A OUTRA
AGENDA DE OBAMA
JUACY DA
SILVA
Conforme referido em
artigo anterior, neste início de segundo
mandato, Obama tem duas agendas, a primeira apresentada quando de seu discurso ao ser empossado pelo
Congresso, onde a maior parte das ações indicadas estão voltadas para a política interna.
A segunda agenda, que ainda está um tanto oculta, vai
sendo construida aos poucos. Esta é
voltada, fundamentalmente, para a política externa e tem dois pilares, um no
Departamento de Estado, cujo novo secretário Senador J. Kerry, candidato democrata derrotado pelo então presidente George W Bush, que
buscava a reeleição em 2004, acabou de
ser aprovado pelo senado na última quarta feira, em substituição a Hillary
Clinton, uma provável candidata a presidente em 2016.
O outro pilar desta agenda deverá estar no Departamnto de
Defesa, onde o indicado por Obama ainda tem que ser sabatinado e aprovado pelo
Senado. Apesar de o mesmo ser ex-senador pelo Partido Republicano, parece que a
sua confirmação pode enfrentar dificuldades exatamente entre seus ex-pares
republicanos.
Ambos, Senadores Kerry e Chuck Hagel, são veteranos da Guerra
do Vietnã e construiram suas carreiras politicas combatendo e criticando a
referida Guerra. Por isso são considerados como
pacifistas, ou pombos, pelos defensores daquela e de outras guerras, a
maioria do partido republicano, denominados de falcões(ou seja mais belicistas).
A diretriz básica de Obama, no caso da política externa, é no
sentido de procurar esgotar primeiro todas as alternativas para a resolução
pacífica para os atuais e futuros conflitos. Todavia, fez questão de reforçar a
idéia de que esta postura não e um recuo e nem capitulação por parte dos EUA,
em relação aos possíveis adversários e inimigos. Sempre que necessário se tornar
o uso da força bélica como o ultimo recurso para defender, interna e
externamente, os objetivos vitais e os
interesses nacionais dos EUA, tal
postura jamais será descartada.
Com certeza esta
agenda deverá ser detalhada após as
posses desses dois novos secretários e
por ocasião do discurso de Obama quando de sua apresentação sobre o “Estado da União’, onde deverá fazer um balanço da caminhada realizada
durante seu primeiro mandato e as linhas mestras do que serão os próximos anos.
A partir daí esta
agenda passa a estar articulada com a anterior e com certeza será a consolidação da NOVA DOUTRINA OBAMA, com projeções para
além de seu segundo mandato, marcando o posicionamento americano quanto aos
principais desafios, conflitos e oportunidades no atual e futuro cenário
geopolítico e estratégico mundial.
Os principais conflitos,
atualmente existentes ou potencialmente
como prováveis ameaças futuras
estão relacionados com a instabilidade política no Oriente Médio, Norte
da África, a questão nuclear envolvendo
o iran e a Coréia do Norte; as disputas territorias envolvendo a China e vários
de seus vizinhos, a maioria dos quais
parceiros ou aliados antigos dos EUA, o ‘renascimento’ do “ expansionismo”
russo, a crise européia, os
investimentos militares da China, Índia,Rússia e outros países, o terrorismo, a
criminalidade transnacional, onde o tráfico de
drogas, de armas, de pessoas, a corrupção, a pobreza extrema em vários países, as mudanças climáticas, o impacto das
imigrações interncionais, a defesa dos
direitos humanos são alguns dos eixos
importantes para o
balizamento desta nova doutrina.
Dependendo das estratégias a serem usadas para a implementação desta agenda, Obama poderá ser lembrado como o presidente que evitou que o mundo continue mergulhado em conflitos
localizados e, ao mesmo tempo, como o
timoneiro para a recuperaçao do prestígio e da hegemonia americana nesta
segunda década do século XXI.
JUACY DA SIVA, professor universitário, UFMT,
mestre em sociologia, colaborador/articulista de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
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