quarta-feira, 28 de janeiro de 2015


A VACA ESTÁ TOSSINDO MUITO

JUACY DA SILVA

Durante a  campanha pela  re-eleição a Presidente Dilma e seus marqueteiros tentaram pintar  um quadro róseo  da  realidade  brasieira, onde  tudo estava ótimo e deveria continuar igual a uma illha da fantasia.  Por mais que os  candidatos  de oposição teimassem  em dizer que nosso país  andava e continua a andar mal das pernas, a massificação e a difusão do medo como instrumento de propaganda eleitoral . ao lado da exploração dos programas sociais como bolsa família  renderam-lhe a vitória.

Passadas as  eleições, tão logo concluida  a  escolha e posse do ministério, parece que a Presidente,  juntamente com o chamado “núcleo duro do governo” abriu e continua abrindo  um enorme  saco de maldades, castigando o povo, tanto quem não votou  em Dilma por não acreditar  seu seu discurso de campanha, mas principalmente  os incautos que lhe outorgarm mais quatro anos de poder. Aumento de impostos, congelamento do reajuste da tabela do imposto de renda, aumento de tarifas públicas, aumento do preco da gasoline, aumento dos juros e outras  mais.

O slogam de seu primeiro  mandato “Brsil sem miséria”, já  que a miséria parece não ter sido reduzida em quase nada e tende a aumentar, seguindo o  mesmo rítimo de sempre, onde a desigualdade de renda, riqueza  e oportunidades continua  um enorme fosso em nosso país, Dilma inovou ao criar um novo slogam para  marcar  seu segundo mandato: “Brasil, patria  educadora”.

Aos  trablhadores prometeu que tudo faria para que o país voltasse  a crescer e deixasse de patinar em índices que nos quatro anos iniciais  beiraram sempre crescimento zero e que nenhum sacrifício ,  a mais, seria  imposto ao povo, incluindo a manutenção e ampliação dos direitos trabalhahistas.

Aos   milhões  que ainda dependem das migalhas dos programas assistencialistas  como  bolsa família, prometeu manter  e ampliar essas  migalhas ,  programas  como bolsa família lhe  renderam milhões de votos entre os eleitores menos esclarecidos e dependentes das benesses  e favores  do governo, principalmente nas  regiões Norte e Nordeste.

Quando o assunto era a corrupção, fosse  na Petrobrás ou  em outros setores da adminnistração federal, inclusive nas obras da COPA, ai sim, Dilma mostrava-se  furiosa  como se fosse  uma candidata de oposição. Bradava aos quatro cantos e ainda brada, que não compactua com mal feitos , não tolera nem corruptos e muito menos corruptores e a cantilena  por ai segue.

O caos na saúde e a escalada da violencia eram assuntos que para o povo seriam resolvidos logo ali, no apagar  das  luzes de seu primeiro mandato e no início de um novo governo e  tudo seria resolvido, o Brasil em pouco tempo  ostentaria padrões de primeiro mundo.

Entre  a diplomação e a posse  teve tempo suficiente para a troca de alguns ministros, loteando cargos em troca de apoio recebido por partidos e seus caciques durante a campanha e o apoio que irá necessitar  no Congresso  para continuar transformando o mesmo em  mais um “puxadinho”  do  Planalto. Mas parece que para isto, a partir de fevereiro, terá que  pagar  um preço bem mais elevado do que no primeiro mandato.

Enquanto  as contas  públicas estão se deteriorando a olhos  vistos,  atingindo o maior deficit em quase  uma décadas,  nossa  balança  comercial  continua   aumentando  o déficit,  no ultimo ano o Brasil não conseguiu economia suficiente para ajudar no pagamento dos juros e encargos de uma dívida pública que cresce vertiginosamente.

A “Pátria educadora” pode ser representada  por mais de meio milhão  de estudantes que no ultimo  ano prestaram o exame do ENEM  e tiraram ZERO  em redação,  apesar dos doze anos de governo do PT,  a quase totalidade  desses estudantes  são fruto do governos Lula e Dilma.  Para  completer a tesourada que a  Presidente e seu novo xerife  do ministério da fazenda fizeram logo  nos primeiros dias do segundo mandato, cortaram mais de nove bilhões do já minguado orçamento do MEC,  o que garante que a educação, da mesma  forma que a saúde e a segurança, jamais foram  ou serão prioridades do PT, Dilma e Lula.

A coisa  está  tão complicada e feia que até Lula, o PT, Marta Suplicy e vários outros “companheiros”  de outros partidos como PCdoB , PMDB  e outros  aliados  estão com vergonha dessas  trapalhadas e não ousam defender nem o governo e muito menos a  Presidente. 

Parece que a vaca  está tossindo muito e indo definitivamente para o Brejo.  Com isto as  eleições de 2018 já  estão  batendo `as  portas  e começa  o “requiem”  de um governo que praticamente  nasceu morto.

JUACY DA SILVA,  professor  universitário,  fundador, titular e  aposentado  UFMT,  mestre  em sociologia. Articulista de A Gazeta. Email  professor.juacy@yahoo.com.br Twitter@profjuacy Blog  www.professorjuacy.blogspot.com

 

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015


OBAMA E O FUTURO DOS EUA

JUACY DA SILVA

Em meio a um mundo marcado  por conflitos  como atentados terroristas,  o  avanço  do Estado Islâmico, a  instabilidade  na Ucrânia, a possível queda do governo do Yemen,  a  carnificina  promovida pelo Boco Haran,  em  seu pronunciamento na noite da última  terça  feira perante o Congresso dos EUA, OBAMA  mostrou-se extremamente   otimista quanto  `a  capacidade do país enfrentar os  desafios  externos e internos. Em sua opinião “ o  estado da União” é forte, ou seja, os  EUA continuam  com sua cpacidade de promover ações de segurança  interna e projetar poder ao redor do mundo, isto, graças  ao poder  de recuperação  econômica, dos avanços  tecnológicos que continua conquistando e a  estabilidade política e social  que sempre  tem demonstrado em momentos  críticos, ao longo da história.

Além  de destacar os  valores sobre os quais a nação  Americana tem se sustentado  por décadas  e séculos, como a  democracia,  a Liberdade em todos os aspectos, o povo  e o  governo Americanos jamais  fugiram de seus desafios e continuam com  um grande objetivo estratégico,  manter  sua capacidade de liderança  em todos os campos, incluindo a economia, a ciência  e a tecnologia e o poderio militar, oferecendo a sensação  de segurança aos seus cidadãos  e demais pessoas que vivem  no país.

Obama destacou que nesses  seis  anos de seu governo,  os EUA conseguiram sair de uma das mais graves crises econômica  e financeira da história, com perspectivas  de crescimento doPIB  em  2015 na ordem de 3,6%,  podendo  chegar  até mesmo  em 5%,  taxas  maiores do que a Europa e a quase totalidade dos países do G20. Nos úlimos anos a economia Americana  reverteu as perspectivas  negativas e conseguiu criar mais  de 11 milhões  de postos de trabalho, com  crescimento da renda média dos  trabalhadores.

Outro ponto destacado por Obama  é que atualmente  os EUA  lideram a produção de gás  natural no mundo e as perspectivas  indicam que até  2020  serão  também os maiores produtores de petróleo, energia  solar e eólica,  garantindo a total  independência energética do país.

No plano  internacional  o destaque  foi a  reaproximação  com Cuba  e a normalização  das relações  diplomáticas com a Ilha de Fidel e Raul Castro,  faltando apenas  algumas  ações protocolares para que ambos os países possam re-instalar suas embaixadas.   Além disso, Obama  deverá enviar  ao Congresso, dominado pelos Republicanos,  uma proposta para suspender  o bloqueio  econômico   e comercial,  reduzindo as tensões e  o  anti-americanismo muito  utilizado pelo Governo de Havana, principalmente na América Latina.  A partir de agora os EUA  não  serão mais os bodes  expiatórios para o discurso  das  esquerdas no continente, inclusive  no Brasil.

Afora isto,  OBAMA  está  solicitando ao Congresso a aprovação de recursos e medidas  para confrontar militar , econômica e diplomaticamente  tanto o Estado Islamico  quanto outros movimentos  terroristas,  sem a presença  de tropas americanas  em solo estrangeiro,  mesmo porque um dos  comprimissos  assumidos por Obama quando concorreu  `a  Presidencia  em  2008  era de que se eleito  iria terminar  as guerras no Iraque e no Afeganistão.  Em seu discurso o Presidente enfatizou que quando assumiu a Presidencia os EUA tinham  180  mil soldados  naqueles dois países  e hoje    estão apenas 15  mil .

No plano interno, mesmo não  tendo maioria no Congresso, Obama  não titubeou em dizer que se os Republicanos tentarem  derrubar  suas ações  executivas e ações políticas e administrativas nas áreas de imigração  e reforma da saúde, ele irá vetar e antecipou que irá apresntar ao povo Americano a partir desta semana, como já  começou a fazer, viajando pelo país, para que a opinião pública pressione o Congresso para avançar  essas e outras propostas  como a gratuidade  dos “community  college” , espécie  de cursos superiores  de dois anos que podem ser uma porta para as universidades,  com um custo menor para as famílias das clases  trabalhadora e média.

Disse  também  que vai apresentar ao Congrresso  uma proposta para aumentar o salário mínimo em aproximadamente 20%,  chegando a dez dólares por  hora e fez  um desafio aos congressistas e demais presentes, para que tentassem viver  por alguns meses com o atual  salário mínimo, que está  pouco acima da linha de pobreza, que nos EUA  é de 22  mil dolares por anos, para uma família de quatro pessoas.

Destacou  também os avanços  da educação e no desenvolvimento científico  e tecnológico, tanto em termos de bem estar  da população quanto para que os EUA possam continuar  mantendo  e ampliando sua posição de liderança  mundial.

Os próximos  dois anos  da gestão de OBAMA  serão decisivos para  que o Partido Democrata  e sua possível  candidata, que tudo leva a crer  deverá  ser Hillary  Clinton, possam  continuar  na  Casa Branca  e recuperarem  a  maioria tanto na Câmara quanto no Senado.  Este é o sentido do “State of the  União”, das propostas e do otimismo de Obana. Vale a pena acompanhar os desdobramentos futuros.

O discurso de Obama  foi muito  aplaudido  por todos os presentes no Congresso Americano.

JUACY DA SILVA,  professor universitário,  mestre  em sociologia, titular  e aposentado UFMT,  articulista de A Gazeta.  Email  professor.juacy@yahoo.com.br  Blog  www.professorjuacy.blogspot.com  Twitter@profjuacy

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015


FANATISMO E TERRORISMO RELIGIOSO

JUACY  DA SILVA

A relação entre religião e violência vem  desde  tempos imemoriais e tem acarretado milhões  de vítimas ao redor do mundo.  As maiores religiões, em  termos de número de fiéis  ou adeptos, cada uma com mais de um bilhão  de seguidores são o cristianismo, o budismo, o hinduismo , o  shintoismo e o islamismo.

Faz parte  da dinâmica e  da organização de todas as religiões  considerarem-se ,cada  uma de per si, como a única, a verdadeira e, para tanto, tem no proselitismo  e  nas conversões `as suas doutrinas  e seus dogmas como princípios fundamentais e imutáveis, ou seja, verdades absolutas.

O campo de batalha entre  essas  religiões  pode  ser  representado  tanto pela mente das pessoas que devem ser “convertidas”  quanto na conquista do poder político, econômico e militar, a partir de onde uma verdadeira Guerra passa a ser travada, usando inclusive  de todas as formas de violência, física, simbólica  e psicológica.

Costuma-se dizer  que as piores ditaduras são as teocracias, onde  as Leis religiosas  e os livros sagrados com suas  normas e códigos  estão acima da Lei temporal. Nesses países  não existe separação  entre Estado e Religião e, geralmente, apenas uma religião, , a dominante e oficial, pode existir, as demais  religiões passam a ser proibidas e perseguidas, tanto pelo Estado  quanto pela hierarquia religiosa que manda no país.

O fanatismo e o fundamentalismo são as características dominantes  nessas sociedades, ninguém  está a salvo das penalidades constantes das leis religiosas, que podem incluir mutilações, apedrejamentos, acoites  e  até  a  morte, por enforcamento, decapitação ou na  atualidade por  fuzilamento. Quem não professa a religião oficial é considerado herege, infiel e, em consequência, inimigo do Estado e da religião  e deve ser tratado como tal, dentro dos rigores  das leis religiosas.

Em  pleno século XXI  quando imaginávamos que a humanidade  estivesse mais evoluida em termos de direitos e garantias individuais, consagados  a partir da  revolução  francesa, com  a queda da Bastilha, ocorrida em 14 de julho de 1.789 e a aprovação  da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 26  de Agosto do mesmo ano pela Assembléia Nacional Constituinte  da França Revolucionária, onde foram abolidas  a monarquia, a aristocracia e a Igreja ,estabelecendo um Estado Laico, o mundo acaba de assistir mais um ato terrorista praticado  por integrantes  da AlQaeda , a partir do Yemen.

O fundamentalismo e fanatismo de grupos radicais islâmicos  como a Al Qaeda, o Estado   Islâmico, o Boko Haran, os Jihadistas e outros mais, imaginam que tem o direito de levar  o terror a todas as partes do mundo, sempre e onde os princípios de sua religião e a figura do Profeta Maomé forem  atacados, desrespeitando o ordenamento jurídico de cada país.

Em  nome  de uma fé cega e totalitária o Estado Islâmico , que pretende  estabelcer um califado em parte dos territórios da Síria e do Iraque, não titubeia  em decapitar e fuzilar infieis e prisioneiros. Da mesma forma que o Boko Haran imagina que esteja  defendendo o islã ao sequestrar meninas e adolescentes  indefesas na Nigéria e transformá-las  em agentes do terror, como aconteceu  um  dia depois do ataque ao jornal  chargista Charlie Hebdo, quando  uma menina de dez anos explodiu uma bomba atada ao corpo em uma cidade da Nigéria matando mais de 20  pessoas e ferindo  mais de uma centena de vítimas inocentes.

Em  relação ao ato  terrorista que matou quase toda a equipe do Charlie Hebdo, em Parias, o resultado, em termos de opinião pública, tanto na França quanto em outros países europeus e em vários outros continentes  foi o despertar  da  solidariedade e da defesa da Liberdade de expressão como um dos  direitos consagrados na França há 215 anos, contados a partir  da Revolução Francesa e também consagrados em praticamente todos os demais países, inclusive no Brasil.

Como resposta imediata e de alto  simbolismo podemos destacar a grande marcha em Paris, com participação de mais três  milhões de pessoas, com  participação  de líderes  de vários países, icnclusive líderes mulcumanos,  além  de uma condenação formal por parte  da quase totalidade dos países  árabes  e onde o Islamismo é a religião dominante.

Mesmo que o número de vítimas /mortes decorrentes  dessas ações  terrorista e atos abomináveis sejam quase insignificantes quando comparados com o número de assassinatos que ocorrem no mundo todo, que em 2012  atingiram a cifra de 437 mil, dos quais  só no Brasil foram mais de 55 mil e mais de um milhão  nos últimos 20 anos, o pavor  que  o  terrorismo infunde na população passa a alimentar  uma verdadeira Guerra psicológica, que é, na verdade, a grande estratégia  desses grupos fanáticos e fundamentalistas, disseminar  o medo generalizado.

A grande  esperança  é que esse medo seja vencido por ações mais efetivas por parte da comunidade internacional  através de um combate mais efetivo para impedir que esses grupos tenham acesso a armas, insumos , territórios, campos de treinamento e, dentro de todos os países, impedir  o recrutramento e lavagem cerebral de futuros terroristas, geralmente  jovens que são seduzidos idéiaspor idéias religiosas distorcidase totalitárias  que levam o ódio a todas  as pessoas que não professam  da mesma fé, um verdadeiro atentado contra  a Liberdade de pensamento e de crença, minando a democracia.

O fanatismo e terrorismo religioso são  tão abomináveis  quanto todas as demais formas de violência que negam o direito de poder haver opiniões e crenças diferentes emu ma sociedade, todas com o mesmo  direito de livre expressão do pensamento. Sem isto, o mundo vai continuar na barbárie que hoje estamos assistindo! Usar  a religião para praticar  terrorismo em nada dignifica tais  crenças.

JUACY DA SILVA, professor  universitário,  titular e aposentado,UFMT, mestre  em sociologia, articulista de A Gazeta.  Email  professor.juacy@yahoo.com.br  Blog  www.professorjuacy.blogspot.com  Twitter@pofjuacy

 

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015


DILMA E SUAS CONTRADIÇÕES

JUACY DA SILVA

Quem  teve a paciência  de ouvir  ou ler  os longos discursos de Dilma, que    estão quase iguais  aos de Fidel Castro, por ocasião  da posse, do recebimento da faixa presidencial e posse dos “novos” ministros, se  o fez  atentamente, pode constatar inúmeras  contradições e muitas omissões, principalmente em relação `a  realidade brasileira em que vivemos.

Primeiro, o Brasil “pintado”  em seus discursos é a continuação dos discursos de campanha, cheios de auto-elogios e até mesmo meias verdades, dados estatísticos que não correspondem com a realidade,  um país imaginário, quase que uma ilha de fantasia. Nada foi dito do caos em que vive a saúde pública, da escalada da violência,  da educação de baixa qualidade, do sucateamento das unniversidades federais e do ensino superior em geral; da degradação ambiental; das obras do PAC, da COPA  e  outras  mais, inacabadas e super-faturadas, da deterioração das contas públicas, do aumento da dívida pública, da inflação que teima em não cair, do baixo crescimento econômico, do envolvimento das grandes empreiteiras, cujos dirigentes  estão presos por corrupção e que sempre foram os grandes financiadores das campanhas  do PT, do PMDB e da maioria dos partidos da base aliada.

Quanto `a roubalheira da Petrobrás a Presidente se ateve apenas a culpar forças  ocultas  nacionais e internacionais e nada falou sobre  dirigentes corruptos que foram nomeados por Lula, seu criador e antecessor e por Dilma, nada disse sobre o boicote articulado pelo Palácio do Planalto para esvaziar e transformar as duas CPMI  e CPI  do Senado e Congresso em simulacros, quando não se cansa de dizer que vai combater a corrupção. Ao longo de um   ano, Dilma não conseguiu sequer regulamentar Lei aprovada no Congresso para  que a corrupção seja  combatida de fato e não apenas  motivo de discurso em ocaisões  especiais.

De participe de movimentos armados que combateram os governos militares, Dilma  conseguiu nomear ministros que defendem desde idéias socialistas e revolucionárias, bem a esquerda,  até  latifundiária e defensora do agronegócio. Seu governo foi leiloado  e barganhado com todos os grupos que lhe deram apoio e financiaram a campanha, incluindo aliados derrotados nas urnas em vários estados.  Dentro do governo tem grupos   que defendem a ocupação  de latifundios e até  mesmo propriedades produtivas (MST) até representantes da bancada ruralista e do agronegócio, como a ministra da agricultura. Tem gente que defende os indígenas  e outros que imaginam que indio atrapalha o progresso e o desenvolvimento. Tem donos de escolas particulares e representantes dos movimentos estudantis e de professorees. Representantes  dos donos de hospitais  a  defensores do SUS, mesmo que este não funcione e esteja sucateado em todos os estados e municípios. De donos de  empresas de onibus  aos defensores do passe livre  e dos pula catracas. Dos banqueiros, que Dilma tanto criticava durante  campanha  aos endividados clientes  da agiotaem institucional.  De donos de grandes empreiteiras a defensores do dinheiro púlico, um número  bem pequeno.

Neste início de segundo mandato, tem  até ministros “tampões”,  cuja nomeação  é provisória até que alguns suspeitos de envolvimento da operação lava-jato  sejam escrutinados pelo Ministério Público e pela Justiça. Tem  ministro que confessa  não entender nada da área  que assume, como o dos Esportes, um lídimo representante de um grande grupo religioso que aos poucos vai se  transformando em um partido politico. Tem ministro que imagina que o Brasil deve estar fechado para os avanços científicos e tecnológicos e vai cuirdar  dessa mesma área.

Para  a área econômica nomeou uma equipe, cujo ministro da Fazenda  já trabalhou no Banco Mundial e tem idéias bem mais próximas do neo-liberalismo e do modelo vigente durante a era FHC do que da  cartilha do PT,  e ao mesmo tempo tem ministros que defendem a implantação  de uma reforma agrária de verdade, ampla, massiva e outras  politicas públicas bem ao estilo do intervencionismo estatal, com uma marca paternalista e autoritária.

Autoritarismo é, na verdade, uma marca do Lula-petismo e do Governo Dilma. Isto fica  bem demonstrado na proposta do novo  ministro das comunicações quanto ao que deve vir em breve,  a censura e amordaçamento das liberdades de imprensa e de expressão do pensamento, no eufeminsmo de “controle  econômico”  dos meios de comunicação. O governo Dilma  vai fazer de tudo para implantar o mesmo modelo de relação do governo com os meios de comunicação que existe em Cuba, na Venezuela, na Bolívia, na Argentina, na China, no Irã e na Coréia do Norte. Uma imprensa domesticada e financiada pelo governo as custas do dinheiro público, mas a serviço da doutrinação e do endeusamento aos feitos do governo e do partido hegemônico.

Além dessas  ações  pontuais Dilma  fará  de tudo para emplacar  uma reforma política que permita ao PT consolidar sua hegemonia e seguir os mesmos caminhos do PRI  no México, onde ficou por mais de 60 anos no poder e deixou um rastro de corrupção, banditismo e violência que  ainda estão destruindo aquele país.

O grande desafio a partir de agora é acompanhar e fiscalizar de perto  os passos e as  ações  deste segundo mandato de Dilma  e evitar surpresas  nesses próximos quatro anos. Em tempo, a campanha de 2018 já começou e o governo Dilma já  está turbinando a candidatura de Lula. Quem viver verá!

JUACY DA SILVA, professor  universitário, titular e aposentado UFMT,  mestre em sociologia. Email  professor.juacy@yahoo.com.br  Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy