sexta-feira, 31 de outubro de 2014


Taques quer parceria com Dilma em MT

Comentário publicado no Jornal Diário de Cuiaba, 31/10/2014

Se o Brasil fosse um país sério, onde o governo federal realizasse uma gestão transparente, competente e não tivesse suas instituições públicas aparelhadas pelos partidos no poder, não precisaria de governadores e prefeitos ficarem de pires nas mãos, bastaria que o Governo Federal executasse o Orçamento Geral da União (OGU), onde constam os programas e projetos, sejam os a serem executados diretamente pelo governo federal ou em parceria pelos estados e municípios.

Afinal, os contribuintes de MT e de todos os estados do Brasil pagam seus impostos, independente de que partido esteja no poder. Se os recursos são públicos e pagos pelos contribuintes, um governo correto, ético, eficiente e transparente não deveria usar os recursos públicos para manipulação política. Não é favor algum que os governantes fazem quando aplicam corretamente os recursos públicos,é apenas  uma obrigação e um dever  constitucional a que  todos os governantes devem estar  submetidos.

O povo de MT e do Brasil não deve nenhum favor aos seus governantes, seja Dilma, seja quem for,  afinal os recursos destinados a todos os programas não são recursos do PT, da Dilma ou de qualquer governante, são recursos do povo, que, de sobra, paga um ótimo salário para que seus representantes trabalhem de forma honesta e competente!, o  que  geralmente não  tem acontecido  em nosso país.

Mas em se tratando de Brasil, onde as quadrilhas de colarinho branco e os governantes estão associados aos corruptos, tudo pode acontecer, até faltar $$$ para políticas públicas importantes como saúde, educação, segurança pública, infraestrutura, transporte coletivo, saneamento etc.

Todavia, parece que o povo está feliz, afinal teve a oportunidade de mudar o país e preferiu reeleger Dilma e seus aliados. Imagino que o Governador Pedro Taques e todos os demais não vão receber muita atenção do Governo Dilma, que será a continuação da mesma mediocridade, descaso  com a sorte dopovo e corrupção que vimos nesses quatro anos! Uma vergonha!

JUACY DA SILVA, professor Titular UFMT, aposentado, Cuiabá/MT

quarta-feira, 29 de outubro de 2014


VITÓRIA DE PIRRO

JUACY DA SILVA

Costuma-se dizer que uma vitória de pirro é quando o preço da vitória  e tão alto que praticamente representa  um grande prejuizo ao vencedor, fazendo-se  alusão ao  que havia  acontecido ao Rei Pirro, pouco tendo a comemorar.

Analisando os resultados  da eleiçào para Presidente da República, no segundo turno ocorrido no último domingo,, podemos dizer que a vitória de Dilma foi ,na verdade, uma vitória de Pirro, seja pela herança  maldita que ela vai receber de si própria, já que Aécio ficou livre deste abacaxi, que seria herdar um país em crise econômica, politica, social , ética e moral, caberá `a presidente  re-eleita descascar seu próprio abacaxi.

O Brasil todo assistiu  a mais vergonhosa  campanha  eleitoral de que se tem notícia em nossa  história  recente, quando as armas usadas pela candidata do PT foi a mentira, o engodo, o amedrontamento, a falta de ética para destuir não apenas a imagem mas  a biografia dos principais contendores, como Eduardo Campos, falecido no decorrer do processo eleitoral, depois MARINA que não chegou ao segundo turno e ,então, as baterias do PT, de seus aliados e da candidata Dilma voltaram-se  contra Aécio.

Mesmo vitoriosa eleitoralmente, Dilma  terá  uma base aliada no  Congresso Nacional ,principalmente na Câmara Federal, bem  menor; somente o PT e PMDB  perderam 29 deputados e alguns senadores, além do fato de que diversos parlamentares tanto do PMDB  quanto de outros partidos aliados já deixaram entrever  que não irão  fazer papel de “vaquinhas de presépio”, obedecendo cegamente aos ditames e vontades do Palácio do Planalto, prova disso  foi a derrota na Câmara  da proposta do Governo relativa aos conselhos populares

Outro aspecto foi a profunda divisão  politica, eleitoral, econômica e social que emergiu dessas eleições. Dilma ganhou de lavada  no  Nordeste, onde a pobreza e os baixos índices educacionais  são  bem piores do que a média nacional, onde o maior cabo eleitoral do governo tem sido a distribuição de migalhas que caem do orcamento público federal  representadas  pelo programa bolsa  família e outros programas assistenciais.

O Brasil mais desenvolvido, onde a populaçào é menos dependente do  assistencialismo governamental, os Estados  do Sul, Centro Oeste,  e Sudeste, com excessão de Minas Gerais  e Rio de Janeiro e alguns Estados da região norte, optaram pela candidatura  de Aécio, que representava  os anseios de mudança  de governo, de gestão, de visão de futuro e de dimensão  ética nas  ações Governamentais.

Dilma  terá  contra  si, a indignação  de uma população, principalmente nos Estados em que perdeu no Segundo turno e que paga uma enorme carga de impostos e não  recebe em troca  serviços públicos de qualidade. O caos na saúde, a baixa qualidade da  educação, o crescimento acelerado da violência, a falta de saneamento básico, a precariedade da infra-estrutura que  onera demasiadamente o setor produtivo, reduzindo o poder de competição  de nossas exportações, além  das  constantes denúncias de corrupção irão pesar  muito para a administração  que deve continuar igual ou pior do que nesses quatro anos que devem se encerrar em dois meses. A população  desses  estados terão a  consciência de que seus impostos são usados para alimentar uma máquina política eleitoral para beneficiar e manipular a população pobre do norte e nordeste, isto pode alimentar um conflito regional e social profundo.

Outro  aspecto  que serve  para  caracterizar o  resultado  desta  eleição como vitória  de Pirro   é  o fato de que no próximo mandato, muito mais do que neste que se finda, Dilma será refém do PT, de sua direção ávida por cargos e mutretas nos orgaãos de governo; será tutelada por   Lula que já começou a preparar a sua volta   nas eleições de 2018 e será  uma sombra permanente nas decisões de Dilma e,  finalmente, Dilma será  refém do novo Congresso, onde as negociações  serão muito mais no  toma lá  dá cá, de uma base que não aceitará o cabresto do Poder Executivo.

Por ultimo,como Dilma vai entregar  um governo para si mesma muito pior em termos de economia do que recebeu de seu criador e antecessor, com certeza a crise econômica  deverá  se  agravar e esta tênue  lua  de mel que está tendo com pouco mais  de 35% dos eleitores  que ainda  acreditaram  em suas promessas, mais cedo do que imaginamos deverão  fazer coro com a maioria que não acreditou em suas  propostas.  As  manifestações  populares e de massa estarão de volta nas ruas e praças  do Brasil

Resumindo, a crise vai ficar mais aguda e o Brasil  deve  esperar por dias mais difíceis, com mais conflitos , mais medo do que esperança quanto ao futuro. Nossa semelhança  com a Venezuela e Argentina está mais forte do que nunca!

JUACY DA SILVA,  professor univeritário, titular e aposentado UFMT, mestre  em socioloia, articulista de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br  Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O GOVERNO  DILMA


JUACY DA SILVA

Ao longo de 125 anos de República o  atual período de governo da Presidente Dilma, em termos econômicos,   foi o terceiro pior de  toda a história republicana, só perdendo em desempenho para os  governos de Floriano Peixoto e de seu atual aliado Collor de Mello,  até  mesmo o conturbado governo  Sarney, outrora considerado  por Lula como símbolo da corrupção federal e  nos últimos tempos um dos aliados preferenciais  de Lula e Dilma, experimentou crescimento do PIB muito maior do que nesses últimos quatro anos.

Com  certeza, Dilma vai deixar para seu successor  ou para ela mesma, caso seja reeleita,  um país  muito pior do que recebeu de seu criador e antecessor. As  taxas de inflação, tanto a atual quanto a acumulada nesses quatro anos superam  em muito todas as previsões  tanto do próprio governo   quanto de institutos de pesquisas e do Mercado,  sendo a maior entre as 20 maiores economias do mundo e também praticamente a mais elevada entre os BRICs.

Conforme  dados divulgados nesta semana, a inflação dos alimentos ultrapassou a 15,5%  nos últimos doze  meses e atinge  mais diretamente as famílias com menor poder aquisitivo, tendo em vista  que o peso dos alimentos nos gastos dessas familias é muito maior do que nas classes média e alta.

Desta forma, os “benefícios”, por  exemplo do bolsa família na  renda dessas  famílias, que são majoritariamente eleitores de Dilma, através de  um sistema  de compra indireta de votos e um sistema de patronagem,  acabam sendo comidos pela inflação em geral e a inflação de alimentos em prticular,  razão pela qual a redução da concentração de renda, conforme o índice de gini,  tem sido pífia  nos  últimos quatro anos, quando comparada  com vários outros países com peso  econômico iguais ou próximos do Brasil.

Outros indicadores como desempenho  no comércio internacional, contas pública, taxas de câmbio, balança comercial, taxas de juros, endividamento das famílias, inadimplência,  posição do país  em  raankings mundias de educação, infra-esturura também  têm  experimentado  revezes seguidos neste governo.

Nosso país ainda ocupa o último lugar em relação `a distribuição de renda entre as 30 maiores economias do mundo e o rítmo dessa  redução exigirá do Brasil mais de 40 anos para chegar aos mesmos índices que hoje experimentam a Coréia do Sul, Índia, Austrália, Turquia, China e Rússia, sem falar nos padrões  europeus, dos Estados Unidos e do Canadá. Para atingir o nível de distribuição de  renda desses últimos  países o Brasil vai precisar mais de 70  anos. Se  levarmos  em consideração apenas as regiões Nordeste e Norte, onde Dilma, Lula , o PT  e seus aliados venceram nas últimas eleições e no primeiro turno da atual  eleição, essas regiões vão necessitar de mais de um século para atingir os patamares atuais dos países  mencionados. 

Outra  marca do Governo Dilma  tem sido a incompetência,seja para executar o orçaento geral da união (OGU)  em várias áreas e programas,  incluindo investimentos públicos em geral, gastos com saúde, educação, saneamento, segurança pública, reforma agrária  e diversos outros setores. Ao  final de cada ano, nos últimos exercícios fiscais/orçamentários,  em diversos programas, órgãos  e funções  esta execução orcamentária  tem sido abaixo de 50%, ou seja, nem mesmo o orçamento aprovado pelo Congresso  Nacional o governo consegue aplicar Quem  desejar  verificar  tais dados basta entrar  nos sites do Ministério da Fazendo ou do Tesouro Nacional e vai encontrar  os dados constantes dos relatórios daqueles organismos oficiais.

Desde o início do Governo Lula e do atual de Dilma, praticamente entrre 45% a 49% dos recursos orçamentários da União têm sido usados apenas para  pagamento de juros, encargos, serviços e um mínimo de amortização da dívida pública  interna  e externa. Em doze anos só  esses gastos somaram  quase dois trilhões de reais, enquanto a dívida total passou de pouco mais de 680  bilhões  quando Lula assumiu,  no final deste ano  deverá atingir próximo de 2,4  trilhões de reais.

Esta é a maior razão pela alegada falta de recursos para todas as  áreas como saúde, educação, segurança pública, saneamento, reforma agrária, cultura  e outras mais. Existe  um verdadeiro paradoxo, nunca a carga tributária  chegou ao nível em que está  hoje, em torno de 38,5% do PIB  e  uma das maiores do mundo e o baixo desempenho dos oganismos públicos, sempre sob a alegação de falta de recursos.

Finalmente,  não podemos deixar de mencionar outra marca do atual governo que são as obras federais paralizadas, atrasadas,  a grande maioia por motivos  ou suspeitas de sobreprêco ou super-faturamento, várias delas embargadas pelo  Tribunal de Contas da União, da CGU  ou outros organismos de controle interno ou externo. Esta é a porta que acaba levando a corrupção, confome  ficou constatado durante os processos do MENSALÃO  e do que está acontecendo nos últimos anos na PETROBRÁS, onde verdadeiras quadrilhas formaram carteis   em associacão com ladrões de colarinho branco, indicados pelo governo , que dilapidam a maior empresa pública brasileira.

Parece que não existem grandes perspectivas de dias melhores para nosso país,  a não ser que os ventos da mudança possibilitem que tais práticas marcadas pela incompetência e pela corrupção sejam banidas  da gestão pública brasileira. Esta é  a grande  esperança nessas eleições.

JUACY DA SILVA, professor  universitário, titular e aposentado UFMT, mestre  em sociologia, articulista do Jornal A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br  Blog www.professorjuacy.blogspot.com  Twitter@pofjuacy

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

AÉCIO  VENCE DEBATE NA  RECORD

JUACY  DA SILVA

Ontem, dia 19/10/2014, foi  realizado na  Rede Record  de Televisão o penúltino debate entre AÉCIO NEVES e DILMA ROUSSEF, candidatos  a Presidente,da República. Pela  primeira  vez as baixarias que estavam sendo usadas, principalmente pela candidata Dilma e também  pelo candidato  do PSDB  em resposta`as provocações de sua oponente, deram lugar a uma discussão  um pouco mais civilizada, mais cordial e com a  apresentação  de propostas.
Isto deveria  ter sido feito desde o início da campanha. Afinal o povo, o contribuinte e os eleitores têm  o direito de conhecer e questionar  não apenas idéias gerais sobre como cada candidato e coligação  vão agir para para tirar o Brasil do buraco  em que se encontra. Até  aqui pouca coisa mais detalhada  foi apresentada. Isto vai continuar exigindo do povo quase que dar  um cheque em branco para quem pretende dirigir os destinos do Brasil. 
A  maioria das “propostas”  são idéias vagas e, no caso da candidata do PT, pela condição  de que a  a mesma  busca a reeleição  e que há quatro  anos fez  uma série  de promessas  até hoje não   cumpridas,  faltou  a mesma  fazer  uma avaliação mais profunda e verdadeira de se governo, incluindo as razões das falhas e como vai corrigir o que deu errado e o que e como vai fazer  para superar os desafios e necessidades que hoje são maiores do que nas eleições de 2010.
Pena que  até agora a candidata do PT  não tenha apresentado  seu  PLANO DE GOVERO, como os demais candidatos fizeram  bem antes do primeiro  turno, para que os eleitores possam decidir em quem votar, não  em  função de acusações  aos  adversários, mas sim, motivados por propostas para resolverem os problemas que tanto  angustiam o povo brasileiro. Dilma, por  exemplo, perdeu  muito tempo criticando o Plano de Governo de MARINA SILVA, denegrindo sua imagem  e acabou não apresentando seu plano de governo.
Neste penúltimo debate, AÉCIO   mostrou-se  mais equilibrado  que sua oponente, mais a vontade, mais calmo e com maior conteúdo em seus questionamentos e em suas respostas, enquanto Dilma mostrou-se  mais nervosa, irônica, autoritária, irriquieta, semblante  fechado, tropeçando nas palavras  e nos números que tentava apresentar, exagerando tanto  os ”feitos” de seu governo quanto tentando distorcer e denegrir as ações do governo FHC  e de  AÉCIO,  este  em relação ao  governo de Minas Gerais que, em certo momento, chegou a dizer que esta é  uma eleição para a Presidente do Brasil e não para governador das Altterosas.
Após  os  debates,  o site  UOL  colocou no ar  uma  enquete,  com  a  seguinte  indagação: “Na sua  opinião, qual o candidato  se saiu melhor no terceiro debate do segundo turno?”
Até  as 11:50  da manhã de  hoje, dia 20  de Outubro, horário de verão em SP, os resultados eram os seguintes: total  de interautas que acessaram  o portal (site/sitio) e votaram na enquete era de 271.206 pessoas;  votos para AÉCIO 81,14%  e votos para Dilma 18,86%.
Mesmo que não tenha validade científica, esta  pode  ser  uma tendência que já está  ganhando as ruas e a cabeça dos eleitores.  Dentro  de mais dois dias, na quarta  feira, os principais institutos de pesquisas de opinião  devem  trazer novos resultados sobre a preferência dos eleitores .  Antes  das eleições de domingo ainda haverá  mais um debate a ser realizado pela Rede Globo de Televisão, quando os indecisos poderão  ter  uma última oportunidade  para decidir  em quem votar, quando haverá a escolha  decisiva tanto para   governadores em diversos Estados quanto para a Presidência da República,  todas em  segundo turno.

JUACY  DA SILVA, professor  universitário, titular e aposentado UFMT,  mestre em sociologia,Email  professor.juacy@yahoo.com.br  Blog  www.professorjuacy.blogspot.com  Twitter@profjuacy

quarta-feira, 15 de outubro de 2014


ELEIÇÃO, GESTÃO E CORRUPÇÃO

JUACY  DA SILVA

Nunca,  antes  neste país, esses  três  aspectos da vida nacional estiveram tão  em  evidência e demandaram tantas  reflexões  por parte de analistas políticos, candidatos e eleitores.  Este momento  é importante  pois  cabe `a  população  ou aos eleitores escolherem seus governantes para  um novo período de quatro anos.

Apesar de que a maioria dos candidatos, tanto a governadores quanto a presidente da  República  não terem  apresentado  seus planos de governo, incluindo a candidata oficial – do PT, o povo tenta deduzir o que os futuros governantes farão ou deixarão de fazer pelos próximos anos.

No  caso dos governdores  praticamente  em metade dos Estados eles já form  escolhidos, alguns a quem  o  povo outorgou um novo mandato pela  re-eleição, como foi o caso de SP  e do PR,  outros onde os discípulos, receberam  o  beneplácito dos atuais ocupantes do cargo e  venceram  no primeiro turno, como  foi na Bahia ou em Pernambuco 

Em outros  Estados o povo resolveu penssar  melhor e acabou “levando” os atuais ocupantes do cargo de governador a uma “segunda época”, quando os mesmos podem ser reeleitos ou receberem  cartão vermelho, como no caso do RS, Rio de Janeiro, Pará ou do Acre. 

Finalmente, tivemos também  o caso de vitórias de candidatos  que, abertamente,   se  opunham  as administrações  em curso e acabaram vencendo os postulantes que representavam  o “status quo”, como  foi o caso de Mato Grosso ou do Maranhão. E outros  onde o confronto ainda vai ocorrer  de forma  intense  como DF, Ceará  e MS.

Em todos os estados e principalmente na eleição para Presidente da República um assunto comum , que foi e continua sendo muito debatido  tem sido a corrupção, ou seja, o povo já  tem demonstrado sua indignação  com a presença de verdadeiras quadrilhas de colarinho branco que dilapidam os cofres públicos,  destroem a administração e envergonham os estados e o Brasil.

Cada  estado tem suas realidades e seus casos de corrupção,  seja em obras superfaturadas, de  baixa qualidade, como boa parte das obras da copa e dos programas de mobilidade urbana, como é  o  caso de Cuiabá , Várzea  Grande, BH , Brasilia   ou enfim,  praticamente em todas  as 12 cidades sédes da COPA FIFA 2014.

Todavia, o símbolo maior da corrupção que corre solta  pelo Brasil na atualidade, depois do MENSALÃO durante o Governo Lula,  chegando no coração  do Governo Dilma, de seu partido (PT)  ou de seus  aliados PMDB, PP  e outros,  é  o que está   acontecendo com a roubalheira na PETROBRÁS.  Com a divulgação dos depoiamentos  do ex-diretor da Estatal,  nomeado  por Lula e mantido  por Dilma, juntamente com os  depoimentos  do doleiro que operava  o esquema, envolvendo empreiteiras, os partidos mencionados e vários  políticos, cujos nomes ainda estão no anonimato, mas que acabarão vindo a público quando o processo chegar ao STF, demonstram  como a gestão pública foi vilipendiada, deixando de  servir aos interesses do povo  para  estar  a serviço da bandidagem de colarinho branco.

Pior em toda  esta estória  foi a reação da candidata Dilma, que esbravejou contra a divulgação dos fatos,não contra o conteúdo dos depoimentos,  que não  estão sob  segredo de justiça e  fazem parte do processo criminal que investiga a roubalheira na PETROBRÁS, menina dos olhos  dos governos Lula e Dilma. A Presidente  chegou  a dizer que isto era  um “golpe”. Todavia o verdadeiro golpe é o que  a corrupção  continua  fazendo contra  a administração pública em nosso país,  sob o manto da  impunidade. Isto envergonha o país  interna  e externamente.

Coube ao Juiz que conduz o processo no Paaná, ao Ministério P’ublico Federal e até  mesmo o Ministro Gilmar Mendes demonstrar que práticas de corrupção e toda sorte de processos  criminais ou cíveis que atentam contra a gestão publica, contra o patrimônio público, enfim,  contra o erário,  não  podem ficar sujeitos ao processo eleitoral e não serem investigados como propõe e deeja a Presidente  da República. O povo, que paga  impostos,  tem o direito  de saber o que acontece nos porões do governo.

Enfim, coube  a essas autoridades darem a resposta cabível a quem imagina que podemos continuar  mentindo ou maniplando a opinião pública.  O Brasil  deseja que os futuros governantes pautem suas ações  pela ética  e também pela  eficiência, transparência  e pela coerência  com os  reais interesses do povo e do país. Eleição não  pode  rimar  com  corrupção e nem  facilitar  a   permanência ou ascensão de políticos  demagogos  e incompetentes.

JUACY  DA SILVA,  professor universitário, titular e aposentado UFMT,  mestre em sociologia. Articulista de A Gazeta.  Email  professor.juacy@yahoo.com.br  Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

domingo, 12 de outubro de 2014


CARTA DE MARINA EM APOIO A AÉCIO

FONTE: SITE UOL,12/10/2014

Leia a íntegra do documento lido por Marina:

'Ontem, em Recife, o candidato Aécio Neves apresentou o documento 'Juntos pela Democracia, pela Inclusão Social e pelo Desenvolvimento Sustentável'.

Quero, de início, deixar claro que entendo esse documento como uma carta compromisso com os brasileiros, com a nação.

Rejeito qualquer interpretação de que seja dirigida a mim, em busca de apoio.

Seria um amesquinhamento dos propósitos manifestados por Aécio  imaginar que eles se dirigem a uma pessoa e não aos cidadãos e cidadãs brasileiros.

E seria um equívoco absoluto e uma ofensa imaginar que me tomo por detentora de poderes que são do povo ou que poderia vir a ser individualmente  destinatária de  promessas ou compromissos.

Os compromissos explicitados e assinados por Aécio têm como única destinatária a nação e a ela deve ser dada satisfação sobre seu cumprimento.

E é apenas nessa condição que os avaliei para orientar minha posição neste segundo turno das eleições presidenciais.

Estamos vivendo nestas eleições uma experiência intensa dos desafios da política.

Para mim eles começaram há um ano, quando fiz com Eduardo Campos a aliança que nos trouxe até aqui.

Pela primeira vez, a coligação de partidos se dava exclusivamente por meio de um programa, colocando as soluções para o país acima dos interesses específicos de cada um.

Em curto espaço de tempo, e sofrendo os ataques destrutivos de uma política patrimonialista, atrasada e movida por projetos de poder pelo poder, mantivemos nosso rumo, amadurecemos, fizemos a nova política na prática.

Os partidos de nossa aliança tomaram suas decisões e as anunciaram.

Hoje estou diante de minha decisão como cidadã e como parte do debate que está estabelecido na sociedade brasileira.

Me posicionarei.

Prefiro ser criticada lutando por aquilo que acredito ser o melhor para o Brasil, do que me tornar prisioneira do labirinto da defesa do meu interesse próprio, onde todos os caminhos e portas que percorresse e passasse, só me levariam ao abismo de meus interesses pessoais.

A política para mim não pode ser apenas, como diz Bauman, a arte de prometer as mesmas coisas.

Parodiando-o, eu digo que não pode ser a arte de fazer as mesmas coisas.

Ou seja, as velhas alianças pragmáticas, desqualificadas, sem o suporte de um programa a partir do qual dialogar com a nação.

Vejo no documento assinado por Aécio mais um elo no encadeamento de momentos históricos que fizeram bem ao Brasil e construíram a plataforma sobre a qual nos erguemos nas últimas décadas.

Ao final da presidência de Fernando Henrique Cardoso, a sociedade brasileira demonstrou que queria a alternância de poder, mas não a perda da estabilidade econômica.

E isso foi inequivocamente acatado pelo então candidato da oposição, Lula, num reconhecimento do mérito de seu antecessor e  de que precisaria dessas conquistas para levar adiante o seu projeto de governo.

Agora, novamente, temos um momento em que a alternância de poder fará bem ao Brasil, e o que precisa ser reafirmado é o caminho dos avanços sociais, mas com gestão competente do Estado e com estabilidade econômica, agora abalada com a volta da inflação e a insegurança trazida pelo desmantelamento de importantes instituições públicas.

Aécio retoma o fio da meada virtuoso e corretamente manifesta-se na forma de um compromisso forte, a exemplo de Lula em 2002, que assumiu compromissos com a manutenção do Plano Real, abrindo diálogo com os setores produtivos.

Doze anos depois, temos um passo adiante, uma segunda carta aos brasileiros, intitulada: 'Juntos pela democracia, a inclusão social e o desenvolvimento sustentável'.

Destaco os compromissos que me parecem cruciais na carta de Aécio:

  • O respeito aos valores democráticos, a ampliação dos espaços de exercício da democracia e o resgate das instituições de Estado.
  • A valorização da diversidade sociocultural brasileira e o combate a toda forma de discriminação.
  • A reforma política, a começar pelo fim da reeleição para cargos executivos, que tem sido fonte de corrupção e mau uso das instituições de Estado.
  • Sermos capazes de entender que, no mundo atual, a ampliação da participação popular no processo deliberativo, através da utilização das redes sociais, de conselhos e das audiências públicas sobre temas importantes, não se choca com os princípios da democracia representativa, que têm que ser preservados.
  • Compromissos sociais avançados com a Educação, a Saúde, a Reforma Agrária.
  • Prevenção frente a vulnerabilidade da juventude, rejeitando a prevalência da ótica da punição.
  • Lei para o Bolsa Família, transformando-o em programa de Estado.
  • Compromissos socioambientais de desmatamento zero, políticas corretas de Unidades de Conservação, trato adequado da questão energética, com diversificação de fontes e geração distribuída.
  • Inédita determinação de preparar o país para enfrentar as mudanças climáticas e fazer a transição para uma economia de baixo carbono, assumindo protagonismo global nessa área.
  • Manutenção das conquistas e compromisso de assegurar os direitos indígenas, de comunidades quilombolas e outras populações tradicionais. Manutenção da prerrogativa do Poder Executivo na demarcação de Terras indígenas.
  • Compromissos com as bases constitucionais da federação, fortalecendo estados e municípios e colocando o desenvolvimento regional como eixo central da discussão do Pacto Federativo.

Finalmente, destaco e apoio o apelo à união do Brasil e à busca de consenso para construir uma sociedade mais justa, democrática, decente e sustentável.

Entendo que os compromissos assumidos por Aécio são a base sobre a qual o pais pode dialogar de maneira saudável sobre seu presente e seu futuro.

É preciso, e faço um apelo enfático nesse sentido, que saiamos do território da política destrutiva para conseguir ver com clareza os temas estratégicos para o desenvolvimento do país e com tranquilidade para debatê-los tendo como horizonte o bem comum.

Não podemos mais continuar apostando no ódio, na calúnia e na desconstrução de pessoas e propostas apenas pela disputa de poder que dividem o Brasil.

O preço a pagar por isso é muito caro: é a estagnação do Brasil, com a retirada da ética das relações políticas.

É a substituição da diversidade pelo estigma, é a substituição da identidade nacional pela identidade partidária raivosa e vingativa.

É ferir de morte a democracia.

Chegou  o momento de interromper esse caminho suicida e apostar, mais uma vez, na alternância de poder sob a batuta da sociedade, dos interesses do país e do bem comum.

É com esse sentimento que, tendo em vista os compromissos assumidos por Aécio Neves,  declaro meu voto e meu apoio neste segundo turno.

Votarei em Aécio e o apoiarei, votando nesses compromissos, dando um crédito de confiança à sinceridade de propósitos do candidato e de seu partido e, principalmente, entregando à sociedade brasileira a tarefa de exigir que sejam cumpridos.

Faço esta declaração como cidadã brasileira independente que continuará livre e coerentemente, suas lutas e batalhas no caminho que escolheu.

Não estou com isso fazendo nenhum acordo ou aliança para governar.

O que me move é minha consciência e assumo a responsabilidade pelas minhas escolhas.