quarta-feira, 31 de agosto de 2016


DILMA DANÇOU!

JUACY DA SILVA

Depois  de quase nove meses de muita discussão, muitas manobras de ambos os lados, tanto os que queriam o afastamento/deposição  de Dilma da Presidência da República, quanto  seus defensores, que acabaram  ficando isolados praticamente nos Deputados Federais e Senadores,  do PT, PDT  e PCdB e uns gatos pingados de outros partidos,  finalmente no último dia de Agosto Dilma foi afastada definitivamente do poder,  pondo  fim ao que muitos chegam a denominar de projeto criminoso de poder, pois estava baseado no aparelhamento do Estado, da administração pública direta e indireta  e nas estatais e na corrupção.

O chamado presidencialismo de coalização,  “modernizado”  com a chegada de Lula ao poder e em continuidade com sua criatura a ex  Presidente Dilma, as  chamadas forças  de esquerda, mesmo tendo uma linguagem populista e vociferando slogans marxistas, socialistas, sindicalistas  acabaram se aliando `as forças mais conservadoras, retrógradas  e corruptas  que o pais jamais imaginava pudessem exercer  o mando na politica nacional.

Lula e Dilma, esqueceram dos trabalhadores e aliaram-se  ao  capital, ao mundo dos negócios,  esqueceram  da reforma agrária e aliaram-se a latifundiários, barões do agronegócio, esqueceram os interesses do povo e aliaram-se  aos banqueiros, agiotas nacionais e internacionais, esqueceram da ética na politica e aliaram-se a politicos, gestores e empresários corruptos e  cada vez mais o povo foi sendo alijado do processo politico. Aos poucos o desencanto subsitutiu a esperança no governo capitaneadopelo PT e seus aliados ideológicos.

Mais dia,  menos dias  todo mundo sabia que esta aliança entre galinha  e raposa, entre vampiro e doadores de sangue  não daria certo e este pacto diabólico para chegar e permanecer no poder seria rompido  e o projeto de longo prazo do lulo petismo  seria destrocado pelos seus aliados conservadores, o que acabou nesta data  fatídica para o governo Dilma que chegou ao fim.

"Coitada" da Dilma, dancou miudo! Deve estar muito triste ter que deixar o poder, as mordomias e as bajulacoes. Pior em tudo isso, e ver que diversos senadores que foram ministros nos governos Lula e Dilma, depois de mamarem bastante em seus cargos e tambem indicarem seus asseclas para outros cargos, deram uma enorme rasteira nela.

 

Assim é a politica brasileira, os politicos estão sempre com quem tem ou está no poder, quando percebem que quem tem poder esta caindo em desgraca, pulam do barco como ratos ao perceberem que o navio está indo a pique.

 

Com certeza Temer também vai ter que barganhar cargos e outras benesses para atender o apetite do fisiologismo instalado na politica brasileira, vai ter que instalar o balcao de negócios, trocar cargos e favores por votos no Congresso.

 

Quando não puder mais fazer isso, ai comeca seu calvário e seus dias também serão tensos. Politicos de varios partidos e não apenas do PT acusados de corrupcao apoiaram Lula e Dilma e agora, com excessao dos integrantes do PT, PCdoB e PDT, estao todos com Temer, incluindo a turma de parlamentares que constam da famosa LISTA DO JANOT e gozam de imunidade/foro especial, que faz parte da LAVA JATO que está  sob a responsabilidade direta da Procuradoria Geral da República e do STF, mas continua "andando" a passos de tartaruga, em um ritmo muito mais lento do que a parte da LAVA JATO a cargo do Juiz Sérgio Moro em Curitiba.

 

Enfim, engana-se quem imagina que a perda do cargo/mandato de Presidente da Republica de Dilma, aprovado no último dia de agosto, mes fatídico para a política brasileira, todos os poblemas do Brasil serão resolvidos.

 

Os problemas econômicos, fiscais, tributários, de gestão pública, a corrupção, o caos na saúde, na educação, na segurança pública, na infraestrutura, no meio ambiente, saneamento básico, o desemprego de doze milhões de trabalhadores, o analfabetismo que voltou a crescer, o analfabetismo funcional, a queda  da arrecadação, o endividamento público da União, dos Estados e municípios e o deficit orçamentário que estrangulam as financas públicas, deste ano e o previsto para 2017, a recessão ou recuperação muito lenta da economia, não serão resolvidos em curto prazo.

 

Em meio a tudo isso, a insatisfação popular vai aumentar e novos protestos e conflitos surgirão, greves  vão pipocar  em todos os setores,  tanto na administração pública quanto na iniciativa privada.

 

É neste contexto ou cenário que Michel Temer irá governar pelos próximos dois anos e quatro meses. Pior ainda, a largada para a sucessão presidencial começou com sua posse e ai será questão de tempo para que também sua base politica e parlamentar comece a erodir e a crise volte a ter as dimensões que chegou com o afastamento de Dilma! Dias  sombrios ainda pairam sobre nosso país!

 

JUACY DA SILVA, professor universitário,  titular  aposentadoUFMT,  mestre em  sociologia, articulista do Jornal A Gazeta, há maisde 23  anos. Email professor.juacy@yahoo.com.br Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

 

 

quinta-feira, 25 de agosto de 2016


DESAFIOS AOS FUTUROS PREFEITOS

JUACY DASILVA

As eleições deste ano,como já demonstrado em artigo anterior, deverão acontecer  em um contexto totalmente diferente do que foram as eleições de 2012. Naquela época a aliança capitaneada nacionalmente pelo Governo Dilma, tinha como núcleo central o PT; PMDB; PP; PSD; PR;PDT; PCdoB, PSOL  e quase duas dezenas de partidos que compartilhavam/mamavam nas tetas do Governo petista.

Atualmente, com o PT,  Dilma/LULA e seus principais financiadores  de campanha em desgraça, com excesão do PDT, PCdoB, PSOL e Rede, todos lhes  viraram as costas e os deixaram como ratos que abandonam o barco quando o mesmo começa afundar, razão pela qual o PT deverá minguar de tamanho e terá que enfrentar inúmeros problemas futuros.

Outro aspecto que marca  essas eleições municipais é que as mesmas devem ocorrer balizadas pela nova legislação que proibiu o financiamento empresarial de campanha, para , segundo o  espírito da Lei, evitar caixa dois, que sempre foi crime, mas era tratado com vistas  grossas; e também, evitar ou pelo menos reduzir a corrupção e acertos que sempre são cobrados após os eleitos tomarem posse, tudo na forma  de propina e super faturamento de contratos e obras, licitados de forma fraudulenta.

Além disso, todos os candidatos a prefeito, tanto os que não querem deixar o osso para continuarem roendo os recursos minguados das prefeituras, quanto os novatos, que imaginam que o Brasil ainda está em um período de bonança e que as prefeituras tem recursos humanos, técnicos, orçamentários e financeiros para “resolverem” todos os problemas que a população enfrenta.

A primeira coisa que um candidato deve ou deveria fazer, antes mesmo de apresentar seu “plano” de governo, que geralmente é um amontoado de idéias gerais, muitas totalmente irrealizáveis, sem condições financeiras para serem iniciadas e concluidas,como acontece com milhares de obras públicas, federais, estaduais e municipais paralizadas, mal feitas ou realizadas em total desrespeito `as normas técnicas e legais, volto a dizer, a primeira coisa que um candidato deveria fazer é uma análise da conjuntura brasileira, da conjuntura de seus estados e , ai sim, uma análise da conjuntura política, econômica, orçamentária e financeira de seu município.

Nesta análise não pode esquecer que os municípios são os primos pobres, quase miseráveis do país, a prova disso são as “marchas” de prefeitos, ultimamente também imitadas pelos governadores, quando os alcaides, numa demonstração de quase subserviência aos parlamentares federais   Senadores e Deputados federais   e ministros tentam conseguir algumas migalhas de recursos oriundos de convenios ou de políticas públicas que o governo federal tenta realizar.  Neste contexto  também essas marchas tentam sensibilizar o Governo Federal para liberar as emendas parlamentares,  espécie de moeda de troca entre o apoio que o Executivo federal  precisa e que os  parlamentares utilizam como moeda de troca ou numa linguagem mais direta, compra e venda de votos no Congresso.

Normalmente as eleições municipas servem para debates entre os candidatos, mas a maior parte do tempo, tanto nas manifestações dos mesmos nos meios de comunicação, principalmente na TV , nas radios, nos jornais, na internet e também nos comícios servem mais para atacar os adversários, acusações, muitas das quais totalmente descabidas, sem fundamentos ou provas concretas, enfim, muito fuxico, baixarias que banalizam as eleições. 

Em lugar dessas demonstrações de baixo nível  caberia aos candidatos, partidos e coligações apresentarem suas propostas, demonstrarem conhecimento da cidade ou do município que pretendem administrar e, mais importante, apresentarem planos viáveis  com dimensionamento de políticas públicas que são realmente de competência dos municípios, planos setoriais com objetivos, metas  de curto prazo, ou seja, que possam e devem ser realizadas dentro dos quatro anos do mandato do futuro prefeito e o que deve  ser feito a médio e longo prazo para a continuidade das ações em curso.

Mais importante ainda, esses planos precisam demonstrar quanto vão custar tais ações e de onde virão os recursos, a começar pelos parcos e minguados recursos da fonte 100; os chamados recursos próprios, oriundos dos tributos de responsabilidade dos municípios: IPTU, ITBI  e ISS.  Os demais são transferências dos Estados, como quota parte do ICMS ou da União, do FPM e convênios.  Empréstimos nem pensar, pois praticamente todos os municípios estão falidos.

Portanto, se os candidatos e futuros prefeitos querem a compreensão e participação da população e também dos servidores públicos municipais para enfrentarem dias mais difíceis, precisam jogar limpo, com transparência, sem mentiras e demagogia e mais do que isto, terem competência e estarem rodeados de gente com competência e zelo pela coisa pública, jamais de ratos e corruptos  como aconteceu com o Governo Dilma/Temer que levou o Brasil a este caos em que nos encontramos!
JUACY DA SILVA, professor universitário, aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta há mais de 23 anos, Email professor.juacy@yahoo.com.br  Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

sexta-feira, 19 de agosto de 2016


O CONTEXTO DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS

JUACY DA SILVA

Há muito tempo o Brasil não realizava eleições municipais em um contexto tão grave como deverá acontecer neste ano. Apesar disso parece que os candidatos tanto a vereadores quanto, e principalmente, a prefeitos vivem em um mundo de fantasia. Prometem resolver a maioria dos problemas que afetam o povo brasileiro, principalmente das camadas mais pobres excluidas política, econômica e socialmente e residentes nas periferias urbanas ou no meio rural  que tem nos serviços públicos como saúde, educação, saneamento básico, transporte e segurança pública as únicas maneiras de minorar seu sofrimento.

Estamos em meio ao processo que deverá afastar definitivamente a Presidente Dilma Roussef, acusada de alguns crimes contra na execução orçamentária, em meio a uma recessão que  já dura quase tres anos, a operação LAVA JATO que continua aterrorizando políticos, gestores públicos e empresários acusados de práticas de corrupção e, em diversos estados, alguns juizes , talvez inspirando-se  no  exemplo de Sérgio Moro, também tem condenado `a prisão  muitas figuras importantes do cenário politico, administrativo e empresarial estadual.

A recessão econômica que se abate sobre o Brasil não deve ser superada com discurso tipo “pensamento positivo” utilizado pelo governo tampão de Temer e sua equipe econômica, o mundo todo e o empresariado brasileiro ainda continuam com um pé atraz e não tem coragem suficiente para realizarem grandes investimentos, cuja maturação é de longo prazo, além de cinco ou dez anos.

Em 2015  o PIB brasileiro encolheu em R$210 bilhões de reais, em 2016 deve encolher mais R$ 195 bilhões, ou seja, em dois anos o Brasil cresceu como rabo de cavalo, para baixo e para traz, tendo o PIB sido reduzido em R$ 405 bilhões de reais. Esta recessão e o “crescimento”  em menos de 0,5%  em 2014, tem provocado sérios reflexos econômicos e sociais,com destaque para mais de 11 milhões de desepregados e mais de 15 milhões  de subempregados e, de uma forma cruel, afetado as contas públicas do Governo Federal, que detém próximo de 65%  dos impostos arrecadados no país e também nos Estados e municípios que ficam com a menor parte da arrecadação de impostos e necessitam das transferências constitucionais  FPM  e FPE, além de convênios e investimentos diretos do   governo federal para a manutenção dos serviços básicos como saúde pública, educação, saneamento básico, transporte e mais de uma centena de programas, projetos e ações que o governo federal assume através de suas  políticas públicas, as quais  estão tendo dificuldades para serem implementadas. O  caos e sucateamento dos serviços públicos é patente e causa indignação na população  com frequência.

Há mais de dois anos a arrecadação  dos Governos Federal, estaduais e municipais tem caido a olhos vistos. O deficit público do Governo Federal  em 2015  foi de R$114 bilhões, este ano deverá ser de R$170 bilhões  e em 2017 deverá ser de R$142 bilhões, ou seja, em tres anos o deficit público deverá atingir o total de R$426,5 bilhões. Os Estados e municípios também estão experimentando pesados deficits e não tem a quem se socorrerr, já que o Governo Federal está também falido e mal administrado. A grande maioria dos estados e municípios não estão conseguindo sequer pagar salários em dia e nem  repor as perdas inflacionárias que corroem a  renda dos trabalhadores do setor públicos, causando greves e outras manifestações que acabam refletindo na baixa qualidade desses serviços e prejudicando ainda mais a população mais pobre e sofrida e, em menor grau a classe média.

O descontrole das contas públicas também estão sendo afetadas por outros  “buracos”,  como a renúncia fiscal, que deixam de arrecadar para o Governo Federal mais de R$ 100 bilhões por ano e nos Estados mais de R$45 bilhões e nos municípios mais de R$15 bilhões,  um total de R$160 bilhões  deixam de entrar nos cofres públicos, a título de “inventivos” para, na verdade, ajudarem a acumulação de capital e o lucro dos grandes grupos econômicos, além de alimentar a corrupção como aconteceu em MT e outros Estados.

Existe  também a questão da dívida pública  que é a maior sangria de recursos públicos  de que se tem notícia na história recente do Brasil. O país  está praticamente nas mãos de agiotas nacionais e internacionais. Quando teve início o Governo Lula em janeiro de 2003 a dívida pública líquida do Brasil, interna e externa, atingia R$633,3 bilhões de reais e a previsão do Banco Central é que em dezembro de 2016 deve chegar a R$3,2 trilhões de reais, apesar de que neste período só de juros e encargos o Brasil pagou pouco mais de R$3,5  trilhões de reais.

O peso da dívida pública bruta representa mais de 70% do PIB e quase 50% do OGU – Orçamento Geral da União. Só no mes  de maio ultimo esta dívida aumentou 2,77% ou seja, mesmo pagando juros e outros encargos, em um mes a dívida pública aumentou em R$80 bilhões.

Segundo o Banco Central, a dívida bruta do Brasil, incluindo os Governos Federal, Estaduais, municipais, estatais e a previdência, atingiu em maio de 2016 nada menos do que R$4.113,9 trilhões de reais, ou seja, 68,6% do PIB e deverá ultrapassar mais de R$4,7 trilhões de reais em dezembro deste ano.

Em outro artigo tentarei falar/escrever sobre a sonegação e as obras inacabadas/paralizadas que causam prejuizos bilionários a cada ano ao país e aos poderes públicos. No Brasil são sonegados por ano mais de R$500  bilhões de reais e só a DAU  dívida ativa da União em 2014 somavam 1,162 trilhões de reais e a previsão é que possa chegar a R$1,8 trilhões de reais.

A ONG “Tax Justice Network” especialista em investigações sobre sonegação e uso de paraíso fiscais e outros países como forma de lavagem de dinheiro e sonegação, principalmente de países subdesenvolvidos ou emergentes, calcula que grandes sonegadores e corruptos brasileiros possuem mais de R$1,0 trilhão de reais  for a do país.

É neste contexto de crise econômica, financeira, fiscal, orçamentária e moral que os candidatos devem discutir suas propostas. Ao mentir para a população nas eleições de 2014  os candidatos Dilma e Temer, enganaram o povo, não falaram a verdade sobre a gravidade da crise e estão colhendo os resultados.  Mas quem paga o pato pela corrupção, demagogia, incompetência e mentiras dos candidatos e depois de eleitos, os governantes, na verdade é o povo.  A hora da verdade é agora, precisamos de discussão séria e verdadeira e jamais um monte de fuxicos e propostas irrealizáveis e enganosas!

JUACY DA SILVA,  professor  universitário, aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta  há mais de 23 anos.  Email professor.juacy@yahoo.com.br Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

segunda-feira, 15 de agosto de 2016


AGOSTO EM NOSSA HISTÓRIA!

JUACY DA SILVA

Em Agosto de 1954  Getúlio Vargas, em meio a uma crise profunda, marcada por corrupção, suicidou-se. Em Agosto de 1961, de forma inesperada,depois de ter sido eleito com o símbolo da assoura, prometendo combater a corrupção,renunciou `a presidencia da República e quase levou o Brasil `a Guerra civil  e em Agosto de 2016, possivelmente Dilma vai ser afastada defintiviamente , em meio a uma onda de corrupção muito Grande.

Será quantos anos mais vamos ter  que esperar por outros Agostos para que mais de cinquenta deputados e senadores, incluidos na LISTA DO JANOT acusados de corrupção, sejam julgados e condenados? Falta muita gente para fazer companhia para José Dirceu, Bumlai, Altos dirigentes empresarios, doleiros e outros ladrões dos cofres públicos!

Porque será que a LAVA JATO  sob o commando do Juiz Sérgio Moro anda rápido e a outra lava jato para quem tem foro privilegiado e está sob a responsabilidade do Procurador Geral da República e do STF  anda a passos de tartaruga? 

Ah, e os processos que apuram o uso de caixa dois com $$$$  sujo oriundo da corrupção na PETROBRÁS  e outros setores públicos na CAMPANHA DILMA/TEMER está em águas mornas? Será que vai virar PIZZA?

E o Eduardo Cunha será que vai escapar da cassação? E o Lula será que vai acabar sendo preso  ou vai virar presidente novamente?

Continuem  acessando o Blog www.professorjuacy.blogspot.com

Abs  e ótima  semana a todos. Aviso aos “navegantes”: cuidado com os bandidos tanto os comuns que roubam, assaltam, furtam, estupram, sequestram e matam,  quanto os bandidos de colarinho branco que com a caneta ou uma boa conversa roubam os cofres públicos e surrupiam $$$$  que faz  falta para a saúde pública, a educacão, o saneamento, a infraestrutura , a segurança pública e demais setores quevivem um caos e fazem o povo sofrer?

AS ELEIÇÕES EM CUIABÁ (I)

JUACY DA SILVA

As eleições em Cuiabá e nos municípios considerados polos regionais em Mato Grosso sempre foram e cada vez continuam sendo mais acirradas pois aí se concentram  uma grande massa de eleitores e definem os rumos das eleições futuras para governador, deputados federais, estaduais e senadores e também para presidente da República.

Cuiabá, juntamente com Várzea Grande, representa o maior polo econômico, populacional, de prestação de serviços, principalmente nas áreas  da educação e da saúde e também por ser o núcleo politico e administrativo do Estado, onde  estão concentradas as representações do governo  federal e das entidades estaduais representativas  do setor  empresarial e de trabalhadores,  pode ser considerada como “a joia da coroa”.

Cuiabá conta com 441.461eleitores (19,5% do eleitorado do estado que é de 2.169.030 eleitores e Várzea Grande, o segundo colégio eleitoral, com 183.11 (8,1% do total estadual). Assim, o Aglomerado Urbano Cuiabá/Várzea Grande representa 27,6% dos eleitores do Estado, indicando que as eleições nesses dois municípios tem  uma alta representatividade e peso politico no cenário estadual, razão pela qual todos os partidos e seus caciques tem  um olhar todo especial para o que pode acontecer em outubro vindouro nessas duas cidades.

Há praticamente  um ano, mesmo que o atual prefeito as vezes vinha dizendo que ainda não havia decidido se iria ser ou não candidato, todas as sondagens/pesquisas de opinião pública indicavam um cenário que lhe era totalmente favorável  e que, se fosse candidato seria reeleito e isto poderia acontecer no primeiro turno.

A briga/disputa entre os diversos partidos e seus caciques  era quem seria o candidato a vice na chapa de Mauro Mendes, principalmente por que a voz corrente era a de que, se reeleito, o atual  prefeito seria candidato a algum cargo importante, possivelmente a senador, em 2018. Desta forma, o vice , como aconteceu com o Coronel José Meirelles  e com Chico Galindo, herdaria quase tres anos de mandato.

Tudo ia nesta direção até que no apagar das luzes para a realização das convenções, praticamente com 24 horas do término do prazo para que as convenções partidiárias homologassem as candidaturas a prefeito e vereadores, eis que Mauro Mendes anuncia que estava abandonando o barco, não seria mais candidato a prefeito e aí uma verdadeira barafunda se estabeleceu nas hostes dos principais partidos, principalmente do PSB/PSDB/PSD/DEM /PP  e outros mais, inclusive, nos partidos que já haviam escolhidos seus candidatos.

Este fato causou uma verdadeira gritaria, um “Deus nos acuda” e, como barata tonta, os caciques partidários ,incluindo ou começando pelo Governador do Estado e as cúpulas do PSDB e do PSB. Alguns com um certo açodamento anunciavam que poderiam ou seriam candidatos em substituição a Mauro Mendes, como foi o caso do Deputado Fábio Garcia, herdeiro politico de seu avô , o saudoso Governador Garcia Neto.

Mas, como ninguém larga a rapadura de maneira fácil, o que hoje está sendo considerado um novo grupo politico liderado pelo Governador Pedro Taques  saiu a campo e demonstrou maestria na arte de articulação e, de forma, inesperada surgiu o nome do ex- prefeito e atual deputado/líder do Governo na Assembléia Wilson Santos como a solução para este imbroglio, causando algumas rusgas principalmente no PSB e em certo sentido em Mauro Mendes, que gostariam de ver alguém deste partido como seu susbituto na corrida ao Palácio Alencastro.

Mesmo assim  o nome de Wilson Santos foi sacramentado, graças `a sua  coragem, experiência política e administrativa e espírito de luta resolveu aceitar este desafio  de enfrentar  uma eleição onde os demais candidatos também  tem boa visibilidade eleitoral, já disputaram e venceram eleições para vereador, deputado estadual, federal e senadora e no caso “galinho”  já tendo sido vitorioso duas vezes e  exercido o mandato de prefeito.

Analisando as eleições em que foi eleito e reeleito, em 2004 e 2008, Wilson Santos tinha contra si ponderosas forças políticas representadas por uma aliança que durante 12 anos exerceu o monópolio do poder no Estado e no país PT/PMDB e outros partidos que sempre estão `a sombra do poder e mesmo assim venceu aquelas eleições.

Em 2004 o Estado era governado por Blairo Maggi em  aliança  com o PMDB  e o PT, as tres maiores forças da política nacional e que eram ostensivamente contrárias ao candidato Wilson Santos, que acabou vencendo o candidato do PT Alexandre César.  Em 2008 Blairo Maggi continuava aliado ao governo Lula, da mesma forma que o PMDB  de Carlos Bezerra e do então vice Governador Silval Barbosa e praticamente a maioria da bancada federal e também o então Presidente da Assembléia José Riva, todos estavam unidos para derrotar Wilson Santos, que acabou vencendo a eleição em segundo turno contra exatamente Mauro Mendes.

Com o fracasso deste projeto de poder tanto a nível nacional quanto estadual, nas próximas eleições teremos uma nova correlação de forças. O PT se bandeou para o lado do PDT ,que,juntamente com o PCdoB abraçaram a candidature do ex juiz federal Julier Sebastião, um candidato de peso, mas que jamais disputou eleições e nunca exerceu um cargo politico no executivo ou legislativo;  o PSOL vai novamente com o Procurador Mauro, já bastante conhecido do eleitorado mas com pouca densidade eleitoral para surpreender; a ex  senadora Serys, que sempre foi bem votada quando ainda estava no PT, mas no PRB poderá ser uma decepção eleitoral e o rede que ensaia  seus primeiros passos eleitoralmente ainda uma incognita.

Diante disso, parece que a dispersão de votos poderá poderá levar  as eleições para um segundo turno, de forma polarizada e deve ocorrer entre Wilson Santos que contará com o apoio ostensivo e decidido do Governador Taques,  do Vice Governador Fávaro,do Presidente da Assembléia  Legislativa Guilherme Maluf, também tucano e um apoio meio murcho do atual prefeito, que não cansa de dizer que “nao morre de amores por Wilson Santos” e de outro lado o Deputado Emanuel Pinheiro, agora no PMDB, partido que por cinco anos esteve no poder com o Governador Silval Barbosa,  coadjuvado por outros partidos menores, terá como grande cabo eleitoral o ex governador e deputado Federal, um grande cacique, Carlos Bezerra, que durante anos esteve abraçado com os Governos Lula/Dilma e acabou na úndécima hora passando para a base de Michel Temer, um ex sócio do desastrado Governo Dilma.

Parece que pelo andar da carruagem a balança desta corrida, por enquanto, está ligeiramente pendendo para o lado de Wilson Santos, que assim, poderia resgatar  alguns  programas de sua gestão em Cuiabá e dar continuidade a outras ações do atual prefeito, mesclando com novas propostas para preparar Cuiabá que em breve estará comemorando seus 300 anos.

Este palpitante assunto continua em futuros artigos.

JUACY DA SILVA,  professor  universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta, há mais de 23 anos. Email professor.juacy@yahoo.com.br Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com