MAL DE ALZHEIMER,
ALERTA MUNDIAL
JUACY DA SILVA
Esta
quarta feira, 21 DE SETEMBRO, é
comemorado o DIA MUNDIAL DE ALERTA sobre
o MAL DE ALZHEIMER, uma doença insidiosa que afeta atualmente mais de 48 milhões de pessoas no
mundo todo, inclusive no Brasil onde
mais de 1,2 milhões de idosos sofrem com
este terrivel mal. O avanço do
Mal de Alzheimer é maior do que o crescimento
demográfico e está diretamente relacionado com o envelhecimento da população.
Dados recentes da Organização Mundial da Saúde e das Entidades não governamentais voltadas
para esta doença indicam que o número de pessoas com Alzheimer vai aumentar
muito, em 2030 serão 74,7milhões e em 2050 deverão ser 131,5 milhões, com um
crescimento anual na ordem de 5%. Os custos econômicos e financeiros para os cuidados com o mal de Alzheimer no
mundo em 2015 foram de US$812 bilhões de dólares e em 2018 deverão ultrapassar
mais de UM TRILHÃO DE DÓLARES.
Enquanto
os países desenvolvidos destinam recursos para pesquisas, para diagnósticos
mais precisos e com muita antecedência,
medicamentos e equipamentos para um tratamento e assistência mais
adequados, incluindo ações públicas, de organizações não governamentais, centros de pesquisas e universidades, nos
países emergentes e subdesenvolvidos 94%
dos cuidados e ônus/custos com a doença
recaem sobre as famílias, a grande maioria, como seus países,
com parcos recursos e baixa renda,
aumentando o sofrimento dos pacientes e
seus familiares e maior exclusão social.
Na
abertura da Conferência Anual de Alzheimer
da ADI – Alzheimer Disease International, em seu
décimo aniversário, em Edinburgh, foi
definida a criação do DIA
INTERNACIONAL DE ALERTA sobre o mal de Alzheimer , a ser comemorado no dia 21
de setembro , para que as pessoas e os
entes governamentais e não governamentais do mundo inteiro possam ficar
alertas e conscientes quanto `a
gravidade desta doença e dos custos
humanos, familiares , sociais, econômicos e financeiros que a mesma acarreta, `a medida
que o número de pessoas idosas, acima de
60 ou 65 anos, aumenta em todos os países.
Em
2012 outra decisão da ADI estabeleceu que setembro passaria a ser o MES DE ALEERTA MUNDIAL DO MAL DE ALZHEIMER, facilitando que em todos os países pudessem ser realizadas ações e um
chamamento global para despertar a consciência coletiva quanto ao avanço da
doença e a importância de que os
governos a incluam nas políticas
públicas de saúde, de assistência social e também na
educação para a saúde, oferecendo instrumentais para que profissionais, agentes de saúde e familiares possam melhor
compreender esta nova realidade e
minorar o sofrimento de milhões de
pacientes e seus familiares.
O
mal de Alzheimer é uma doença crônica, não transmissível, incurável, progressiva e que afeta indelevelmente
a memória, classificada como uma demência, na verdade a que afeta o
maior número de pessoas, principalmente `a medida que as mesmas
envelhecem.
Desta
forma, `a medida que a população com 60 anos ou mais, incluindo um grande contingente populacional em todas as demais faixas etárias, de 70; 80; 90 e também centenários,
o surgimento do mal de Alzheimer aumenta mais rapidamente, tornando esta
e outras doenças crônicas o maior desafio para o Sistema de saúde, os planos privados
de saúde coletiva e os países que
estarão diante de um quadro extremamente complicado, ou seja, se em países
como o Brasil e tantos outros o CAOS NA SAÚDE PÚBLICA
é algo concreto, em mais duas ou tres décadas a situação
estará gravissima.
Só
para se ter uma idéia, no mundo, em 1950
a população com 80 anos e mais era de
13,8 milhões de pessoas; em 1975 passou para 31,4 milhões, em 2000 era de 69,2 milhões; em 2025
atingiurá 153,4 milhões e em 2050 será
de 379,0 milhões As projeções demográficas indicam que a população
brasileira está envelhacendo mais rapidamente que a média mundial. Em 2015 o
Brasil tinha 23 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade, ou
seja, 12,5% do total da população. Em 2050 este grupo chegará a 64 milhões de
pessoas ou 28% do total. Enquanto a população de idosos no mundo passará de 900 milhões (12,3%) em 2015 para 1.935
milhões (21,5%) em 2050.
Atualmente,
apesar das subnotificações e registros
aquém da realidade, existem 1,2 milhões de pessoas com o Mal de Alzheimer ou
5,1% da população com 60 anos e mais.
Mantida esta mesma proporção, apesar de que com o avanço da medicina e dos diagnósticos mais
apurados este percentual pode
aumentar com certeza, em 2050 o Brasil
terá que se defrontar com uma
probabilidade de que teremos 3,3 milhões ou talvez quase quatro milhões de
pessoas diagnosticadas e vivendo com Alzheimer,
razão mais do que suficiente para encararmos este desafio agora, a cada
dia , antes que uma verdadeira tragédia ou catástrofe bata `a nossa porta, pois
além do Mal de Alzheimer existem
diversas outras doenças crônicas, como câncer, doenças cardio vasculares,
pulmonares, diabetes, esclaroses múltiplas, parkinsons e muitas outras degenerativas e incuráveis, além das doenças
transmissíeis comuns ao subdesenvolvimento
que ainda afetam nosso país, como diarréias, dengue e outras mais.
Que
este DIA MUNDIAL DO MAL DE ALZHEIMER,
sirva de alerta para refletirmos com mais determinação sobre este e tantos
outros desafios na saúde pública, que continua um CAOS cada
dia maior, incapaz de encarar com
eficiência, eficácia e efetividade todos esses males que tanto sofrimento
trazem ao povo, principalmente para as camadas mais pobres que dependem única e
exclusivamente do SUS para se socorrerem!
JUACY DA SILVA, professor
universitário, titular e aposentado UFMT,
mestre em sociologia, articulista,colabrador de sites, blogs, jornais e
outros veículos de comunicação. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com
Twitter@profjuacy
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