O MUNDO ESTÁ
ENVELHECENDO
JUACY DA SILVA
O
mundo, de uma maneira geral, está envelhecendo, ou seja, a população nas faixas
etárias com 60 anos e mais anos de idade, nas últimas décadas, tem crescido de
forma muito mais acentuada do que o crescimento geral da população e,
principalmente, bem maior do que a população infantil, com menos de 14 anos.
Alguns
países desenvolvidos, como os europeus,
o Japão, a Austrália, o Canadá e tambem alguns emergentes como Brasil e a
China, apresentam índices de crescimento e parcelas da população com mais de 60
anos, bem superior `a media mundial.
A
maioria dos países europeus e o Japão, já tem mais de 22% da população total
com 60 ou mais anos de idade e dentro de mais duas ou tres decadas a participação
de idosos será superior a um terço, sendo que por volta de 2050 alguns poderão
ter um índice de envelhecimento superior a 40%.
Até
o inicio da década de 1950, o crescimento populacional na maioria dos países
era determinado por altas taxas de fertilidade e fecundidade, a partir dos anos
cinquenta, com a redução dos índices de mortalidade e de
fertilidade/fecundidade, muita gente e instituições imaginavam que o
crescimento populacional mundial estaria chegando a um ponto de equilíbrio ou
“crescimento zero”.
Todavia,
algumas regiões com a África e países como a Índia e alguns outros paises
asiáticos como Indonésia, Bangladesh e outros mais, continuam experimentando
altos índices de fecundidade/fertilidade e iniciam tardiamente a transição demográfica,
indicando, por exemplo que dentro de pouco mais de uma década a Índia devera
ter uma população bem superior `a da China.
A
nível mundial, em 2015 o contingente de idosos, acima de 60 anos, era de 900
milhões de pessoas, representando 12,3% do total da população mundial; as
projeções da ONU e outras instituicçõs de pesquisas e estudos demográficos
indicam que em 2030 o contingente de idosos na população mundial deverá ser de
16,5% ou 1,4 bilhões de pessoas e em 2050 os idosos serão mais de 2 bilhões de
pessoas ou 21,5% do total da população mundial.
Em
35 anos, a população mundial deverá passar de 7,3 bilhões em 2015 para 9,8
bilhões em 2050, um crescimento de 135,6%; enquanto isso, no mesmo periodo o
crescimento da população de idosos devera crescer 222%, com tendência a uma
aceleração mais acentuada nas décadas seguintes.
No
Brasil o envelhecimento também vem ocorrendo de forma mais acelerada do que
aconteceu na Europa. Na França, por exemplo, foi necessário mais de um século
para que a populacao idosa “pulasse” de 7% para 14%, e no Brasil este “salto”
ocorreu em apenas duas decadas.
Em
1950 a populacao idosa no Brasil era de 2,195 milhões de pessoas ou 4,2% do
total; passando para 14,352 milhões ou 8% no ano de 2000. Em 2017 os idosos
representavam 14,6% da população total ou 30,2 milhões de pessoas e as
previsões indicam que em 2030 o Brasil terá a quinta maior populacao idosa do
planeta, nada menos do que 42,8 milhões de pessoas ou 18,7% da população total.
Em
1950 a populacao total do Brasil era de 51,9 milhões de habitantes e a população
idosa era de 2,2 milhões; as projeções tanto do IBGE quanto da ONU e outras
instituicçõs indicam que em 2030, dentro de 12 anos, a população total do
Brasil será de 228,9 milhões de habitantes e a população de idosos será de 42,8
milhões de pessoas. Diante desses números a conclusão é clara e óbvia, enquanto
a população total de nosso país deverá ter crescido 440,7% nesse periodo (de
1950 a 2030), o total de idosos deverá ter crescido 1.945,5% ou seja, 4,4 vezes
mais.
Pouca
gente, inclusive nossos governantes e a elite dominante do país ou até mesmo as
instituições de estudos e pesquisas nacionais se dão conta das repercussões que
o envelhecimento populacional terá dentro de pouco mais de uma década. O
Envelhecimento populacional não é uma mera questão pessoal ou familiar, mas
muito mais uma questão nacional e internacional que demanda estudos e definição
de politicas públicas e ações efetivas tanto na área econômica, quanto social,
cultural, politica e, principalmente, em relação `as estruturas e ações de
governo.
Em
uma próxima oportunidade tentarei refletir sobre essas dimensões e o papel que
tanto as instituições públicas quanto as representativas da sociedade civil
organizado e também as universidades, no sentido da necessidade de uma
compreensão mais profunda, atual e futura desta realidade que, para muitos, é
uma verdadeira “bomba relógico”, prestes a ser detonada e que poderá levar
pelos ares não apenas sistemas de governo, mas a própria sobrevivência humana
neste planeta.
O
Mundo esta envelhecendo e o Brasil de forma mais rápida ainda. Será que esta
questão consta da pauta ou agenda dos candidatos para as eleições de outubro próximo?
Sei, não, como diz o matuto!
JUACY DA SILVA, professor
universitário aposentado UFMT, mestre em sociologia, colaborador e articulista
veiculos de comunicação. Email professor.juacy@yahoo.com.br
Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
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