quinta-feira, 30 de agosto de 2018


PROMESSAS ELEITORAIS E “FAKE NEWS”

JUACY DA SILVA

Há alguns meses a Justiça Eleitoral vem martelando em um tema, na verdade muito importante, mas que corre o risco de desviar a atenção dos eleitores, que é a questão das noticias falsas ou na versão em inglês, “fake news”, que tem como objetivos de lançar dúvidas ou fatos inverídicos, imputando-os a outros candidatos, denegrindo ou desconstruindo suas imagens.

Todavia, existe um outro tipo de “fake news” que sempre, de longa data, por décadas a fio; fazem parte das campanhas eleitorais, são as falsas promessas, as meias verdades ou mentiras com o intuito de enganar o eleitor e conseguir os votos necessários para serem eleitos. Costuma-se dizer que durante as campanhas eleitorais se conseguirmos “contabilizar” quanto custa realmente para realizar todas as promessas de cada candidato ou de todos, o PIB do Brasil e os orçamentos federal, estaduais e municipais deveriam ser dezenas de vezes o que realmente são, Talvez maior do que a economia chinesa, da uniao européia ou dos EUA.

Prometer o que na verdade todo mundo sabe que jamais irá ser realizado, além de estar revestido de muita demagogia, deveria ser considerado crime eleitoral, pois esta forma de conseguir o apoio e o voto da população, principalmente da grande maioria que vive na miséria, em meio ao caos de todos os serviços públicos, em um país com mais de 14 milhões de desempregados; mais de 15 milhões de subempregados; mais de 63,5 milhões de pessoas endividadas, com nome sujo na praça;  com mais de 62 mil assassinatos  e mais de 150 mil estupros por ano, com uma emenda constitucional que limita os gastos públicos por quase dez anos no futuro, com o objetivos de “equilibrar” os orçamentos públicos; com uma divida pública federal que em julho último atingiu R$3,75 trilhões, praticamente 75% do PIB e que apenas para sua rolagem são necessários 44% do orcamento da União, além de que há tres anos e por mais tres o Governo Federal trabalha com um deficit que tem variando entre R$139 bilhões a uma previsao de mais de R$220 bilhões de reais para 2019, é algo semelhante ao que fez o comandante do Titanic, determinando que a banda tocasse bem alto para “entreter” os passageiros enquanto aquele gigante transatlantico naufragava, ia para o fundo do mar. Em 2018 o Governo federal irá gastar R$1,6 trilhões com juros, amortização e “rolagem” da divida publica federal, além do gigantestco deficit pública, sobra o que para todos os demais setores?

O Brasil, devido `as diversas crises que vem enfrentando há anos, com destaque para a crise econômica, financeira, politica, social, ética e moral passa por um momento crucial de sua história. Boa parte da chamada classe politica, dirigentes partidários, gestores públicos e empresários de peso, são investigados por corrupção, alguns poucos estão presos e a grande maioria continua no poder, protegidos pela impunidade, pela morosidade do Sistema judiciário e por um Sistema de controle que além de lento,  tambem tem em seus quadros o virus da corrupção, como acontece com vários tribunais de contas estaduais como de MT e RJ  e da União.

Ao ouvirmos os candidatos apresentarem seus “planos” de governo ou lermos suas “propostas” e confrontarmos tais promessas de campanha com a realidade fiscal, orçamentária, economica e social do pais, a grande maioria dessas propostas carecem de um detalhamento mais profundo, incluindo, dizer aos eleitores quanto custa para a realização das mesmas, quais são as prioridades , em quanto tempo irao ser realizadas e de onde virá o dinheiro/recursos para a sua concretização.

É um desrespeito `a inteligencia dos eleitores dizer que “ vamlos investir pesado” em infra estrutura ou outros setores, quando existem centenas de obras federais, estaduais e municipais paralisadas há anos no país, onde centenas de bilhões de reais ou dólares foram “enterrados” e não tem como sair desta situação, a não ser investindo muitos outros bilhões, como acontecem com o VLT em Cuiabá, a transposição do Rio São Francisco ou as obras dos complexos petroquímcos do Rio de Janeiro ou de Pernambuco, para destacarmos apenas algumas dessas obras, quando constatamos que no Orçamento Geral da União foram destinados menos de 1% do referido orcamento para obras de infra estrutura em anos recentes.

Nem tapa buraco, sinalização, fiscalização , balanças nas suas rodvias o Governo Federal e os governos estaduais conseguem fazer. Em 2018, com o “congelamento” dos gastos públicos o OGU – orcamento geral da união destina 44% para pagamento de juros, amortização e rolagem da divida publica federal; 22,5% para a previdência; 10,2%  para transferências aos estados e municipios; apenas e tão somente 3,3% para a educação; 4,2% para a saúde; 2,2% para o trabalho; 0,4% para a SEGURANÇA PÚBLICA; 1,7% para a defesa nacional; 3,2% para assistência social; 0,04% para SANEAMENTO; 0,1% para organização e REFORMA AGRÁRIA; 0,1% para gestão ambiental; 0,3% para ciência e tecnologia; 0,1% para habitação; o,05% para cultura e 0,04% para a “garantia dos direitos dos cidadãos”.

Nenhum candidato fala como realmente vai cumprir suas promessas quando todos sabemos que os orcamentos para 2019 e anos seguintes já estao engessados e definidos, sujeitos a crise que estamos vivendo, mas que nos discursos dos candidatos tudo parece ser simples de se resolver. Estamos muito mais proximos de uma Venezuela do que de uma China. Nossos politicos e camada dirigente, enfim, os verdadeiros donos do poder, são exínimos na arte da mentira, da demagogia, da incompetência em termos de gestão pública, enfim, se isto tudo não é “fake news”, precisamos buscar outro nome para esta verdadeira arte de enganar o povo durante os períodos eleitorais.

Ai surge a pergunta, de onde esses candidatos irão “tirar” o dinheiro para cumprirem suas promessas? Com certeza essas promessas e “planos” de governo não passam de uma grande enganação e por isso, uma desmoralização para o que imaginamos seja uma democracia.

JUACY DA SILVA, professor universitario, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia. Articulista e colaborador de diversos veiculos de comunicacao. Email professor.juacy@yahoo.com.br Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

domingo, 26 de agosto de 2018


A SOCIEDADE DO BEM VIVER !

JUACY DA SILVA

Bom dia minha amiga, meu amigo, parentes e familiares.

Desejo a cada um ou uma de voces um domingo radiante, não importa se com sol ou com chuva, com calor ou com frio, com paz e alegria, o importante é que todos passamos saber que a cada dia as esperanças de uma vida melhor, mais digna, de um país melhor, enfim, de um mundo melhor possam brotar em cada coração ao redor deste planeta.

Com certeza a vida, para alguns/algumas, é uma longa caminhada, em que o “peso” da idade ou das doenças, do sofrimento nos acompanham. Para outros esta caminhada pode ser bem mais curta, mas mesmo assim, com muitos ensinamentos e muita ternura.

Nesta caminhada, ao nascermos, chegamos sozinhos ou sozinhas neste planeta, que está sendo destruido de forma impiedosa pelas ações humanas ou desumanas, mas encontramos tantas pessoas maravilhosas, sejam nossos pais, familiares, amigos/as. Ao longo da jornada `as vezes ou qusse sempre nos separamos, em cada encruzilhada tomamos caminhos diferentes, pode ser algum dia que vamos nos encontrar novamente ou nunca mais, aí, restam apenas as lembranças. Afinal, a vida é a “arte” dos encontros e desencontros, das alegrias e das tristezas, das descobertas e das perdas, mas existe uma única certeza: a vida continua e por isso não podemos deixar de lutar e agradecer a Deus, aos santos, aos anjos e arcanjos ou a qualquer outra divindade que cada um tem a liberdade e o direito de acreditar, por tudo o que temos, que somos e que realizamos.

Para que a vida tenha sentido e seja plena, precisamos cultivar sentimentos nobres como o amor ao próximo/a; a gratidão pela vida e pelas pessoas que temos ao nosso redor, o perdão a quem, um dia, possa ter nos ofendido, a solidariedade e  a fraternidade em relacão `as pessoas que, as vezes, estão sofrendo muito mais do que a gente, acometidas por doenças incuráveis, degenerativas, em um leito ou corredor de hospital, em uma prisão; “perdidadas” na solidão e no isolamento físico ou emocional; no fundo do poço atraves do uso e abuso de drogas ou prestes a cometerem suicídio, a compreensão, a tolerância em relação `as pessoas que são diferentes de nós, que pensam, sentem ou agem de forma diferente, enfim, devemos e podemos fazer a nossa parte para que o mundo seja melhor, menos violento, menos preconceituoso, menos materialista, onde alguns tem tudo e milhões ou bilhões de pessoas nada tem, nem mesmo um trapo para cobrir sua nudez, um abrigo contra as intempéries do tempo ou um prato de comida para saciar a fome, precisamos, com urgência, ser menos egoistas, só assim podemos devolver a alegria de viver a quem já tenha perdido todas as esperancas.

Ao longo de nossa jornada precisamos ser mais samaritanos e socorrer as pessoas que estão `a margem do caminho (da sociedade) implorando por nossa compreensão, nossa atencao, nossa solidariedade e nosso apoio concreto!

Por tudo isso, precisamos agir para que, de fato, o amor, a justiça, a compaixão, o altruismo e a solidariedade/fraternidade sejam nossos fundamentos para, juntos, construirmos a SOCIEDADE DO BEM VIVER e do BEM COMUM.

QUE NESTE DIA VOCE POSSA ESTAR MUITO FELIZ, MERECIDAMENTE
Gaittersburg, M

quarta-feira, 22 de agosto de 2018


LULA É O PREFERIDO DOS BRASILEIROS

JUACY DA SILVA

Impressionante. Mesmo estando preso há varios meses, sem poder aparecer na mídia, sem poder se comunicar diretamente com os eleitores, mesmo tendo sido condenado em segunda instância por acusação, ainda sem provas cabais, segundo sua defesa, o ex presidente Lula tem aparecido na dianteira em todas as pesquisas de opinião pública, de todos os institutos que se dedicam ao mister de sondar o que vai na cabeça dos eleitores.

Com certeza, todas as pesquisas de opiniao pública, quando bem feitas, com o devido rigor metodológico, estatístico e científico serve de base, como uma amosta, para que sejam feitas deduções do universo total, no caso, o número total de eleitores no Brasil.

Para que a amostra das pesquisas sirvam de base para essas conclusões, a mesma deve ter idêntica proporcionalidade que as características do universo para o qual se pretende concluir. Este rigor metodológico precisa, deve e é acompanhado pela Justiça Eleitoral para evitar que instituições fajutas e a serviço deste ou daquele candidato possam usar dados mentirosos para manipular o inconsciente coletivo do eleitorado.

Feitas essas ressalvas, a pesquisa feita pelo IBOPE, um conceituado instituto de pesquisa nacional, ao lado de outros que, com certeza, já estao em campo coletando dados e dentro de poucos dias ou semanas devem também apresentar seus resultados, constata-se o que todo mundo sabe de cor e salteado, os brasileiros, de norte a sul, de leste a oeste, de ambos os sexos, de diferentes estratos econômicos e sociais, com excessão das elites e da classe media alta, de todos os niveis de escolaridade, com excessão da minoria que tem curso superior, enfim, as massas já decidiram que seu candidato a Presidente da República é LULA.

Com excessão de Bolsonaro que já atingiu seu patamar superior de preferência, nunca tem passado de 20% ou 22%, mesmo quando Lula não faz parte da sondagem/pesquisa, os demais candidatos, de grandes partidos como o PSDB, com apoio do DEM e outros mais; do MDB, da Rede de Marina Silva, ou os demais nanicos, tem um desemprenho mediocre, todos abaixo de 10% da preferência dos eleitores e pelo menos seis ou sete com apenas 1% ou praticamente zero.

Na última pesquisa divulgada pelo IBOPE em 28 de junho, antes de os partidos e colegações escolherem e registrarem seus candidatos, Lula tinha 33%, Bolsonaro 15% e Marina Silva 7%. Na atual pesquisa, onde aparecem apenas os candidatos com pedidos de registro no TSE, Lula sobe para 37%, um ponto a mais do que o dobro da soma dos cinco seguintes, pela ordem Bolsonaro 18%; Marina Silva 6%;  Ciro Gomes e Alkmin com 5% cada e Álvaro Dias com apenas 3%.

Dos demais, apenas tres tiverem 1% cada e outros tres não pontuaram, ou seja, zero %. A soma de quem disse que votaria em branco, nulo, não sabia ou não respondeu foi de 22%, maior do que Bolsonaro que há meses esta “estacionado” em segundo lugar e com índices de rejeição aumentando e elevados.

A preferência dos entrevistados pelo IBOPE por LULA é clara em todos os segmentos considerados: Homens 35%; mulheres 39%; todas as faixas etárias de eleitores: 16 a 24 anos 45%; 25/34 anos 37%; 35/44 anos 35%; 45/54 anos 35% e acima de 55 anos 33%. Quando a variável é renda Lula tem a prefêrencia disparada em todos os extratos, com excessão de quem ganha mais de 5 salários mínimos; o mesmo acontece nos diferentes niveis educacionais, entre as pessoas que tem apenas até 4 anos de escolaridade Lula é o preferido por 51% dos entrevistados, 44% por quem tem até 8 anos de escolaridade e 35% entre os que tem nível médio e empata com o segundo colocado entre os eleitores de nível superior com 23%, com o destaque de que apenas 12% da população brasileira tem nível superior e apenas 15% da populacao ganha mais de 5 salários mínimos, no Nordeste Lula é o preferido de 60% dos entrevistados, continua em primeiro lugar no sudeste, norte e centro-oeste, so fica em segundo lugar na região sul.

Como o espaco deste artigo é limitado, citarei apenas tres outras variáveis: Religião, entre os catolicos Lula é o preferido por 45%, o triplo de Bolsonaro; evangélicos 31%; outras religiões 35%. Entre negros e pardos Lula chega a 44% e entre Brancos 26%, sempre á frente dos demais candidatos

Quando o nome de Lula fica fora da pesquisa, os demais candidatos não sobem muito nas escolhas. Bolsonaro ganha 2%; Marina dobra e vai para 12% e os demais aumentam entre 1% e 4%. E os entrevistados que irão votar em branco, nulo ou não irao votar sobe de 22% para 38%.

Pelos resultados desta pesquisa, pode-se notar que se em uma democracia a voz do povo é a voz de Deus e que cabe a maioria decidir quem deva ser escolhido livremente, impedir que Lula seja candidato será na verdade um golpe contra a vontade popular e uma aberração jurídica, ante, por exemplo, a última decisão da primeira turma do STF de manter José Dirceu e Genu livres da prisão até que o STJ ou o STF julgue em definitivo o caso do ex presidente.

Este tema ainda vai dar muito pano para mangas!

JUACY DA SILVA, professor universitario, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de diversos veiculos de comunicacao. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy






sexta-feira, 17 de agosto de 2018


DESAFIOS DO ENVELHECIMENTO

JUACY DA SILVA

Conforme destacado em meu último artigo, o mundo de uma maneira geral e os países desenvolvidos de uma maneira particular estão envelhecendo de forma bem rápida. Com excessão dos países africanos e alguns asiáticos que ainda não iniciaram a transição demográfica, países emergentes como o Brasil, a China, a Turquia e outros mais também estão em processo bastante acelerado de envelhecimento.

Com certeza o processo de envelhecimento não afeta apenas cada pessoa ou familia em particular, mas tem reflexos profundos na vida econômica, social, politica, institucional e cultural de cada país e, por extensão, é uma questão de interesse internacional, razães pelas quais tanto a ONU, durante suas assembléias gerais desde os anos setenta e oitenta, bem como seus organismos especializados como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e outras instituições internacionais e nacionais vem alertando para que os países se preparem para o que poderá ser uma das maiores revoluções na história da humanidade.

O processo de envelhecimento pode ser notado a partir da análise de alguns indicadores, tanto a nível mundial quanto dos diversos países, inclusive o Brasil. Dentre tais indicadores podemos mencionar a expectativa de vida ao nascer e a expectativa de vida em cada faixa etária; os índices de fertilidade/fecundidade ou seja, número de filhos por mulher durante seu periodo reprodutivo; índices de mortalidade geral e de mortalidade infantil; índices de migração interna e internacional; participação da mulher no Mercado de trabalho, índice educacional em geral e por gênero em particular; número e percentual de pessoas com mais de 60, 70,80,90 ou cem anos.

De posse desses dados é possivel construir cenários demográficos, sócio-econômico e os impactos que o processo de envelhecimento tem sobre os diversos aspectos da vida nacional, por exemplo, Sistema previdenciário, sobrevida das pessoas após se aposentarem, taxa de dependência econômica, ou seja, percentual de pessoas que não trabalham (criancas/adolescentes e aposentados/idosos) x população economicamente ativa e população ocupada.

Outro desafio, talvez o maior de todos relacionados com o processo de envelhecimento será a questão da saúde pública em geral e a saúde dos idosos em particular, com destaque para as doenças crônicas, debilitantes e incuráveis, principalmente pelo fato que a cada faixa etária a pessoa idosa tem a propensão de ter maiores problemas de saúde, inclusive saúde mental e doencas neurológicas relacionados com o envelhecimento como as várias formas de demência, alzheimers, Parkinson, câncer, doencas cardio-vasculares, principalmente.

Os custos da saúde/doencas que afetam a população idosa são muito maiores do que o custo da saúde/tratamento de doencas para a população não idosa e ai é que reside um grande desafio, tendo em vista que dentro de duas ou no máximo tres décadas a maior concentração de idosos será nos países emergentes e de baixa renda, incluindo o Brasil que terá a quinta maior população de idosos do planeta.

O envelhecimento não apenas reproduz mas também torna mais cruel as taxas de empobrecimento, de fome, miséria e exclusão que existem na maior parte dos países, mas com maior ênfase nesses países emeregentes e de baixa renda.

No Brasil, por exemplo, as taxas de concentração  de renda, medidas pelo índice de Gini é uma das maiores do mundo. Isto significa que a população pobre, excluida e de baixa renda será representada pela população idosa pobre e excluida.


Enquanto os países atualmente desenvolvidos tiverem um longo tempo, mais de um século para preparar suas instituições públicas e a infra estrutura econômica e social para encarar os desafios do processo de envelhecimento, os países emergentes, incluindo o Brasil, e os de baixa renda como a maioria dos países africanos e asiáticos não tiverem a preocupação de um planejamento de longo prazo para enfrentar os novos e atuais desafios decorrentes do processo de envelhecimento populacional.

Os governates desses países, inclusive do Brasil, além do imediatismo, falta de visão estratégica, mediocridade no trato das questões econômicas e sociais, aliada `a corrupcao e atuação voltada muito mais para seus interesses de classe ou de grupo econômico, estão relegando e continuarão  relegando milhões de pessoas idosas `a marginalização ou apenas aos cuidados das respectivas familias, que também não dispõem de recursos financeiros ou de outra ordem para os cuidados que a população idosa necessita e merece.

Precisamos incluir, de verdade, a população idosa na agenda, não apenas das discussões eleitorais, recheados de mentiras e demagogia ; mas fundamentlmente, na pauta e na definição real das politicas públicas. Se isto não for feito com urgência, idosos e idosas estarão condenados a uma vida miserável em sua última etapa da existência, nada humana,  altamente desumana.

JUACY DA SILVA, professor universitário aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborrador de diversos veiculos de comunicação. Email professorjuacy@yahoo.com.br Twiter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

quarta-feira, 8 de agosto de 2018


O MUNDO ESTÁ ENVELHECENDO

JUACY DA SILVA

O mundo, de uma maneira geral, está envelhecendo, ou seja, a população nas faixas etárias com 60 anos e mais anos de idade, nas últimas décadas, tem crescido de forma muito mais acentuada do que o crescimento geral da população e, principalmente, bem maior do que a população infantil, com menos de 14 anos.

Alguns países  desenvolvidos, como os europeus, o Japão, a Austrália, o Canadá e tambem alguns emergentes como Brasil e a China, apresentam índices de crescimento e parcelas da população com mais de 60 anos, bem superior `a media mundial.

A maioria dos países europeus e o Japão, já tem mais de 22% da população total com 60 ou mais anos de idade e dentro de mais duas ou tres decadas a participação de idosos será superior a um terço, sendo que por volta de 2050 alguns poderão ter um índice de envelhecimento superior a 40%.

Até o inicio da década de 1950, o crescimento populacional na maioria dos países era determinado por altas taxas de fertilidade e fecundidade, a partir dos anos cinquenta, com a redução dos índices de mortalidade e de fertilidade/fecundidade, muita gente e instituições imaginavam que o crescimento populacional mundial estaria chegando a um ponto de equilíbrio ou “crescimento zero”.

Todavia, algumas regiões com a África e países como a Índia e alguns outros paises asiáticos como Indonésia, Bangladesh e outros mais, continuam experimentando altos índices de fecundidade/fertilidade e iniciam  tardiamente a transição demográfica, indicando, por exemplo que dentro de pouco mais de uma década a Índia devera ter uma população bem superior `a da China.

A nível mundial, em 2015 o contingente de idosos, acima de 60 anos, era de 900 milhões de pessoas, representando 12,3% do total da população mundial; as projeções da ONU e outras instituicçõs de pesquisas e estudos demográficos indicam que em 2030 o contingente de idosos na população mundial deverá ser de 16,5% ou 1,4 bilhões de pessoas e em 2050 os idosos serão mais de 2 bilhões de pessoas ou 21,5% do total da população mundial.

Em 35 anos, a população mundial deverá passar de 7,3 bilhões em 2015 para 9,8 bilhões em 2050, um crescimento de 135,6%; enquanto isso, no mesmo periodo o crescimento da população de idosos devera crescer 222%, com tendência a uma aceleração mais acentuada nas décadas seguintes.

No Brasil o envelhecimento também vem ocorrendo de forma mais acelerada do que aconteceu na Europa. Na França, por exemplo, foi necessário mais de um século para que a populacao idosa “pulasse” de 7% para 14%, e no Brasil este “salto” ocorreu em apenas duas decadas.

Em 1950 a populacao idosa no Brasil era de 2,195 milhões de pessoas ou 4,2% do total; passando para 14,352 milhões ou 8% no ano de 2000. Em 2017 os idosos representavam 14,6% da população total ou 30,2 milhões de pessoas e as previsões indicam que em 2030 o Brasil terá a quinta maior populacao idosa do planeta, nada menos do que 42,8 milhões de pessoas ou 18,7% da população total.

Em 1950 a populacao total do Brasil era de 51,9 milhões de habitantes e a população idosa era de 2,2 milhões; as projeções tanto do IBGE quanto da ONU e outras instituicçõs indicam que em 2030, dentro de 12 anos, a população total do Brasil será de 228,9 milhões de habitantes e a população de idosos será de 42,8 milhões de pessoas. Diante desses números a conclusão é clara e óbvia, enquanto a população total de nosso país deverá ter crescido 440,7% nesse periodo (de 1950 a 2030), o total de idosos deverá ter crescido 1.945,5% ou seja, 4,4 vezes mais.

Pouca gente, inclusive nossos governantes e a elite dominante do país ou até mesmo as instituições de estudos e pesquisas nacionais se dão conta das repercussões que o envelhecimento populacional terá dentro de pouco mais de uma década. O Envelhecimento populacional não é uma mera questão pessoal ou familiar, mas muito mais uma questão nacional e internacional que demanda estudos e definição de politicas públicas e ações efetivas tanto na área econômica, quanto social, cultural, politica e, principalmente, em relação `as estruturas e ações de governo.

Em uma próxima oportunidade tentarei refletir sobre essas dimensões e o papel que tanto as instituições públicas quanto as representativas da sociedade civil organizado e também as universidades, no sentido da necessidade de uma compreensão mais profunda, atual e futura desta realidade que, para muitos, é uma verdadeira “bomba relógico”, prestes a ser detonada e que poderá levar pelos ares não apenas sistemas de governo, mas a própria sobrevivência humana neste planeta.

O Mundo esta envelhecendo e o Brasil de forma mais rápida ainda. Será que esta questão consta da pauta ou agenda dos candidatos para as eleições de outubro próximo? Sei, não, como diz o matuto!

JUACY DA SILVA, professor universitário aposentado UFMT, mestre em sociologia, colaborador e articulista veiculos de comunicação. Email professor.juacy@yahoo.com.br Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com



BARAFUNDA POLÍTICA E ELEITORAL

JUACY DA SILVA

Estamos há praticamente dois meses para a realização de uma eleição muito importante no Brasil, quando os eleitores, que, pretendemos, representam os anseios, desejos e expectativas do povo brasileiro, irão escolher um novo ou nova presidente da República, todos os governadores de estados, dois terços do Senado, toda a Câmara Federal e todas as Assembléias Legislativas. Enfim, serão escolhidos os novos governantes e, através da constituição de um “novo” corpo politico,  todos os gestores de primeiro, segundo, terceiro escalões da administração pública do país.

Na maioria dos países existem regras, regulamentos e legislação que permanecem por décadas a fio, facilitando a dinâmica politica e eleitoral, dando estabilidade ao processo e seguranca jurídica, diferente do que ocorre no Brasil, onde  tanto a legislação quanto os ritos e regras politicas quanto eleitorais são alteradas a cada pleito, de dois em dois anos e ainda, a incerteza e morosidade da justiça comum e da justica eleitoral.

As regras para as próximos eleições são totalmente diferentes das que vigoravam quando das eleicoes gerais de 2010 e 2014, incluindo as formas de financiamento eleitoral, a figura do caixa dois que sempre existiu e todo mundo, inclusive a justica eleitoral, fazia de conta que nada sabia, nada via e quando as denúncias eram apuradas os mandados já estavam praticamente no final ou já havia terminado, o tempo de propaganda eleitoral e outros detalhes mais.

Dois exemplos são patentes nesta barafunda, o caso da eleição suplementar, quando um novo governador e vice foram eleitos há poucos meses no Tocantins, para um mandato tampão até o final do que seria o mandato do governador e vice eleitos em 2014, cujo processo de investigação e cassação demorou anos.

O mesmo acontece em Mato Grosso, a cassação do mandato do senador Medeiros nesta semana, eleito como suplente de Pedro Taques que foi eleito em 2010 e renunicou em 2015, para assumir o cargo de governador de Estado. A denúncia de que teria havia fraude na ata da convenção, na ordem dos suplentes da chapa de Pedro Taques, quando o nome do atual senador Medeiros teria “pulado” de segundo para primeiro suplente, demorou varios anos e só agora a decisão foi tomada, possibilitando que tal fraude seja corrigida e o suplente que foi “passado para traz” possa ter seu mandato garantido por apenas poucos meses.

Muita gente, incluindo a grande mídia tenta massificar a idéia, errônea em minha opinião, de que os eleitores tem todo o poder do mundo e podem escolher os melhores candidatos, dar  cartão  vermelho para os politicos/candidatos corruptos, incompetentes, demagogos, ineficientes e espertalhões. Pesquisas indicam que a grande maioria dos atuais parlamentares, inclusive os investigados por corrupção serão eleitos ou reeleitos.

A realidade não é bem assim, quem escolhe os candidatos são os partidos e suas convenções e a quase totalidade dos partidos tem donos tanto no âmbito nacional, quanto nos estados e municipios, alguns que mandam e desmandam nos partidos por mais de duas ou tres décadas. A grande maioria dos partidos não cultiva a democracia interna, quando muito manipulam seus filiados que continuam encabrestados pelos donos dos partidos, vários dos quais utilizam as alianças e composições politicas para acomodarem seus quadros de maior expressão nos cargos em comissão, onde existe um verdadeiro balcão de negócios, inclusive excusos como as operação lava jato e outras investigações a niveis nacional, regional e local tem comprovado.

Outro aspecto que denigre e transforma o processo eleitoral em uma barafunda, uma verdadeira mixórdia politica, eleitoral e ideológica são as famosas composições, onde o que determina como serão construidos os “palanques” dos candidatos a Presidente, Governadores, Senadores, deputados federais e estaduais nos Estado não é a coerência doutrinária, ética ou de principios e muito menos as propostas ou planos de governo, mas sim  o tempo de TV, de rádio ou o montante do fundo partidário que cada partido possui, os interesses nacionais ou estaduais ou mesmo os interesses da populacao jamais são levados em conta.

Existem partidos que se aliam no âmbito nacional com diversas outros e não mantem a mesma aliança nos estados, disto resulta a eleição de deputados e senadores que irao “negociar” o apoio parlamentar com o/a presidente da República ou governadores de Estados, todo mundo sabe que isto acarreta a fragilidade de tais governos que acabam resvalando para práticas nada ética ou melhor, práticas corruptas para conseguir apoio parlamentar e poder governar.

Diante de toda esta balbúrida politica e eleitoral fica dificil imaginar que 2019 poderá ser um ano de transformação politica, econômica, social ou de governança em nosso país. Eleições em uma realidade como a que existe atualmente no Brasil não terão o poder de uma varinha de condão que possa alimentar as esperanças do povo. Vamos continuar convivendio com as mesmas figurinhas já carimbadas e bem manjadas que levaram o país e nossos estados a esta vergonha em que estamos vivendo.

JUACY DA SILVA,  professor universitário, UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de diversas veiculos de comunicacao. Email professorjuacy@yahoo.com.br Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com