quarta-feira, 29 de julho de 2015


NAUFRÁGIO `A VISTA

JUACY DA SILVA

A crise política, econômica, fiscal-orçamentária, institucional e moral que o Brasil está enfrentando está diretamente ligada `a falta de rumo do Governo Dilma que perdeu totalmente o controle da situação. Muita  gente imagina que estamos no fundo do poço, mas  a cada dia o tamanho do buraco em que o Brasil se encontra está aumentando.

Todos os dias surgem mais casos de corrupção envolvendo grandes empreiteiras, estatais e grandes  obras do governo, fruto das investigações da operação lava-jato, que aos poucos vai descobrindo os meandos da roubalheira. Com certeza  com a instalação de mais duas CPIs, a do BNDES  e a dos FUNDOS DE PENSÃO, a podridão que existe nos  porões do poder ou nas entranhas  do governo  vai demonstrar que os escândalos do MENSALÃO  e do PETROLÃO  são fichinhas perante o que poderá ser os maiores  escândalos dos últimos doze anos em nosso País, envolvendo figuras  importantes da República e do meio empresarial.

Todavia,  ainda existe  um buraco que tem passado desapercebido na  atual crise que aos poucos vai destruindo nosso país, da mesma forma que destruiu a Grécia , refiro-me  `a questão da dívida pública brasileira, cuja  responsabilidade maior é do governo Federal.

Conforme  dados  do Banco Central e do Tesouro Nacional, quando a Presidente Dilma iniciou seu primeiro mandato em janeiro de 2011, o total da dívida pública era de R$ 1.628,99  trilhões de reais e em maio de 2015, já no início deste  seu desastado segundo mandato atingiu o valor de R$ 2.496,23 trilhões de reais. Ou seja, apesar de o Brasil ter gasto mais de  dois trilhões  em pagamento de juros, encargos e uma pequena parte em amortização, o estoque  da dívida pública  cresceu em mais de 876 bilhões de  reais.Neste rítmo em dezembro de 2015 a dívida pública poderá se aproximar de 2,8 trilhões de reais ou seja, mais de 70% do PIB, principalmente em decorência dos aumentos constantes  das taxas  de juros, pela recessão que está ocorrendo neste ano e pela desorganização das contas públicas, como ocorreu em 2014 com as famosas “pedaladas fiscais”.

 A cada aumento da taxa básica de juros promovido pelo Banco Central, o estoque da dívida pública aumenta de forma a comprometer não apenas as contas do Governo Federal quanto o futuro da economia e do país. Desde o início do Governo Lula até o momento atual, todos os anos  o Orçamento Geral da União “reserva” entre  42% a 49% para pagamento de juros, encargos,  rolagem e amortização da dívida pública.

Conforme notícia  veiculada no Jornal Valor Econômico em 26 deste mes de julho de 2015, o TCU aponta 35 riscos para a gestão da dívida pública  e que entre 2008  e 2014 o Tesouro Nacional fez emissões no valor de R$430 bilhões de reais em favor do BNDES. Como o Tesouro paga juros de acordo  com a taxa  selic e os empréstimos do BNDES são a juros menores do que os pagos pelo Tesouro ao Mercado, isto resultou em um prejuizo de 120 bilhões de reais no mesmo período, a  serem  cobertos pelos contribuintes.

No Acordão 1798/2015, o TCU determinou que a Secretaria de Macro avaliação governamental (SEMAG) estabeleça com o apoio da Secretaria de controle  externo (SEGECEX) execute estratégia de médio prazo para a realização de ações de controle da dívida pública  federal e promova as correções necessárias a fim de atingir maior transparência e evitar maiores problemas para as contas nacionais.

Diversos  setores da sociedade civil organizada  e também da oposiçao estão exigindo uma “Auditoria cidadã  da dívida pública” e que seja estabelecido um limite aos gastos orçamentários do Governo Federal – Orçamento Geral da União  para  o pagamento de juros, encargos, rolagem e amortização  da dívida, evitando que quase a metade do orçamento da União seja  gasto com este setor, comprometendo de forma excessive o desempenho das demais funções de governo como saúde, saneamento, segurança, investimentos, pessoal, previdência  etc.

O chamado “superavit primário”, parcela dos gastos da União que são cortados para fazer caixa  e administrar  esta colossal dívida pública tem deixado diversos ministérios, programas e projetos sem condições de trabalho. Exemplo típico foi a tesourada que a Presidente Dilma e os Ministros da Fazenda e Planejamento fizeram  há poucos meses, quando aproximadamente 80 bilhões de reais foram cortados do OGU aprovado pelo Congresso, aumentando ainda mais o CAOS  na saúde, na educação, na segurança pública e outros setores do Governo Federal.

Na verdade, apesar dos belos discursos,  da propaganda oficial do Governo e de slogans  como “pátria educadora”, a  grande prioridade do Governo Dilma é a Dívida Pública e isto está sendo custeado por uma enorme e pesada carga tributária, o aumento constante dos juros básicos da economia, a redução dos investimentos públicos, o sucatamento da administração pública  federal, o arrocho salarial dos trabalhadores  do setor público, a desorganização das contas públicas e uma  grande incerteza quando ao futuro da economia brasileira, que está  afugentando investidores e aumentando os riscos de nosso país.

O Brasil está parecendo um navio em alto mar que perdeu  o rumo e cujo comandante não sabe mais o que fazer ou qual o destino a tomar. Na iminência de um desastre que leve o navio ao naufrágio parece que a tripulação começa a se impacientar com o comandante e se prepara para um motim. Enquanto isto os passageiros começam a ficar desesperados e podem participar do motim contra a comandante do navio.

Parece  que já  está  na hora de trocar o comandante deste navio que se chama Brasil antes que um desastre maior possa ocorrer.

JUACY DA SILVA, professor  universitário, titular e aposentado  UFMT,  mestre  em sociologia, articulista de A Gazeta.  Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

 

 

quinta-feira, 23 de julho de 2015


DILMA PODE SOFRER IMPEACHMENT (2)

JUACY DA SILVA

No dia 12 de novembro de 2014 publiquei no Jornal A Gazeta, de Cuiabá, um artigo com este mesmo título comentando algumas  matérias que estavam sendo veiculadas em diversos meios de comunicaçào no Brasil e também em diversos países, além de opiniões como do jurista Ivens Gandra analisando o tema , que a cada dia ganha mais atualidade.

Na Coluna do Josias de Souza, tanto na Folha de São Paulo quanto em seu Blog, este renomado jornalista  também comenta  a matéria que  foi capa da Revista Veja em 26 de outubro de  2014, estampando as fotos de Dilma e Lula e dizendo “Eles sabiam de tudo”, tendo por base as denúncias do doleiro Alberto Yousef, preso desde  então na Carceragem da Polícia Federal,  como uma das peças chaves do escândalo da Corrupção na Petrobrás e que já foi denunciado `a justiça na Operação Lava-jato.

Fruto daquela operação, presidida pelo Juiz Sérgio Moro,  também  estão trancafiados alguns ex-Deputados, gestores públicos, vários empresários peso pesado do ramo das empreiteiras, que sempre viveram nababescamente e frequentavam os palácios e círculos do poder, inclusive gozando de proximidade com o Palácio do Planalto. Cabe  um destaque para a prisão do tesoureiro do PT, o segundo a ser preso por envolvimento com corrupção e acusações de desvio de recursos públicos para as campanhas do PT, incluindo as campanhas da reeleiçào de Lula  em 2006  e de Dilma em 2010  e 2014.

Quem  entra nos diversos sites de busca na internet vai ver, por exemplo, no   google,  que existem mais de 121 mil  referências sobre um possível impeachment  de Dilma. No Congresso Nacional desde 2011 já foram apresentados 11  pedidos de impeachment da Presidente, alguns arquivados e outros que podem, a qualquer momento ser apreciados por determinação do Presidente da Câmara, agora rompido com a Presidente Dilma e também acusado de envolvimento com a Operação Lava-Jato.

O Jornal “The Financial Times”, de Londres, em sua edição de 25 de fevereiro ultimo, também publicado na Folha de São Paulo na mesma  data, apresenta dez motivos pelos quais Dilma  poderia sofrer impeachment, que antes de tudo é um processo politico e não jurídico, conforme as palavras do Presidente da Comissão Eleitoral da OAB/SP, Alberto Rolo que assim se expressa “ o julgamento de impeachment é antes politico do que jurídico”.

As dez razões apresentadas pelo Jornal The Financial Times para um possível  impeachment de Dilma são: perda do apoio no Congresso; escândalos da Petrobrás; queda na confiança do consumidor; aumento da inflação; aumento do desemprego; queda na confiança  do investidor; défici orçamentário;  agravamento dos problemas econômicos, fiscais e orçamentários; agravamento da crise climática, aumento de apagões elétricos.

Desde  então  surgiram  outros fatos que  estão colocando Dilma da corda bamba e aumentando o coro popular exigindo o impeachment  da Presidente, dentre os quais podemos mencionar:  o imbroglio das pedaladas fiscais e uma possível rejeição das contas da Presidente pelo TCU e também pelo Congresso, incorrendo a mesma  em crime de responsabilidade; aumento  da crise com o Congresso particularmente com o Presidente da Câmara e , em menor grau, com o presidente do Senado, ambos do PMDB, que está bem próximo de um rompimento com o PT e o Palácio do Planalto, antes que morram  abraçados políticamente; instalaçãao  de duas CPIs na Câmara que são nitroglicerina pura e podem atear fogo na política nacional, ao desvendar a caixa preta dos financiamentos do BNDES, desde início da gestão Lula  até a atualidade, incluindo os empréstimos secretos do referido banco a empreiteiras brasileiras, cujos executivos  estão presos pela Operação Lava-Jato para obras em Cuba  e outros países  e outra CPI dos Fundos de Pensão das grandes estatais, todos aparelhados  pelo PT  e partidos da base do Governo, onde a dilapidação desses fundos supera vários bilhões de reais.

Outro  fato que anda tirando o sono de Dilma e pode ser o maior  risco para seu impeachment são as analyses  das  contas de sua última campanha, conduzidas pelo STF, através do Ministro Gilmar Mendes, incluindo as denúncias de alguns envolvidos na operação Lava-Jato, de que houve dinheiro sujo, desviado da corrupção na PETROBRÁS, para irrigar o caixa de campanha.

O caldo politico se completa com a queda vertiginosa do apoio da Presidente por parte da opinião pública, onde apenas 7,7%  consideram seu governo bom e ótimo enquanto 70,9% consideram seu governo ruim ou péssimo. Esta  avaliação negativa atinge inclusive as camadas mais pobres, com menores níveis de escolaridade, renda, inclusive no Nordeste, onde os programas sociais do governo deram a reeleição da Presidente. Ou seja, Dilma é avaliada negativamente por ampla maioria da população brasileira que deseja que ela deixe o posto/cargo.

Também  o  agravamento do caos economico e social está  criando um clima  totalmente desfavorável  para a Presidente, como tem demonstrado sucessivas pesquisa  com a perda da legitimidade e credibilidade de Dilma perante a opinião pública, incluindo também o meio empresarial. Sem apoio e acuada o clima no palácio do Planalto  continua se agravando e  coloca em risco a governabilidade do país.

Talvez, para evitar maiores sofrimentos para o povo e para si mesma, o melhor a  fazer seria renunciar antes que o impeachment seja colocado na ordem do dia do Congresso Nacional, para o bem de todos e a felicidade geral do Brasil.

JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy Email  mestre.juacy@yahoo.com

quinta-feira, 16 de julho de 2015


MAIS UMA VITÓRIA DE OBAMA

JUACY DA SILVA

Em pleno período pré-eleitoral que  em 2016  deverá eleger o novo presidente dos EUA, Barack Obama  acaba de colher mais uma vitória no plano internacional,  através do acordo que congeala o programa nuclear iraniano para fins bélicos, pelo menos por duas ou  tres décadas, que obriga o Iran a renunciar suas pretensões de se transformar em uma potência  nuclear, como o Brasil  já teve há muitos anos.

Há poucos meses Obana consegiu fazer  uma grande abertura que dentro em breve irá colocar fim ao mais longo embargo politico, econômico  e diplomático que um país já  sofreu em toda a história recente, trata-se da suspensão das sansões contra Cuba, a retirada da Ilha da lista dos países que promovem ou patrocinam o terrorismo e a possibilidade para muito em breve a reabertura das embaixadas americana e cubana, nos dois países,  retabelecendo novamente as relaçoes diplomáticas  entre os dois países, suspensas desde os anos sessenta quando a   ex-União Soviética instalou armas nucleares na Ilha dos irmãos Castro. Na época por pouco não eclodia uma Guerra entre os EUA  e a União Soviética, líder máxima do comunismo mundial.

Nesta  semana, enquanto os franceses comemoravam  mais um 14 de julho, relembrando a queda da  bastilha, o fato mais significativo da história política da Franca, em Viena, na Áustria os altos representantes dos EUA, da Franca, da Alemanha, da Inglaterra, da China, da Rússsia, da União Européia e da República Islâmica do Iran, assinaram um acordo também  histórico, que coloca um fim `as pretenções iranianas de atingir a capacidade de produção de armas nucleares.

Desde  a queda do regime do Shah Reza Pahlave, aliado dos EUA   e a chegada ao poder dos aiatolás, iniciando com Khomeini em maio de 1979, quando um referendum aboliu a monarquia no país e aprovou a criação da República Islâmica do Iran, que os conflitos entre o Iran e os EUA e vários países europeus foram acirrados,chegando ao ponto do Governo Bush  declarar o Iran como um dos tres eixos do mal, ao lado do  Iraque e da Coréia do Norte.  Em alguns momentos o Iran foi considerado um regime satânico pelos EUA.

Ao longo das últimas décadas o clima politico entre os dois países foi de conflito e grande hostilidade. O radicalismo do regime dos aiatolás facilitou a aprovação de várias sansões por parte do Conselho de Segurança da ONU, incluindo o embargo econômico que contribuiu para o  isolamento e agravamento dos problemas econômicos, sociais e políticos internos `daquele país.

A razão maior para  esse embargo foi o desenvolvimento de um ousado  programa nuclear, secreto que, mesmo o Iran afirmando ser para fins pacíficos, tanto o Conselho de Segurança da ONU, quanto a Agência Internacional de Energia atômica e os serviços de inteligência de vários países tinham  a certeza de que era  para fins militares.

Todos sabemos que o Oriente  Médio  e norte da África vivem um clima de Guerra e conflitos sangrentos por quase um século, onde milhões de pessoas, principalmente civis inocentes, já perderam a vida. O surgimento de mais uma potência nuclear na região, com certeza, iria contribuir para uma maior instabilidade  e acirramento dos conflitos.

O Acordo firmado há poucos dias foi uma grande vitória para a Adminnistração OBAMA  e  trará inúmeras mudanças na correlação de forças naquela conturbada região, onde, além do conflito étnico, religioso e politico entre países de maioria absoluta de mulçumanos e o  mundo ocidental, também apresenta comflitos históricos entre dois grandes “ramos” do islamismo: os sunitas, antigamente representado pelo regime ditatorial de Sadan Hussein e atualmente pela Arábia Saudita e os shiitas, representados pelo regime dos aiatolás no Iran e também na Síria e outros países.

Com  a volta do Iran ao plano internacional e o fim dos embargos econômico, tecnológico e politico, uma  nova configuração geopolítica está surgindo na região, já bastante conflagrada, inclusive com o avanço e consolidação do Estado Islamico, com seu novo regime de terror.

Com  certeza, inúmeros grupos  ideológicos, religiosos e países  terão  que reavaliar  este acordo e se posicionarem em função de seus interesses e novas estratégias  deverão ser elaboradas ao longo dos próximos anos. Tanto o restabelecimento das relações diplomáticas entre EUA  e Cuba, quanto o retorno do Iran ao cenário econômico , tecnológico  e politico mundial  irão fazer parte da nova agenda eleitoral dos EUA a partir de agora e pelos próximos anos.

Este  tema merece ser aprofundado pelos estudiosos das questões internacionais e pelos diversos governantes, afinal o Iran é um grande ator no cenário mundial e o que ali acontece afeta inúmeros países, inclusive o Brasil.

JUACY DA SILVA, professor  universitário, fundador,  titular e aposentado UFMT, Mestre em Sociologia, Articulista de A Gazeta.  Email  professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

sábado, 11 de julho de 2015


VIAGENS E MENSAGENS DE FRANCISCO

JUACY DA SILVA

Em pouco mais de dois anos  e quase quatro meses, o Papa Francisco  faz mais uma viagem internacional, desta vez aos  três países com maiores índices de pobreza, indígenas  e seus descendentes da América do Sul: Equador, Bolívia e Paraguai, bem no coração do continente.

Nessas viagens Francisco  tem aproveitado para tanto dialogar com a própria igreja, que sofre  quanto para levar suas mensagens de fé, de esperança ,  de justiça ,  de equidade  e caridade; avivando a fé de milhões de católicos, mas  também, abrir e aprofundar um diálogo inter-religioso e inter-social.

Suas recentes cartas apostólicas e Encíclicas não deixam dúvida que aos poucos está revolucionando tanto as estruturas da Igreja  quanto as práticas de evangelizar. No diálogo interno, com o mundo católico, tem estimulado a discussão  sobre temas  até  então proibidos ou que eram tratados de forma velada, jamais com a coragem e ao mesmo tempo com a humildade que Francisco  trata dos mesmos.

Temas como o sacramento da comunhão para os separados ou re-casados; a questão do homossexualismo, do celibato, a questão dos padres  casados, o papel dos leigos e leigas na igreja, a pedofilia que denigre clérigos e a Igreja, a corrupção no Banco Vaticano e na própria Igreja não tem escapado aos olhares e orações de Francisco, este papa que veio do fim do mundo, como ele mesmo o disse ao ser escolhido para ocupar o Trono de São Pedro.

Depois do papado de Gregório III, que governou a Igreja Católica entre 731 e 741, nascido na Síria, são mais de 1.270 anos que um papa não europeu é escolhido.  Francisco foi o primeiro  papa do continente Americano, da América Latina e do Sul  e também o primeiro papa jesuita a assumir o trono de São Pedro, escolhendo muito apropriadamente  o nome em homenagem  a São Francisco de Assis, o santo dos pobres e do meio  ambiente.

Talvez por todas essas  razões podemos entender a urgência que Francisco trabalha  para dar uma nova cara para a Igreja, um pouco mais comprometida com o destino dos pobres, dos excluídos, sua condenação `as práticas de violência e preconceitos, as guerras, os conflitos e a prepotência  dos governantes e o materialismo dos portentados. De nada adianta amealhar poder e riqueza,  nada disso é levado ao final de nossa vida aqui na terra, parece querer dizer Francisco em suas mensagens, por isso  sua ênfase na caridade, na equidade , na justiça social e na solidariedade e nos cuidados com a natureza.

Aos líderes nacionais e internacionais ele os exorta `as boas práticas da governança, o uso do poder para promover ações voltadas  aos pobres e não para  enriquecerem ainda mais os ricos. Por  tabela  faz uma condenação constante a corrupção no governo, na sociedade e na Igreja. Aos ricos ele os exorta para que sejam mais humildes, menos prepotentes,  menos  egoistas, menos materialistas e a ajudarem a cuidar das obras da criação, onde o meio ambiente merece  um grande destaque. Foi neste sentido que escreveu recentemente a chamada ENCÍCLICA VERDE, para que todos tenhamos um pouco mais de respeito e cuidado com o meio ambiente, reduzindo o consumismo e a degradação ambiental.

Nesta viagem a América  do Sul, em  um de seus pronunciamentos na Bolívia,  talvez movido pela compaixão frente  `a pobreza e exclusão social, econômica e política, Francisco enviou um duro recado tanto aos países ricos quanto os ricos que exploram os pobres ao condenar de forma explícita o capitalismo, pela forma como o mesmo continua explorando o povo e disse que a economia  precisa  ser mais solidária  e humana, ou seja, precisamos colocar limites na busca desenfreada pelo lucro. Neste contexto voltou a condenar a destruição do meio ambiente na busca desenfreada por resultados imediatistas,  esquecendo-se de que o passive ambiental acabará sendo pago por todos, principalmente, pelos mais pobres e as gerações futuras.

Francisco  fala mais diretamente ao coração dos pobres, razão pel qual  é tão aplaudido em todas as suas viagens, inclusive a que fez ao Brasil e nesta atual aos países mais pobres da América do Sul. Oxalá  também os poderosos, os governantes e as elites que se dizem cristãos  e a maioria desses que se dizem catolicos ouvissem e praticassem o que Francisco  tem dito. Com  certeza o mundo, nossos países e nossas sociedades seriam muito melhores, livres das mazelas que tanto infelicitam o povo,  principalmente os menos afortunados.

Suas mensagens  também  são dirigidas diretamente `a Igreja para que volte-se mais  voltem- aos pobres, os  humildes e  excluídos, razão maior de seu pontificado. Nossos países , o mundo e a Igreja tem muito a aprender com Francisco.
JUACY DA SILVA, professor universitário,  fundador, titular  e aposentado UFMT, mestre em sociologia. Email professor.juacy@yahoo.com.br Twitter@profjuacy Blog  www.professorjuacy.blogspot.com

sexta-feira, 3 de julho de 2015


DILMA E SUAS BRAVATAS

JUACY DA SILVA

Seguindo a mesma  “escola”  e formas de mistificar  a  realidade que seu criador  e antecessor ex-presidente Lula, a atual presidente Dilma, sempre que acuada pelas notícias, pelos meios de comunicação  e pela opinião púbblica  tenta desqualificar tanto as acusações quanto seus acusadores.

Parece  que ambos  são mestres na arte de dissimulação  e enrolação  através  de muitas lorotas e bravatas  como a que a mesma  acaba de proferir  em entrevistas durante sua atual viagem  aos EUA. Indagada  e bombarbeada pelos jornalistas brasileiros e alguns estrangeiros quanto `as denúncias feitas no andamento da operação LAVA-JATO, que apura o maior escândalo  de corrupção  na  história  brasileira, Dilma não se fez de rogada e disse “não  respeitar  delatores”.

Na  sequência  tentou comparar  as denúncias do Presidente  da UTC , uma  das grandes empreiteirias, que  é  acusado de ser o ‘presidente do clube das empreiteiras”  que até pouco tempo tinha livre acesso a gabinetes palacianos  e  ministeriais,  com  as  tentativas que os  agentes dos governos militares  no DOI/CODI tentavam  transformar presos políticos em delatores de “companheiros” que  lutavam contra o governo e o Estado naquela época.

Ninguém ignora que após deixar a presidência da República Lula  viajou algumas vezes em jatinhos da empreiteira Oldebrecht  a  outros paises onde a referida empreteira  e outras mais tinham atividades e recebiam financiamentos do BNDES, os quais ainda estão encombertos por um manto de sigilo ,  verdadeiras operações secretas, que Dilma  vetou para que não se tornssem públicas  e transparentes.

Tal comparação não tem nenhuma relação e representa  uma distorção da história poítica e institucional brasileira e,  ao  mesmo tempo, é uma  agressão ao ordenamento jurídico estabelecido democraticamente, que oferece aos criminosos  tanto de colarinho branco quanto os bandidos cujos colarinhos são de outras cores, a colaborarem  com a justica, mediante um acordo livre  e assistido por seus advogados, apresentando dados e informações que facilitem a justicça chegar a atos  praticados por outros criminosos que ainda não prestaram contas `a justiça.

Com  certeza a OPERAÇÃO LAVA-JATO,  presidida pelo Juiz Federal Sergio Moro, tendo o apoio  do Ministério Público Federal e as ações  investigativas da Polícia Federal  deverão ir a fundo nessas  denúncias, doa a quem doer, como costuma dizer a Presidente Dilma,  e a verdade deverá vir a tona.

As  denuncias feitas pelo Presidente da UTC  e de outros presos pela operação LAVA-JATO,  não foram  feitas  sob tortura ou qualquer constrangimento, mas amparadas pela  legislação e princípios legais, constitucionais, não precisando a Presidente diga que caberá  a Justiça, ao  Ministério Público  e a Polícia Federal fazer, pois cabe a essas instituições apenas cumprirem  suas missões, investigarem e punirem os culpados.

Se houve dinheiro sujo nas campanhas de Lula, de Dilma e de outros políticos, isso é crime  e como tal  deverá  ser tratado  e os  responsáveis punidos com  os rigores da Lei, afinal vivemos em um Estado de direito e democrático , em uma República, onde todos devem ser tratados de forma igual, sem privilégios.  Está mais do que na hora de o Brasil acabar com a imunidade, o foro privilegiado, os privilégios dos governantes e portentados.    assim o combate `a corrupção  será algo verdadeiro e não apenas para  “inglês  ver”. A denúncia  foi feita formalmente pelo presidente da UTC, cabe agora essas entidades irem a fundo nas investigações.

Desde a década de noventa, portanto há quase vinte anos, o Brasil é signatário de vários tratados internacionais aprovados pela ONU, OEA, OECD e outros mais, para que o combate `a corrupção seja  uma prática efetiva por parte dos governos nacionais.

Apesar disso, diversos casos escabrosos de corrupção, onde o MENSALÃO  e o PETROLÃO – LAVA JATO são os símbolos maiores, ocorreram e continuam a ocorrer durante  os mandatos  de Lula  e Dilma, atignindo figuras importantes de seus governos e do PT e outros partidos aliados no Congresso.

Com  certeza não será com bravatas e lorotas que os atuais donos de poder irão intimidar o Ministério Público, a Polícia Federal e muito menos juizes íntegros como o ex-Ministro Joaquim Barbosa e o Juiz  Federal Sérgio Moro. Estamos em plena  fase da operação “mãos limpas” tupiniquim. Praza  Deus que possamos passar nossso país a limpo e banir os corruptos e as práticas  de corrupção no Governo e meio empresarial como aconteceu na Itália há algumas décadas.

JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre  em sociologia, articulista de A Gazeta, Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy