O BRASIL E A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
JUACY DA SILVA
Teve início no ultimo dia 20 e vai até dia 23; a reunião anual
do Forum Ecônomico Mundial, em Davos, na Suiça,
que deverá contar com a presença de vários chefes de Estado, Ministros de Finanças, representantes de organismos internacionais, dirigentes de
grandes empresas mundiais e diversos pesquisadores, totalizando mais de 2.500 pessoas.
O tema central deste
ano é “A quarta revolução industrial “ e os impactos que a mesma
deverá produzir na economia e na sociedade nos diversos
países pelas próximas décadas.
Este tema central está desdobrado em oito temas mais específicos como:a ) Robotização;
b)Terrorismo e a crise das imigrações internacionais; c) Instabilidade dos
mercados e as crises econômicas e financeiras;d) mudanças climáticas; e) Crise
e a recuperação da Europa; f) Desigualdades mundiais; g) Desafios da medicina,
avanço das doenças não comunicáveis ; h) crimes cibernéticos e as
liberdades civis.
Segundo diversas
organiações e estudiosos, o mundo caminha para uma mudança drástica e
rápida dos paradígmas econômicos, sociais e de governança, onde a era digital e a robotização irão
pruduzir impactos profundos nos
diversos países, afetando de maneira positiva ou negativa, dependendo do
estágio de desenvolvimento e de visão de futuro que cada um possa ter,
incluindo a definição de uma estratégia de longo prazo que tenha em seu núcleo
central investimentos prioritários em
educação e no desenvolvimento da ciência e tecnologia.Quem assim não fizer
estará fadado a ficar para tráz.
Neste particular o próprio Forum Econômico Mundial apresenta
todos os anos um relatório em que avalia
o grau de competitividade de 140 países, estabelecendo um “ranking” dos mesmos, tendo com referência alguns
parâmetros que indicam a posição desses países em relação a nivel de
sofisticação institucional e os marcos macro econômicos e tecnológicos.
É importante também ter em mente que este relatório do Forum Econômico Mundial tem
uma correlação muito grande com um
outro trabalho que vem sendo
realizado com relatórios anuais pelo
Banco Mundial intitulado “Realizando negócios”, analisando dados de mais de 170 países.
No ranking da competitividade de 2015
e 2016, do Forum Econômico Mundial, publicado no final do ano passado, o Brasil
caiu 18 posições em relação ao relatório anterior referente ao ano 2014 e 2015, saindo da 57a. posição para a 75a posição.
Ficou atraz de 7 países da América
Latina como o Chile que ocupa a 35a. posição; Panamá 50a; Costa Rica 52a;
México 57a; Colômbia 61a; Peru 69a e Uruguai 73a.
Ficou também abaixo de todos os demais países do BRICs, como
China 28a; Rússia 45a; África do Sul 49a e Índia 65a.; bem como de todos os
países do G7 e do G20, e de diversos
outros países que competem com o Brasil em termos de espaço no comércio
internacional e na dimensão geopolítica como Austrália, Turquia, Irã, Coréia do
Sul, Indonésia e outros com menor
peso econômico mas com grande projeção
científica e tecnológica.
Quando o ranking da compettividade é desdobrado em seus
vários componentes a poisição do Brasil é um vexame, uma
vergonha, quando comparado ao peso da economia brasileira que é
atualmente a oitava economia do mundo a caminho da nona posição, depois de anos
de fracasso econômico sob o Governo Dilma em 2014; 2015 e as projeções para 2016 e 2017.
No ranking da competitividade , entre 140 países, nos chamados requisitos básicos o
Brasil ocupa a 103a posição; no quesito eficiêcia e funcionamento das
instituições 121a; na infraestrutura 74a; no ambiente macroeconômico 117a;
na saúde e ensino fundamental 103a;
na educação superior e qualificação
professional 93a; na eficiência do
Mercado 128a; na eficiência do fator trabalho 122a; desenvolvimento do Sistema
financeiro 58a e tamanha do Mercado 7a.
posição; excluindo este ultimo requisito o Brasil passaria a ocupar a 97a
posição no ranking.
O UBS , um dos maiores bancos da Suiça e do Mundo, em relatório a ser apresentado em Dvos neste
semana, resume a posição do Brasil em seis requisitos básicos para situar-se no contexto
da quarta revolução industrial e tecnológica e os resultados não são nada
animadores. Estrutura e flexibilidade do
Mercado de trabalho 122a posição; nas habilidades e preparo da mão-deobra 93a; na educação e inovação 84a; na infra
estrutura e sustentabilidade 78a; no
Sistema legal e proteção 126a; nos
impactos gerais provocados pela quarta revolução tecnológica 95a; na
média geral nosso país estaria ocupando a 100a posição neste ranking.
Diante desses resultados
o Brasil passa a ser classificado em um degrau abaixo dos demais países
emergentes, no nível chamado fronteira,
entre emergentes e demais países bem atrasados. Temos um grande desafio pela frente antes que os
impactos da quarta revolução tecnológica nos coloquem a ver navios.
JUACY DA
SILVA, professor universitário,
fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A
Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
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