LIMPANDO AS GAVETAS
EM BRASÍLIA
JUACY DA SILVA
Desde que teve início a
tramitação do processo de impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados, com a
instalação da Comissão especial que
deveria examinar a denúncia e elaborar
o relatório que deveria ser apreciado pelo plenário daquela Casa de Leis,
Dilma, Lula, o PT, PCdoB, PDT vem
insistindo na tese do Golpe.
Após ter transformado o Palácio do Planalto em um
palanque permanente para seus discursos
inflamados, pelos aplausos da militância, dos bajuladores e pelegos dos
movimentos sociais e sindical, Dlma parece um tanto fora de órbita e quase
alucinada porque em seu círculo íntimo deve saber que sua sorte ja está lançada
e dificilmente escapará do afastamento
temporário por seis meses e,
posteriormente, do afastamento definitivo
do cargo de Presidente da República.
Mesmo que os fatos e denúncias apresentados como justificativas
para o seu afastamento estejam calcados na pedaladas fiscais e os famosos
decretos, na verdade, Dilma cometeu não apenas aqueles crimes de
responsabilidade, mas seu governo, marcado pela corrupção, pela incompetência, pela mentira e pelo descaso
com a sorte e situação do povo brasileiro, a presidente e todo o seu séquito que ao longo de anos,
desde o início do Governo Lula, aparelhou a administração federal,
transformando o governo em mero apendice do PT e em parceria com empresários
corruptos e outros setores e partidos, transformaram o país em uma figura
caricata do que um dia imaginou-se podeeria ser um projeto de governo ,
substituido por o que alguns analistas
denominam de “projeto criminoso de poder”. Faltou a Lula e ao PT a competência
para criar um projeto nacional ao redor do qual o país pudesse realmente ser
mobilizado.
Como soe acontecer,
todo governo autoritário, opaco, corrupto, sem princípios éticos, sem
planejamento e incompetente tende a levar o país e sua população para a
bancarrota, o fundo do poço, o desastre econômico, fiscal, financeiro, gerando
o caos social e alimentando as crises institucionais.
Antes Dilma e seus
apoiadores tinham um discurso agressivo, prepotente, manipulador, alimentado
por um marketing de fachada e escudado na mentira que em meio ao aprofundamento
da crise, principalmente depois que a Câmara
Federal aprovou por maioria esmagadora a admissibilidade do impeachment
e que o processo deveria ser realmente julgado no Senado Federal, Dilma aos
poucos baixou o tom de seus discursos e
fala em conciliação, em diálogo, em entendimento como forma de salvar os dedos quando os anéis já se foram. Mas agora
é tarde, “agora inês é morta”.
A instalação da
comissão especial no senado demonstrou que aos poucos o apoio a Dilma vem
minguando e dentro de poucos dias ela deverá ser julgada e afastada por seis
meses, tempo suficiente para desmontar todo o aparelhamento que o PT e seus aliados fizeram com a
administração federal, incluindo dezenas
de milhares de cargos comissionados, esquemas de financiamento de movimentos
sociais, esquemas de corrupção em todos os ministérios e estatais e diversas
outras manipulações.
Mesmo que a crise
continue, pelo menos muita coisa
illegal, mal feitos e mais corrupção e
crimes contra a administração
deverão ser descobertos ,
determinando o fim de um ciclo na política nacional. Tanto a operação lava jato
em Curitiba quanto a outra lava jato que está
a cargo do STF deverão continuar,
pois este é o desejo do povo, deverão
ajudar o Brasil ser passado a limpo, mesmo que outras cabeças coroadas possam
rolar neste processo, este é o momento de ir mais a fundo neste processo de
limpeza ética.
O Governo Temer que também
carrega este pecado original de
ter estado , juntamente com seu PMDB e outros partidos que pularam do barco ante
o naufrágio do projeto de poder, de ter
estado associado a LULA/DILMA/PT
por longos 14 anos, corre o risco de sucumbir neste processo, seja pela
tramitação do pedido de cassação da chapa Dilma/Temer, bem como da situação
periclitante de Eduardo Cunha e Renan Calheiros, próximos na linha sucessória,
acusados de corrupção. Ou seja, os
quatro na linha de sucessão: Dilma, Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros não
tem respaldo popular e nem
legitimidade para apontarem o rumo para
um projeto de salvação nacional, sua biografias continuam manchadas tambéem.
Em torno dessas figuras
muitas outras estão afundadas na lama da corrupção ou sendo
investigados por tais práticas, como consta os que fazem parte da LISTA DO
JANOT. Com uma elite política como esta o Brasil não vai sair da crise
tão cedo e o povo vai continuar ocupando as ruas, protestando contra esta situação vergonhosa em
que estamos vivendo.
Na verdade o povo deseja mesmo é que todos os
envolvidos em acusação de corrupção sejam afastados de seus cargos públicos,
que a impunidade e os privilégios sejam combatidos e banidos de fato e as gavetas dos palácios e do
Congresso sejam esvaziadas e limpas, para que
um recomeço seja possível antes que seja
tarde demais!
JUACY DA SILVA,
professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em
sociologia, articulista de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br
Blog www.professorjuacy.blogspot.com
Twitter@profjuacy
Nenhum comentário:
Postar um comentário