CORRUPÇÃO E OS ÓRGÃOS
DE CONTROLE
JUACY DA SILVA
Entre
as primeiras denúncias da existência das
falcatruas que caracterizaram o MENSALÃO , sempre negadas por Lula e a cúpula
do PT, o final do julgamento e a
condenção dos envolvidos se passaram em torno ou pouco mais de oito anos e, mesmo
assim, as penas para os cabeças, agentes políticos com mandatos, gozando de
imunidade e foro especial/privilegiado foram bem brandas. Praticamente
todas essas figuras ilustres receberam penas com duração
de menos de dez anos e acabaram livres
ou até mesmo recebendo perdão por parte de Dilma, na condição de Presidente da
República . Enquanto isso o publicitário Marcos Valério recebeu uma condenação de mais de 30 anos e
as dirigentes do Banco Rural mais de 15 anos.
Com
o PETROLÃO, mais conhecido como OPERAÇÃO LAVA JATO a sistemática mudou um pouco
e a coordenação das atividades de investigação, julgamento e condenação,
relativas a pessoas que não gozam de foro especial/imunidade passaram a
ser feitas por uma FORÇA TAREFA integrada por procuradores da República,
delegados e investigadores da Polícia Federal, sob o “comando” do Juiz
Federal Sérgio Moro, em Curitiba.
Os trabalhos relativos `a apuração dos
mesmos delitos cometidos por parlamentares federais, Senadores e Deputados
Federais e outras figuras iportantes ficou
a cargo do Procurador Geral da
República e do STF, mas anda a
passos de tartaruga e favorece essas
figuras ilustres.
Ao
longo de dois anos das atividades da Força Tarefa e do Juiz Sérgio Moro, prorrogadas por mais um ano,
um verdadeiro esquema criminoso foi e continua sendo desvendado e algumas
dezenas de pessoas, incluindo empresários, ex parlamentares, dirigentes
partidários , gestores de alto escalão e
outras figuras importantes do cenário
politico, partidário e empresarial foram
investigados, julgados , condenados e presos,
mas as ações em relação aos
figurões do mundo politico e administrativo do país continua bem devagar,
apesar da LISTA DO JANOT indicar que os cabeças coroados continuam gozando de
imunidade/impunidade por diversos crimes de que são acusados como corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico
de influência, formação de quadrllha,
evasão e
lavagem de dinheiro e associação
criminosa.
O
que causa espanto para o povo brasileiro, tão penalizado com uma carga
tributária descomunal ante a contra partida por parte dos poderes públicos em
prestação de serviços, um verdadeiro caos, sucateados ou
simplesmente inexistentes, é que o Brasil
conta com uma enorme máquina pública responsável pelo planejamento,
acompanhamento, avaliação e controle, principalmente com o objetivo de que os
recursos públicos, derivados dos impostos, taxas e contribuições pagas pelo
povo/contribuintes, sejam aplicados de forma correta, eficiente, transparente e
ética.
Milhares
de obras e serviços, de responsabilidade dos Governos Federal, estaduais e
municipais encontram-se paralizadas,
foram mal planejadas, super faturadas, tiveram diversos aditivos, cujos valores
simplesmente aumentaram de forma absurda, algumas em mais de 100% ou 200%, com
qualidade abaixo dos padrões estabelecidos ou contratados pelos poderes
públicos. Tais obras e serviços e
outras/os mais tem servido para
alimentar esta vasta rede de corrupção
em que se transformou os setores públicos de nosso país, alimentando,
inclusive, o crime de caixa dois para eleger exatamente políticos corruptos.
O
que mais intriga o povo brasileiro não é a existência da corrupção, dos
esquemas fraudulentos de financiamento
das campanhas políticas ou o fato de governantes eleitos ou nomeados para altos
cargos estarem a serviço da roubalheira, verdadeiros representantes de
organizações criminosas cujo objetivo central
é o desvio de recursos públicos para alimentar uma vasta rede de interesses privados e
particulares que levam ao enriquecimento
de uma verdadeira casta/camarilha que se instalou na administração pública, isto tudo o povo já sabe e fica indignado. Mas
sim a existência de uma verdadeira parafernália de organismos de controle, com
muitos requintes e um custo enorme para o país, que muito pouco ou jamais
agiram para coibir a tempo esta roubalheira, evitando que bilhões de recursos
sejam roubados dos cofres públicos, da administração direta, indireta e
estatais, indicando que a corrupção passou a ser endêmica em nosso país. Parece
que o crime organizado de colarinho branco representa não um poder paralelo,
mas o poder em si.
Só
para refrescar a memória do leitor e
eleitor, como orgãos de controle podemos mencionar os poderes legislativos
federal, estaduais e municipais, que tem a prerrogativa de constitiur Comissões parlamentares de
inquérito, as famosas CPIs ou no caso do
Congresso Nacional as CPMIs, temos também as controladorias gerais, nos tres
níveis de governo, a CGU, e suas
similares nos estados e municipios, ou ainda as auditorias, as procuradorias, as
ouvidorias, a COAF do Banco Central, o CADE,
os Tribunais de Contas, TCU, TCEs, TCMs, a Agência Brasileira de
Inteligência, sucessora do SNI, que
tanto aterrorizava corruptos e “inimigos internos” durante os governos
militares. Temos também os Ministérios
Públicos Federal e Estaduais, os chamados “fiscais da Lei” e as Delegacias Fazendárias.
Apesar
disso pouca coisa foi descoberta antes ou durante as ações criminosas contra a
administração pública e o população realizadas por verdadeiras quadrilhas que
se instalaram na administração pública, como ervas daninhas e que contiuam
agindo, apesar do desbaratamento parcial dessas organizações criminosas.
Parece
que os empresários, políticos e gestores
corruptos e criminosos de colarinho branco temem de fato é o poder dos meios de
comunicação, principalmente da imprensa investigativa que consegue desvendar essas engrenagens, sem
grandes custos financeiros para a sociedade.
Em
algum momento , o mais breve possível, devemos reavaliar o que está acontecendo, o verdadeiro papel dos
órgãos de controle e o ordenamento jurídico existente para que as ações dos
orgãos de controle sejam muito mais
preventivas do que “curativas”, pois o que todo mundo percebe é que as ações dos orgãos de controle,
inclusive do Poder Judiciário, são lentas,
muito burocratizadas e acabam favorecendo a impunidade que alimenta a corrupção.
Para
que o combate `a corrupção seja mais
efetivo e eficás é fundamental que os organismos de controle sejam mais ágeis
e eficientes, do jeito que está não pode
continuar.
JUACY DA SILVA,
professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia,articulista e colaborador de
divesos veículos de comunicação. Email professor.juacy@yahoo.com.br
Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
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