglomerado Urbano Cuiabá/Várzea Grande.

Tanto Cuiabá quanto Várzea Grande experimentaram um crescimento populacional, principalmente urbano, acelerado a partir de 1970 até final da década de 90, passando a declinar este rítmo a partir de 2000, com tendência a estabilizar este crescimento populacional  em 2030, seguindo a mesma tendência verificada e estimada para o crescimento demográfico brasileiro.

Entre 1970 e 1980  o crescimento da popuação urbana de Cuiabá foi de 173,8% e entre 1980 e 1991 aumentou em 99,8%%, tendo passado de 198 mil habitantes para 396 mil habitantes. Esta ‘explosão”  urbana é reduzida drasticamente entre 1991 e 2000 quando o crescimento foi de apenas 20,4% e de 23,5% entre 2000 e 2010.

Em relação `a Várzea Grande, o crescimento da população urbana seguiu um rítmo mais acelerado. Em 1970 a populacão urbana era de 13,5 mil habitantes, em 1980 passou para 72 mil (uma verdadeira explosão demográfica, na ordem de 433%), atingiu 157,4 mil em 1991; passou para 211,3 mil em 2000 chegando a 251,6 mil no ultimo censo (2010),  estimando-se que atinja 310 mil habitantes em2020.

Em 2020 os índices de urbanização atingirão 98,7% em Cuiabá e 98,9% em Várrzea Grande. Quanto aos dois outros municípios da Região Metropolitana (Santo Antônio do Leverger e Nossa Senhora do Livramento) tanto o peso da população total quanto da urbana não seguem o mesmo rítimo de Cuiabá e de Várzea Grande.

Desta forma, os grandes desafios urbanos que tanto Cuiabá quanto Várzea Grande enfrentam e enfrentarão nas próximas décadas são bastante semelhantes e a solução dos mesmos só poderá ser encontrada através da criação de mecanismos de definição e implementação de políticas públicas articuladas e realizadas concomitante e isto só pode ser atingido através da implantação efetiva da Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá, incluindo a recuperação e despoluição do Rio Cuiabá, antes que o mesmo tenha o mesmo destino do Rio Tietê, transformando-se no maior esgoto a céu aberto do Centro-Oeste brasileiro e contribuindo para a degradação do Pantanal.

A origem, perpetuação e agravamento dos problemas urbanos de Cuiabá e Várzea Grande decorrem de alguns fatores como: a) crescimento demográfico acelerado ; b) forma do uso e ocupação do solo urbano onde se destacam o processo caótico, desordenado e irregular, através de invasões, grilos e também de loteamentos clandestinos e em desrespeito `as normas urbanisticas e legislação em vigor em cada época; c)ausência de planejamento com visão de médio e longo prazo; d) falta de investimentos públicos em setores vitais e fundamentais ao desenvolvimento urbano tais como abastecimento de água, saneamento básico, infra-estrutura viária,  pavaimentação, transporte público, iluminação pública, coleta e destinação de resíduos sólidos, habitação e geral e habitação popular; e)especulação imobiliária, com a manutenção de grandes vazios urbanos, fruto da localização de projetos hbitacionais públicos construidos em áreas distantes do centro e sem qualquer infra-estrutura, impondo aos moradores a necessidade de pressão para que os poderes públicos atendam tais demandas.

Outro desafio atual que se originou da forma desordenada como ocorreu a expansão urbana em Cuiabá e Várzea Grande é a degradação ambiental, com a ocupação de áreas verdes, reservas legais de loteamentos, áreas de preservação e de proteção ambientais,  transformação de dezenas de córregos em esgoto a céu aberto,  tudo isto ante o olhar passivo, omissão dos poderes públios e de autoridades que deveriam exercer o poder de polícia dos cargos ocupados. Enfim, essas formas ilegais e desorganizadas de expansão urbana muitas vezes eram estimuladas de forma eleitoreira por políticos ávidos pela caça de votos e pela manipulação dos anseios e necessidades de uma população pobre e marginalizada.

Finalmente, outro fator que agrava ainda mais tais problemas é a descontinuidade das ações de governo e a falta de articulação entre as ações do Governo Federal, Estadual e municipais, onde o governo local é quem menos detém o poder de decisão em relação `as políticas públicas.

Acredito que esses desafios/problemas deveriam ser melhor discutidos durante a 5a. CONFERÊNCIA NACIONAL DAS CIDADES, a realizar-se nesta semana em Cuiabá.

JUACY DA SILVA, professor  universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, colaborador/articulista de Hipernoticias. Email professor.juacy@yahoo.com.br  Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

 

CONFERÊNCIA DAS CIDADES EM CUIABÁ

LOCAL: HOTEL FAZENDA MT –COXIPÓ

DIAS: 28 (TERÇA FEIRA) COM INÍCIO AS 18:00HS E 29 (QUARTA FEIRA) INÍCIO AS 8:00HS DA MANHÃ E TÉRMINO AS 18:00HS, COM ELEIÇÕES DOS DELEGADOS PARA A CONFERÊNCIA ESTADUAL.

TEMA BÁSICO: QUEM  MUDA A CIDADE SOMOS NÓS: REFORMA URBANA JÁ!

HAVERÁ ALMOÇO GRATUITO PARA OS PARTICIPANTES.

DIVULGUE, COMPARTILHE ESTA INFORMAÇAO. PARTICIPE. FALE, DISCUTA, DÊ SUGESTÕES.

SÓ ASSIM PODEMOS FORTALECER A DEMOCRACIA, TORNAR EFETIVA A PARTICIPAÇÃO E O CONTROLE POPULAR E SOCIAL NA DEFINIÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS E NAS AÇÕES DE GOVERNO E CONSTRUIRMOS UMA CIDADE DESENVOLVIDA, SUSTENÁVEL E COM QUALIDADE DE VIDA PARA TODOS.

domingo, 26 de maio de 2013


SEMEANDO IDÉIAS PARA CONSTUIR UM PAÍS DECENTE, DESENVOLVIDO, JUSTO, SOLIDÁRIO, LIVRE DE DROGAS, VIOLÊNCIA, CRIME ORGANIZADO, CORRUPÇÃO, INCOMPETÊNCIA E DEMAGOGIA!

                                 

JUACY DA SILVA, M.Sc. Sociólogo




Skype professor.juacy Twitter@profjuacy

Professor fundador, titular e aposentado UFMT(Universidade Federal de Mato Grosso). Conferencista,  estudioso/analista de questões nacionais, regionais e internacionais. Colaborador/articulista de jornais, revistas, sites, blogs e outros veículos de Comunicação.

quinta-feira, 23 de maio de 2013


DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO URBANO

JUACY DA SILVA

Atualmente 163 milhões de pessoas, 85% da população brasileira,  vivem nas cidades. Esta concentração urbana tem ocorrido de forma acelerada: em 1960 a população rural era de 39 milhões de pessoas e a urbana de 32 milhões. Entre as décadas de 1970 e 80 o crescimento urbano foi de 62,8% e nada  década seguinte foi de 57,4% e desde 1991 tanto os índices de crescimento demográficos em geral quanto da população urbana tem declinado de forma significativa, indicando que o tamanho da população brasileira deverá se estabilizar entre 2030 e 2040, quando o índice de urbanização deverá atingir 95%, totalizando 211 milhões de pessoas vivendo nas cidades e apenas 11 milhões no meio rural.

Uma característica verificada no mundo todo e também no Brasil é a concentração da população em grandes regiões metropolitanas, aglormerados urbanos, nas capitais dos estados ou províncias e nas chamadas grandes e médias cidades, essas com população acima de 500 mil pessoas.

Esta concentração demográfica em espaços reduzidos se por um lado reduz os custos de obras e serviços  urbanos, de outro aumenta a pressão popular por melhores condições de vida e passa a funcionar como uma “ panela de pressão”, onde as expectativas, as aspirações e os desejos das grandes massas servirão como combustível para protestos e revoltas generalizadas e muita pressão política sobre os governantes e os aparatos do Estado, principalmente os aparelhos de repressão, tanto para conter a ira popular quanto para tentar oferecer o mínimo de dignidade para milhões de pessoas que vivem e continuarão a viver `a margem da sociedade.

Além desses aspectos, os desafios da vida urbana passarão a exigir cada vez mais e maiores investimentos em todos os setores como infra-estrutura física, sistemas viários, saneamento básico (abastecimento de água, esgoto, coleta de lixo, limpeza pública), mobilidade urbana, acessibilidade, trânsito, transporte público, uso e ocupação do solo, habitação dígna, desenvolvimento econômico para a geração de oportunnidades de trabalho e renda compatível com as necessidades da população.

De forma semelhante, os chamados setores sociais também estarão demandando serviços de qualidade nas áreas da educação, da saúde, do esporte e lazer, da cultura e, o mais importante no caso brasileiro, a tão sonhada segurança pública para que as pessoas de bem, os trabalhadores possam desfrutar de paz, do direito de ir e vir, de viver livres das drogas, da violência e do império do crime organizado.

Boa parte ou com certeza a maior parte dos problemas que afetam a população em geral e de quem vive nas cidades em particular decorre da incompetência dos governantes em pautarem suas ações políticas e de governo em um planejamento articulado, de médio e longo prazo, ou o chamado planejamento estratégico, única forma de perceber a inevitabilidade deste processo de urbanização e anteciparem-se aos problemas. Isto significa que não basta ouvir os clamores da população ou suas sugestões quando de processos coletivos de participação como as conferências de cidades, de saúde, de assistência social, de educação, de desenvolvimento regional e assim por diante.

É necessário que na definição dos orçamentos públicos, na elaboração de planos e programas nacionais, estaduais ou municipais o povo seja de fato ouvido, mas também que as ações de governo, as obras e serviços públicos sejam de qualidade, a preços justos e não super-faturados através de aditivios contratuais que representam uma burla em relação aos gastos públicos. Que sejam definidas as prioridades que mais interessam a população e que o dinheiro público advindo de uma das maiores cargas tributárias do mundo não seja aplicado em obras faraônicas, em elefantes brancos e nem desviados pela corrupção.

Só assim tem sentido falar-se em participação e controle social, em políticas nacionais, em sistemas de acompanhamento, avaliação e controle, em  ética no serviço público. Se assim não for, nada muda e o sofrimento e a revolta do povo aumentará agravando o caos urbano em que vivemos atualmente!

JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador e titular UFMT, mestre em sociologia , colaborador de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy