A CRISE CONTINUA
AZEDANDO
JUACY DA SILVA
Diferente do que muita
gente imagina ou afirma, a crise brasileira, principalmente a crise política,
longe de estar próxima de seu fim, a
cada dia está ficando mais complicada e de difícil solução ou como se diz na
linguagem popular, está azedando.
Mesmo que o espírito de
corpo ou de porco da Câmara Federal e também do Senado venha demonstrando que dificilmente a segunda
denúncia contra Temer, agora vindo
também recheada com mais dois amigos do
peito do Presidente, os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha, deverá ter
prosseguimento para que o Supremo Tribunal Federal invetigue Temer, desta vez
por organização criminosa e obstrução de
justiça, isto não significa que as
denúncias, a primeira e esta segunda,
vão para a lata do lixo. Vão ficar apenas suspensas, aguardando até que Temer
termine seu mandato usurpado de sua antiga aliada Dilma e seja investigado,
julgado e podendo até ser preso, como deve acontecer com o ex Presidente Lula, que já foi condenado pelo Juiz Sérgio Moro a quase
dez anos de cadeia.
Para o povo, os eleitores e contribuintes, é
duro e vergonhoso saber que o Presidente
da República e pelo menos até agora dez de seus ministros, tenhan sido
denunciados por corrupção passiva, formação de quadrilha, obstrução de justiça,
lavagem de dinheiro, apropriação indébita (roubo), tráfico de influência e
outros crimes de colarinho branco.
De forma semelhante,
mais de uma centena de parlamentares federais, deputados federais e senadores,
também foram denunciados ao longo dos últimos dez anos pela Procuradoria Geral d República por cometerem
diversos crimes de colarinho branco. Todos esses
parlamentares gozam dos privilégios dos cargos e também são protegidos pelo famigerado foro privilegiado,
que lhes garante serem investigados apenas pelo Supremo Tribunal de
Justiça, uma excrecência jurídica que,
pela morosidade do STF, acaba favorecendo a impunidade dos poderosos e que
precisa ser extinto o mais breve possível se quisermos ter uma democracia de
verdade e que o princípio da igualdade
de todos perante a Lei seja um fato e
não apenas uma figura de retórica.
Para complicar este
quadro e azedar ainda mais a crise política, o STF acaba de afastar de seu mandato o todo poderoso Tucano, que
quase chegou a Presidência da República, Aécio
Neves, negando parte do pedido feito pelo então Procurador Geral da
República, Rodrigo Janot, para que, além de ser afastado de seu cargo, o Tucano
também fosse preso, como aconteceu com o Sen Delcídio do Amaral, então líder do
Governo Dilma no Senado.
Mesmo negando esta
parte do pedido da Procuradoria Geral da República, uma das turmas do STF entendeu que o senador Aécio além de ser
afastado deve “permancer” em casa a noite e aos finais de semana e feriados,
situação muito semelhante ou igual a uma prisão domiciliar, mesmo que sem tornozeleira eletrônica, como aconteceu
com o ex governador Garotinho ou o amigão de Temer, Ex ministro Gedel Vieira de
Lima, aquele que foi pego com um montão de dinheiro, R$51 milhões de reais em
malas, caixas de papelão, muito mais do que os deputados de Mato Grosso
recebiam a título de propina ou 510 vezes o que Rodrigo Loure, o ex assessor de
Temer apanhou em uma pizarria e saiu correndo com uma mala preta nas ruas de
São Paulo.
Qualquer semelhança com
bandidos que assaltam bancos, lojas e residências é mera coincidência.
Relativamente ao
afastamento de Aécio está havendo uma
grande “articulação” entre o governo
Temer, o Senado, a Câmara Federal e há quem diga que com apoio dissimulado de
algumas figuras expoentes do Judiciário, para livrar tanto o senador Tucano e
muito mais do que isto, evitar que dezenas de figurões do Congresso Nacional e
os ministros de Temer que estão sendo investigados pelo STF tenham o mesmo
destino do Tucano ou aconteça como de
um deputado federal que está preso na Papuda e todos os dias vai `a
Câmara Federal para “trabalhar”.
Se o Senado “revogar” ou não aceitar a decisão da turma do STF, com
certeza estaremos diante de um confronto
ou um conflito institucional grave, situação muito próxima `a descrita pelo
General de Exército Antônio Hamilton Martins MOURÃO, em conferência proferida recentemente na
Maçonaria , Grande Oriente do Brasil, em Brasília, onde disse com todas as
letras que se as Instituições Nacionais, principalmente o Judiciário não
resolver a crise que se agrava, não
restaria `as Forças Armadas outra opção
a não ser uma intervenção que “resolvesse’ esta crise. Pronunciamento que ainda continua
ecoando tanto nas casernas quanto no meio politico, empresarial e na mídia.
É aguardar para ver. De uma coisa estou certo, é uma lastima para o Brasil e para o povo saber
que estamos sendo governados por um grupo de pessoas que teimam em roubar os
cofres publicos e continuarem impunes.
JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado
UFMT, mestre em sociologia, articulista
e colaborador de jornais, sites, blogs. Twitter@profjuacy Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com
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