DESAFIOS AOS FUTUROS
PREFEITOS
JUACY DASILVA
As eleições deste
ano,como já demonstrado em artigo anterior, deverão acontecer em um contexto totalmente diferente do que
foram as eleições de 2012. Naquela época a aliança capitaneada nacionalmente
pelo Governo Dilma, tinha como núcleo central o PT; PMDB; PP; PSD; PR;PDT;
PCdoB, PSOL e quase duas dezenas de
partidos que compartilhavam/mamavam nas tetas do Governo petista.
Atualmente, com o
PT, Dilma/LULA e seus principais
financiadores de campanha em desgraça,
com excesão do PDT, PCdoB, PSOL e Rede, todos lhes viraram as costas e os deixaram como ratos
que abandonam o barco quando o mesmo começa afundar, razão pela qual o PT
deverá minguar de tamanho e terá que enfrentar inúmeros problemas futuros.
Outro aspecto que
marca essas eleições municipais é que as
mesmas devem ocorrer balizadas pela nova legislação que proibiu o financiamento
empresarial de campanha, para , segundo o
espírito da Lei, evitar caixa dois, que sempre foi crime, mas era
tratado com vistas grossas; e também,
evitar ou pelo menos reduzir a corrupção e acertos que sempre são cobrados após
os eleitos tomarem posse, tudo na forma
de propina e super faturamento de contratos e obras, licitados de forma
fraudulenta.
Além disso, todos os candidatos
a prefeito, tanto os que não querem deixar o osso para continuarem roendo os
recursos minguados das prefeituras, quanto os novatos, que imaginam que o
Brasil ainda está em um período de bonança e que as prefeituras tem recursos
humanos, técnicos, orçamentários e financeiros para “resolverem” todos os
problemas que a população enfrenta.
A primeira coisa que um
candidato deve ou deveria fazer, antes mesmo de apresentar seu “plano” de
governo, que geralmente é um amontoado de idéias gerais, muitas totalmente
irrealizáveis, sem condições financeiras para serem iniciadas e concluidas,como
acontece com milhares de obras públicas, federais, estaduais e municipais
paralizadas, mal feitas ou realizadas em total desrespeito `as normas técnicas
e legais, volto a dizer, a primeira coisa que um candidato deveria fazer é uma
análise da conjuntura brasileira, da conjuntura de seus estados e , ai sim, uma
análise da conjuntura política, econômica, orçamentária e financeira de seu
município.
Nesta análise não pode esquecer
que os municípios são os primos pobres, quase miseráveis do país, a prova disso
são as “marchas” de prefeitos, ultimamente também imitadas pelos governadores,
quando os alcaides, numa demonstração de quase subserviência aos parlamentares
federais Senadores e Deputados
federais e ministros tentam conseguir
algumas migalhas de recursos oriundos de convenios ou de políticas públicas que
o governo federal tenta realizar. Neste
contexto também essas marchas tentam
sensibilizar o Governo Federal para liberar as emendas parlamentares, espécie de moeda de troca entre o apoio que o
Executivo federal precisa e que os parlamentares utilizam como moeda de troca ou
numa linguagem mais direta, compra e venda de votos no Congresso.
Normalmente as eleições
municipas servem para debates entre os candidatos, mas a maior parte do tempo,
tanto nas manifestações dos mesmos nos meios de comunicação, principalmente na
TV , nas radios, nos jornais, na internet e também nos comícios servem mais
para atacar os adversários, acusações, muitas das quais totalmente descabidas,
sem fundamentos ou provas concretas, enfim, muito fuxico, baixarias que
banalizam as eleições.
Em lugar dessas
demonstrações de baixo nível caberia aos
candidatos, partidos e coligações apresentarem suas propostas, demonstrarem
conhecimento da cidade ou do município que pretendem administrar e, mais
importante, apresentarem planos viáveis
com dimensionamento de políticas públicas que são realmente de competência
dos municípios, planos setoriais com objetivos, metas de curto prazo, ou seja, que possam e devem
ser realizadas dentro dos quatro anos do mandato do futuro prefeito e o que
deve ser feito a médio e longo prazo
para a continuidade das ações em curso.
Mais importante ainda,
esses planos precisam demonstrar quanto vão custar tais ações e de onde virão
os recursos, a começar pelos parcos e minguados recursos da fonte 100; os
chamados recursos próprios, oriundos dos tributos de responsabilidade dos
municípios: IPTU, ITBI e ISS. Os demais são transferências dos Estados,
como quota parte do ICMS ou da União, do FPM e convênios. Empréstimos nem pensar, pois praticamente
todos os municípios estão falidos.
Portanto, se os
candidatos e futuros prefeitos querem a compreensão e participação da população
e também dos servidores públicos municipais para enfrentarem dias mais
difíceis, precisam jogar limpo, com transparência, sem mentiras e demagogia e
mais do que isto, terem competência e estarem rodeados de gente com competência
e zelo pela coisa pública, jamais de ratos e corruptos como aconteceu com o Governo Dilma/Temer que
levou o Brasil a este caos em que nos encontramos!
JUACY DA SILVA,
professor universitário, aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de
A Gazeta há mais de 23 anos, Email professor.juacy@yahoo.com.br Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
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