TRANSFORMAÇÕES
TECNOLÓGICAS E O FUTURO
JUACY DA SILVA
Na
terça feira, 22 de janeiro corrente (2013), em meio as várias matérias sobre a
posse de Obama, li no The
Wall Street Journal uma reportagem bem
interessante e instigante, incluindo uma entrevista com Peter Diamandis,
Chairman e Diretor Executivo da X Prize
Foundation e dados de uma pesquisa recente
com altos executivos de 500 grandes
corporações aqui nos EUA,feita pela IESE Business School, sobre o limiar e os
novos patamares de transformações tecnológicas e os impactos dos/as mesmos na
economia, no governo e na sociedade no mundo todo.
O
primeiro aspecto destacado é a velocidade das transformações tecnológicas,ou
seja cada vez mais as atuais tecnologias
estão entrando em estado de obsolescência de forma mais rápido. Só para se ter
uma idéia, o volume de dados estocados e transferidos diariamente pelo mundo
afora tem crescido e continuará crescendo em
uma dimensão jamais vista ou imaginada. Em 2012 esses dados
correspondiam a 2,84 milhões de pentabytes,
este volume passará para 6,12 milhões em 2014; 10,87 em 2016; 21,61 em
2018 e 40,03 em 2020.
O
número de usuários de internet, cada vez mais em sistemas de alta velocidade,
deverá passar de dois bilhões de pessoas em 2010, para cinco bilhões em 2020.
Esses três novos bilhões de pessoas, principalmente nos países em
desenvolvimento, com destaque para os integrantes dos BRICs, terão níveis
educacionais e de saúde cada vez melhores. Os países que não investirem nesta área
estarão fadados a ficar fora dos circuitos da sociedade pos-moderna, onde o
conhecimento e a tecnologia serão as grandes “commodities”, cada vez mais
valorizadas.
A
relação entre valores de unidades das commodities tradicionais como alimentos, materias-primas, minérios, produtos florestais será cada vez
mais defasada,ou seja se hoje uma unidade de soja, digamos uma tonelada pode
comprar uma determinada unidade de tecnologia, dentro de uma década serão
necessárias quatro ou cinco vezes mais unidades traicionais para serem trocadas
por unidades tecnológicas ou de conhecimento.
Os
países estarão dividdos entre produtores de conhecimeno e de tecnologia e
países que perderem o bonde da história e serão apenas usuários desses novos
bens e serviços. Um aspecto fundamental
nesta corrida contra o tempo e rumo ao futuro são os investimentos e a
qualidade da educacão. Países que deixarem de investir em educaçao de qualidade
que possa levar ao desenvolvimento da
ciência e de novas tecnologias estarão na periferia mundial. O desafio atual é estabelecer prioridades
estratégicas, por exemplo, entre premiar a competência ou certas formas
demagógicas que os governantes são tentados a estabelecer, entre usar os
recursos públicos em políticas assistencias ou investir em uma verdadeira revoluçao educacional e tecnológica.
As
oito grandes áreas onde os desafios quanto ao futuro devem ocorrer são: 1)
Biotecnologia; 2) sistemas decomputação cada vez mais sofisticados, poderosos
e rápidos; 3) sistemas de redes e
segurança das informações; 4) inteligência
artificial; 5) robótica; 6)manufaturamento digitalizado transnacional com
presença de 3G cada vez mais; 7)medicina
tecnológica, articulado em nível
intercontinental, diagnósticos,
imagens, nformatização e gestão de grandes sistemas e unidades des saúde; 8)nanotecnoligia
e novas modelações tecnológicas , novas baterias e novos materiais.
Além disso estarão presentes alguns grandes
desafios tanto ao nível empresarial quanto governamental e societário, entre os
quais são ressaltados: a) gestão tecnológica
integrada e com maior eficiência;
b) governança electrônica com mais eficência e transparência por parte dos
entes públicos e grandes corporações, principalmente as transnacionais; c)
cidadania cibernética, possibilitando as pessoas participarem e
fiscalizarem mais os governos e grandes
corporações; d) segurança cibernética, cada vez mais complexa e mais
vulnerável a ataques terroristas ou de
grupos que tenham interesse em desestabilizar
governos e sociedades.
Creio
que cabe `as universidadess e aos pesquisadores, enfim, pessoas e entidades
públicas ou privadas voltarem um pouco
mais as suas atenções para esses desafios e possibilidades, antes que o futuro
chegue e continuemos, como no caso do Brasil, a ser apenas o país do futuro
enquanto outros estarão cada vez mais `a frente. Esta é uma funcão do pesamento estrategico,
pouco presente em alguns países,
incluindo o Brasil.
JUACY DASILVA, professor
universitário, UFMT, mestre em sociologia, colaborador do Site Hipernoticias.
Email professor.juacy@yahoo.com.br
Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com/
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