MAIS UMA VITÓRIA DE
OBAMA
JUACY DA SILVA
Em pleno período
pré-eleitoral que em 2016 deverá eleger o novo presidente dos EUA, Barack
Obama acaba de colher mais uma vitória
no plano internacional, através do
acordo que congeala o programa nuclear iraniano para fins bélicos, pelo menos
por duas ou tres décadas, que obriga o
Iran a renunciar suas pretensões de se transformar em uma potência nuclear, como o Brasil já teve há muitos anos.
Há poucos meses Obana
consegiu fazer uma grande abertura que
dentro em breve irá colocar fim ao mais longo embargo politico, econômico e diplomático que um país já sofreu em toda a história recente, trata-se
da suspensão das sansões contra Cuba, a retirada da Ilha da lista dos países
que promovem ou patrocinam o terrorismo e a possibilidade para muito em breve a
reabertura das embaixadas americana e cubana, nos dois países, retabelecendo novamente as relaçoes diplomáticas entre os dois países, suspensas desde os anos
sessenta quando a ex-União Soviética
instalou armas nucleares na Ilha dos irmãos Castro. Na época por pouco não
eclodia uma Guerra entre os EUA e a União
Soviética, líder máxima do comunismo mundial.
Nesta semana, enquanto os franceses
comemoravam mais um 14 de julho,
relembrando a queda da bastilha, o fato
mais significativo da história política da Franca, em Viena, na Áustria os
altos representantes dos EUA, da Franca, da Alemanha, da Inglaterra, da China,
da Rússsia, da União Européia e da República Islâmica do Iran, assinaram um
acordo também histórico, que coloca um
fim `as pretenções iranianas de atingir a capacidade de produção de armas
nucleares.
Desde a queda do regime do Shah Reza Pahlave,
aliado dos EUA e a chegada ao poder dos
aiatolás, iniciando com Khomeini em maio de 1979, quando um referendum aboliu a
monarquia no país e aprovou a criação da República Islâmica do Iran, que os
conflitos entre o Iran e os EUA e vários países europeus foram
acirrados,chegando ao ponto do Governo Bush
declarar o Iran como um dos tres eixos do mal, ao lado do Iraque e da Coréia do Norte. Em alguns momentos o Iran foi considerado um
regime satânico pelos EUA.
Ao longo das últimas
décadas o clima politico entre os dois países foi de conflito e grande
hostilidade. O radicalismo do regime dos aiatolás facilitou a aprovação de
várias sansões por parte do Conselho de Segurança da ONU, incluindo o embargo
econômico que contribuiu para o
isolamento e agravamento dos problemas econômicos, sociais e políticos
internos `daquele país.
A razão maior para esse embargo foi o desenvolvimento de um
ousado programa nuclear, secreto que,
mesmo o Iran afirmando ser para fins pacíficos, tanto o Conselho de Segurança
da ONU, quanto a Agência Internacional de Energia atômica e os serviços de
inteligência de vários países tinham a
certeza de que era para fins militares.
Todos sabemos que o
Oriente Médio e norte da África vivem um clima de Guerra e
conflitos sangrentos por quase um século, onde milhões de pessoas,
principalmente civis inocentes, já perderam a vida. O surgimento de mais uma
potência nuclear na região, com certeza, iria contribuir para uma maior
instabilidade e acirramento dos conflitos.
O Acordo firmado há
poucos dias foi uma grande vitória para a Adminnistração OBAMA e
trará inúmeras mudanças na correlação de forças naquela conturbada
região, onde, além do conflito étnico, religioso e politico entre países de
maioria absoluta de mulçumanos e o mundo
ocidental, também apresenta comflitos históricos entre dois grandes “ramos” do
islamismo: os sunitas, antigamente representado pelo regime ditatorial de Sadan
Hussein e atualmente pela Arábia Saudita e os shiitas, representados pelo
regime dos aiatolás no Iran e também na Síria e outros países.
Com a volta do Iran ao plano internacional e o
fim dos embargos econômico, tecnológico e politico, uma nova configuração geopolítica está surgindo
na região, já bastante conflagrada, inclusive com o avanço e consolidação do
Estado Islamico, com seu novo regime de terror.
Com certeza, inúmeros grupos ideológicos, religiosos e países terão
que reavaliar este acordo e se
posicionarem em função de seus interesses e novas estratégias deverão ser elaboradas ao longo dos próximos
anos. Tanto o restabelecimento das relações diplomáticas entre EUA e Cuba, quanto o retorno do Iran ao cenário
econômico , tecnológico e politico mundial irão fazer parte da nova agenda eleitoral dos
EUA a partir de agora e pelos próximos anos.
Este tema merece ser aprofundado pelos estudiosos
das questões internacionais e pelos diversos governantes, afinal o Iran é um
grande ator no cenário mundial e o que ali acontece afeta inúmeros países,
inclusive o Brasil.
JUACY DA SILVA, professor
universitário, fundador, titular
e aposentado UFMT, Mestre em Sociologia, Articulista de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br
Blog www.professorjuacy.blogspot.com
Twitter@profjuacy
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