sexta-feira, 25 de julho de 2014


REVIRAVOLTA POLITICA EM MT

JUACY DA SILVA

Costuma-se dizer que todas as renúncias ou outros atos extremos causam impactos profundos não apenas  nas vidas dos personagens centrais desses dramas, mas  também de outros que lhes  estão próximos.Tanto a renúncia quanto o suicídio são atos heróicos e assim devem ser entendidos.

Na história política brasileira tivemos dois atos extremos que causaram grandes impactos na vida nacional. Em Agosto de 1954, ante uma onda de denúncias de corrupção envolvendo seu governo, o então presidente Getulio Vargas colocou fim a própria vida com um tiro no peito. Por pouco o país não afundou em uma Guerra civil.

Mesmo  com este trágico desfecho a crise que rondava o governo e o país não  desapareceu  e continuou se apofundando, tanto no decorrer do governo JK e agravando com a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, que novamente quase chegou a Guerra-civil, indo desembocar na intervenção militar menos de tres anos depois (Março de 1964). O resto da história todos conhecemos.

Todavia, nem  a  carta testamento e muito menos a curta nota deixada por Jânio Quadros contemplavam as verdadeiras razões deixando ao imaginário popular e aos analistos políticos encontrar as motivações intimas para essas extremas decisões.

Feito este intróito, podemos  tentar entender o que levou o Senador Jayme Campos a renunciar a sua candidatura, considerada até nesta data como favorita a única  vaga ao Senado em disputa, chegando a liderar com mais de 55% das intenções de votos.

Em sua nota o Senador Democrata apresente quatro razões: 1) falta de unidade na coligação que tem o também  senador Pedro Taques como candidato a governador; 2) sentimento de desconforto por estar sendo boicotado por determinadas lideranças e partidos da própria coligação, leia-se , Prefeito Mauro Mendes e PSB; 3) falta de ética e deslealdade, em sua nota diz textualmente “alguns partidos e determinadas lideranças não agiram de forma ética e não se comportaram como aliados”;  4) situação de desconforto com esta  situação , que na verdade se refere ao fato de que seu nome não estava sendo colocado na publicidade de alguns candidatos da coligação.

Além da nota também devem ter pesado na decisão do senador, o fato do Prefeito de Cuiabá tudo ter feito para emplacar o nome do deputado federal Wellington, como candidato ao senado quando a vaga, já havia sido articulada pelo senador Pedro Taques como sendo para o representante  do DEM na coligação, aliado de primeira hora do candidato a Governador.

Logo após o fracasso desta  tentativa o representante do PR  retornou ao seu ninho natural que era  o grupo que  atualmente ocupa o Palácio Paiaguás, ao lado do PT e PMDB, que também  sofreu a perda do PSD, após a rasteira aplicada no vice-governador Chico Daltro e por tabela também ao ex-Juiz Julier.

Emplacado candidato a senador pela coligação detentora do poder estadual, coube ao já candidato ao Senado Wellington Fagundes, dizer claramente que teria o apoio dos Prefeitos Percival Muniz, de Rondonópolis e Mauro Mendes, de Cuiabá, declaração não desmentida por nenhum dos dois de forma clara e enfática. Isto significava que estava havendo traição ao senador Jayme Campos   e gerando realmente muito desconforto ao mesmo, podendo desembocar em sua derrota para o senado.

Segundo alguns  analistas e noticiário da imprensa, como forma de retribuir o apoio que o  prefeito Mauro Mendes está dando a sua candidatura ao Senado, o atual  deputado Wellington Fagundes, está  também traindo o compromisso feito com o deputado estadual Jota Barreto, para que o mesmo viesse a ocupar seu espaço, principalmente nas  regiões de Rondonópolis e leste. Em vez disso Wellington , segundo as mesmas fontes, estaria  apoiando Fábio Garcia, o candidato do prefeito de Cuiabá  e do PSB  `a Câmara Federal. Pelo visto a trairagem é uma das marcas dessas alianças exdrúxulas  ou ajuntamentos de ocasião em  que se tornou a política nacional. Isto ocorre em todos os Estados e não apenas em MT, para desencando dos eleitores e da democracia, onde  tudo não passa  de um grande jogo de cena.

Diante deste quadro coube ao mesmo , de forma clara e como um ato de heroismo abdicar de sua postulação, podendo isto gerar novas situações  não apenas  na eleição para o senado como também afetar a corrida ao Paiaguás, com reflexos negativos para Pedro Taques, a quem caberia ter dado um rumo diferente desde o início da formação das alianças e coligação que tentam  leva-lo a vitória. Este  fato ainda vai  render muito.

JUACY DA SILVA, professor universitário, aposentado UFMT, mestre  em sociologia. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

 

quarta-feira, 16 de julho de 2014


O CUSTO DA BANDIDAGEM

JUACY DA SILVA

Passado o fiasco da COPA, que culminou com a histórica  goleada de 7 a um para a Alemanha, agora tetra campeã, já é tempo do povo brasileiro acordar do sonho ou ilusão que durante os últimos quatro anos foram alimentados pelo marketing do governo e de grande midia e ter a coragem de confontrar-se com a dura realidade do dia-a-dia.

Este é um momento mais do que oportuno pois dentro de poucos meses teremos eleições para  escolha de novos, espero que realmente novos, governantes, os quais tenham competência, capacidade e coragem para oferecer ao país um novo modelo de governo, com planejamento, ética na gestão pública e o estabelecimento de prioridades verdadeiras, as quais são necessáarias para o delineamento de um novo modelo de desenvolvimento econômico, social e politico, onde o Estado não seja aparelhado por partidos  politicos e grupos de interesse e que a corrupção não seja uma pratica tão comum na administração pública.

Este  artigo não trata do custo da bandidagem de colarinho branco e nem da criminalidade politica, mas apenas da chamada bandidagem comum ou os delinquentes pés de chinelo,que roubam, assaltam a mão armada, assassinam, estupram e cometem outros atos de violência que tanto aterrorizam a população brasileira, vitima da impunidade ,  da omissão ou conivência do Estado. Vale a pena destacar que as  armas dos criminosos de colarinho branco são as canetas, os aparelhos telefonicos e os computadores, mas também tem um altissimo custo aos cofres públicos.

Na ultima terça feira, 15 deste mes de julho, o Jornal A Gazeta, de Cuiabá, veiculou uma ótima  e oportuna reportagem  realizada pela jornalista Bruna Pinheiro, sob  o titulo “Gasto com saúde é menos do que 1% do custo com preso”. Por si, a  manchete induz `a conclusão de que a saúde pública não e prioridade de nossos governantes, em todos os planos: federal, estadual e municipal, razão pela qual todas as pesquisas de opinião indicam que 78% da população brasileira, principalmente os mais de 150 milhões de brasileiros que dependem apenas do SUS para  tratamento de saúde encntram-se indignados  pelo descaso e desrespeito como são tratados.

Em 2013, após a seleção brasileira ter conquistador a COPA DAS CONFEDERAÇÕES, a presidente Dilma pegando carona no sucesso da nossa seleção, dizia ufanisticamente que seu governo tinha “padrão Filipão” e agora, ante o fracasso da seleção e do mesmo técnico tenta  desvincular  seu governo desta hmilhação, mas pouco diz que justifique o caos que continua na saúde, a escalada da violência, a educação de baixa qualidade, a corrupção que anda de vento em popa, a infra-estrutura completamente sucateada, a  área da energia elétrica que beira o apagão e assim  por diante.

No contexto da violência  um capitulo especial deve ser dedicado ao Sistema prisional brasileiro, que se aproxima muito das prisões e dos calabouços da idade media, uma especie de ante-sala do inferno, de onde quem dali sai em torno de 75% voltam a vida da criminalidade. O Sistema prisional não reeduca e nem recupera os presos ou internos para  um novo convivio social; parece muito mais com uma universidade do crime do que qualquer outra coisa.

O crescimento da taxa  de detentos no Brasil entre 1995 e 2014 chega a 205,3%,enquanto o aumento populacional foi de apenas 34%.  O numero de presos em 2005 era de 361 mil  e em 2013 chegou a 548 mil. O Brasil ganhou a copa do número de assassinatos em 2013, com 56.337, mais do que  India   que tem mais de 1,1 bilhões de habitantes, ou dos EUA que tendo uma população de mais de 316 milhões registrou apenas 11.827 homicidios.

O custo anual de um preso no Sistema prisional comum é de R$29.400,00 e nas prisões de segurança maxima é de R$57.600,00. A construção de uma prisão de segurança máxima para 208 celas e de R$34,8 milhões de reis. O Brasil gasta mais de 30 bilhões de reais por ano para manter pouco mais de meio milhão de presos e apenas 106 bilhões de reais para atender 150 milhões de usuários do SUS. Alguma coisa anda errada neste pais, todo mundo percebe, somente quem não vê  isto são nossos governantes! Isto é uma lastima!

JUACY DA SILVA, professor universitario, aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br  Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

quinta-feira, 10 de julho de 2014


A COPA DAS COPAS

JUACY DA SILVA

A derrota humilhante que a seleção brasileira de futebol  sofreu  perante a Alemanha por 7 x 1, a maior desde 1920, há quase cem anos, vai contribuir para reforçar a imagem negativa que o Brasil tem internamente e no exterior.

Durante mais de quatro anos o Brasil se preocupou em cumprir os ditames do caderno de encargos da FIFA, construindo estádios lindos, super-faturados, verdadeiras obras faraônicas, muitas das quais vão se transformar em elefantes brancos; obras de mobilidade urbana, muitas  das quais, como o VLT de Cuiabá, que só deverão  estar concluidas, Deus sabe quando.

O mais importante que deveria ser feito e acabou não o sendo, foi a constituição  de uma equipe com capacidade de encarar os grandes adversários que acabam sempre chegando `as últimas  etapas, seleções bem organizadas, bem entrosadas, que jogam na busca de resultados e com um objetivo em mente, conquistar a taça. Ao longo dos  jogos, desde a fase inicial, quando o Brasil sofreu para segurar  um empate com o México ou depois nos jogos contra o Chile e Colômbia, quando o fator sorte  esteve do lada da seleção brasileira, o desemprenho do Brasil  foi muito aquém de um país que estava mobilizado para conseguir o tão sonhado hexa.

Para o Governo Federal e inúmeros outros governantes quem colocava em dúvida esta conquista era taxado de anti-patriota, os pés  frios, os que torcem contra, enfim, o importante era formar uma “corrente, pra frente Brasil”, slogam bem batido durante o período militar quando o Brasil conquistava campeonatos e a seleção era respeitada.

Outro slogam criado pelo marketing manipulador do governo era a figura do Brasil  como a “Pátria de  chuteiras”, que acabou sendo transformado em Brasil de joelhos como estampa a manchete  do Jornal A Gazeta, ou Brasil humilhado e assim por diante.

Mesmo com o desempenho mediocre nas fases iniciais a Presidente Dilma bem que tentou pegar carona na euforia do povo brasileiro, que torcia, se contorcia, cantava, chorava e gritava, como modo de empurrar o time. Prova disso foi sua breve recuperação nos índices de preferência na corrida eleitoral demonstrado pela  recente pesquisa do Instituto Data Folha.

Todavia, tanto no jogo de abertura, em que o Brasil sofreu para derrotar a Croácia, quanto no de ontem quando foi humilhado pela Alemanha, a nossa presidente foi alvo de vaias e até xingamento, além de atos de violênncia que ocorreram em várias partes do Brasil, fruto da frustração e revolta do povo com este grande fiasco nacional que vai enriquecer outras manchetes negativas conquistadas pelo governo  federal em diversas áreas.

Duante  semanas a cúpula do governo discutia internamente se a Presidente deveria ir ao Maracanã para assistir a final da copa da Fifa e entregar a taça `a seleção campeã, que sempre imaginava-se fosse o Brasil, tendo  em vista a possibilidade de a Presidente ser alvo de manifestações hostis , incluindo vais e mais xingamentos, a serem compartilhados pelo Presidente da FIFA, que anda também envolvida em falcatruas e corrupção, tanto em relação a escolha  do Catar  para ser sede da COPA de 2022, quando as quadrilhas que comercializavam ingressos VIPs.

Segundo notícias desses últimos dias, a Presidente deverá ir ao Maracanã para entregar a taça ao novo campeão do esporte das multidões, mas corre  um grande risco de ser  vaiada. A derrota do Brasil para a Alemanha deverá  ter influência nas eleições de outubro por dois motivos, primeiro os marqueteiros do PT , da Presidente e seus aliados não poderão maniupular a energia do povo a seu  favor, segundo, as frustrações com esta derrota  vão contribuir para que o povo deixe de ser anestesiado pela política do pao e circo e acorde para a realidade.

De um sonho acalentado durante mais de uma década, o povo  está acordando em meio a  um grande pesadelo fruto da falta de rumo e mediocridade do atual governo, onde as mazelas sociais como o caos na saúde, a escalada da violência, educação de baixa qualidade, infra-estrutura deteriorada,   desindustrialização, a inflação, o aumento da dívida pública, uma burocracia paquiderme e  corrupção endemica afligem a população brasileira.

JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, meste em sociologia, Email professor.juacy@yahoo.com.br  Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

sexta-feira, 4 de julho de 2014


O FUZUÊ POLÍTICO E ELEITORAL

JUACY DA SILVA

Estamos nos aproximando das eleições de outubro de 2014. Na, última  segunda feira, 30 de junho, foi o prazo final para que os partidos e coligações realizassem suas convenções para a esolha dos candidatos a Presidente da República, Senadores, Governadores , deputados federais e estaduais.

A organização política no Brasil é marcada pela falta de coerência, acordos  muitas vezes pouco transparentes, muito oportunismo e um emaranhado de partidos sem princípios claros e bases ideológicas e filosóficas que constam apenas de seus estatutos e jamais representam um rumo em termos de construção de um projeto nacional de desenvolvimento.

Faz parte do senso comum a idéia de que existem quatro ou cinco grandes partidos, alguns de tamanho e representatividade média e quase duas dezenas dos chamados partidos nanicos  ou legendas de aluguel. Durante os acordos para a formação das coligações, dos blocos e frentes é comum entrar  como moeda de troca o famoso caixa dois, que até o um ex-presidente reconhecia e achava normal, apesar desta prática ser considerada um crime eleitoral e  também o tempo de propaganda eleitoral obrigatória que os partidos tem direito a ser veiculada na TV, radio e outros meios de comunicação.

Na esfera legislativa, em todos os níveis,  desde as câmaras  municipais, passando pelas assembléias legislativas até chegar ao Congresso Nacional, mesmo que os detentores do cargo executivo de prefeito, governador e presidente da república não contem  com maioria de base parlamentar formada durante as eleições, isto não é problema, com alguma maestria e outras vantagens que a população sabe que existe mas que nem sempre é possível comprovar, o poder executivo acaba formando maioria, mantida `as custas de favores,  barganhas, loteamento de  cargos, favorecimento em licitações ou até  mesmo o pagamento de propina com dinheiro surrupiado dos cofres públicos.Vide mensalão e outros escândalos recentes!

Quando das investitações de práticas de corrupção, é comum a Polícia Federal ou o Ministério Público Federal ou estadual acabar gravando ou filmando tais negociatas, o que não deixa de ser uma vergonha para a política brasileira. Tendo a impunidade, a existência de privilégios , incluindo foro especial e a morosidade da nossa justiça, a corrupção está presente no cenário politico brasileiro desde o lançamento das  candidaturas, a realização das  eleições com a compra de votos e o uso vergonhoso da máquina pública a favor dos candidatos a reeleição quando no executivo ou de parlamentares que fazem parte da  base do governo, em todas as instâncias.

Outra excrescência ou incongruência da vida política brasileira são as alianças partidárias. Em todas as instâncias da vida nacional, municípios, estados e união, o poder legislativo tem dois  grandes blocos, de um lado os partidos que apoiam o governo e agem de forma totalmente subserviente aos ditames do detentor do poder executivo formam o bloco majoritário e de outro, os partidos que não se alinham com o governo formam o bloco de oposição.

Geralmente a formação desses blocos transcendem os posicionamentos doutrinários e ideológicos como no caso atual, em que a presidente  da República e alguns governadores  são filiados ao PT e fazem alianças com partidos considerados de direita como PP, PR,  PSD,  trabalhistas  e grupos de interesse diversos como  usineiros, latifundiários, muitos políticos acusados de corrupção, além do PMDB  que ao longo dos últimos 25 ou quase trinta anos está sempre no   governo, pouco  importando quem seja o governante de plantão, de Sarney, passando por Collor/Itamar, FHC, Lula e atualmente com Dilma.

Para aumentar este fuzuê os palaques estaduais representam uma verdadeira salada ou mixórida, onde o que conta  mesmo são os interesses imediatos de alguns candidatos, caciques e donos de partidos, jamais o interesse da população, dos estados ou do país.

Para  finalizar ainda existe o problema de candidatos sobre quem pesam acusações e investigações por prática de corrupção, gestão temerária e outros delitos mais,  dificultando ao eleitor  uma escolha verdadeira, pois entre tantas mazelas o voto consciente, no sentido de evitar o voto em politico ficha suja é um dos maiores desafios da democracia brasileiro ou a chamada democracia de fachada como eu a denomino! Isto é triste, mas e a realidade!

JUACY DA SILVA, professor universitário,  titular e aposetado UFMT, meste em sociologia.. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy