EM DEFESA DOS
PEDESTRES
JUACY DA SILVA
Costuma-se
dizer que o meio de locomoção mais utilizado no Brasil e no mundo é através das
próprias pernas e pés, daí o conceito de
pedestre, atualmente ampliado também para pessoas que, não dispondo de
capacidade de se locomover, por serem deficientes ou ainda bebes, “caminham”
através da ajuda de outras pessoas.
Todavia,
parece que `a medida que a população se
concentra nas cidades e em seus entornos, com uma urbanização crescente e no mais das vezes de forma caótica na ocupação dos
territórios, principlmente em paísees do terceiro mundo ou emergentes como o
Brasil, a mobilidade e acessibilidade ubana e intermunicipal passam a ser um
desafio difícil quase impossível de ser
resolvido.
O
uso do transporte motorizado, público ou particular, passou a ser uma verdadeira catástrofe urbana e
rodoviária, cujas características marcantes são os eternos congestionamentos
nas ruas, avenidas e rodovias, a
poluição do ar e poluição sonora, os acidentes automobilísticos que ceifam vidas preciosas ou transformam
pessoas de todas as idades, paralizadas para o resto da vida, com custos
bilionários que afetam os sistemas produtivo, de saúde e a vida de milhões de
famílias.
No
Brasil, por exemplo, não podemos deixar de mencionar, temos ótimas leis que regulam o trânsito, o
transporte público, a proteção de idosos, crianças e adolescentes, as pessoas
portadorasde alguma deficiência ou mesmo aquelas consideradas em condições especiais.
Essas
leis elencm uma série de direitos e responsabilidades dos condutores de
veículos automotores, de usuários dos Sistema de transporte coletivo e também
dos pedestres, garantindo o direito de ir e vir com segurança , de mobilidade e
de acessibilidade.
Leis
maaravilhosas, mas que, pelo descaso e omissão das autoridades e agentes
públicos que existem e deveriam zelar pelo cumprimento dessas leis, acabam em
letra morta, meras cartas de itenção ou como se diz “para inglês ver”, como
ocorrem com a falta de respeito como os pedestres são tratados, com bem
demonstram que mais de 40% das vítimas do trânsito e dos “acidentes” em calçadas as vítimas são pedestres e
ciclistas, os elos mais fracos deste caos urbano que é a nossa mobilidade.
Recentemente
escrevi um artigo intitulado “Calçadas:
uma vergonha nacional”, tentando despertar tanto a população, principalmente
as pessoas portadoras de deficiência, idosos, pais e mães que tem filhos
pequenos ou que necessitam de se locomover, com segurança, pelas nossas cidades
e, também chamar a atenção de nossas autoridades municipais, para a situação da
mobilidade e da acessibilidade em nossas cidades.
Mais
de 90% das cidades brasileiras, como acontece com o maior aglomerado urbano de
Mato Grosso, constituido por Cuiabá e Várzea Grande, que já conta com quase um
milhão de pessoas, não possuem planos de mobilidade e de acessibilidade e
deixam para as calendas ou para o Deus
dará este direito mínimo que é a garantia das pessoas se locomoverem com
segurança e melhor qualidade de vida.
Em
boa hora a Câmara Municipal de São Paulo aprovou e o Prefeito da maior metrópole
brasileira sancionou no ultimo dia 13 de
junho a Lei 16.673, que passou a ser
chamada de Estatuto do Pedestre,
onde são estabelecidas as normas que devem regular a partir de agora os
direitos e deveres dos pedestres, as obrigações e deveres tanto dos poderes
públicos quanto das empresas concessionárias, as empresas privadas e também os
pedestres, buscando um Sistema de mobilidade e de acessibilidade mais humano,
possibilitanto que aquela metropole possa , de fato, ser considerada uma cidade
sustentável e inteligente. A ênfase desta lei são as calçadas e o próprio
Sistema de trânsito e transporte público.
Oxalá
vereadores e prefeitos do Brasil inteiro e também de Mato Grosso, especialmente
de Cuiabá reflitam um pouco mais sobre
essas questões e possam agir com mais
respeito na defesa dos pedestres e ciclistas que são a grande maioria da
população só lembrados durante os
períodos eleitorais.
O
maior desrespeito com os pedestres do Aglomerado urbano Cuiabá/Várzea Grande
talvez sejam as obras paralizadas do VLT na Avenida da FEB que não tem um
semáforo , passarela ou faixa de pedestre em um trajeto longo, mais de dois km, colocando em risco a vida das pessoas que diariamente precisam cruzar aquela
avenida. Oxalá a SECID possa refletir sobre esta realidade!
Voltarei
a escrever sobre o Estatuto do pedestre sancionado pelo Prefeito de SP
oportunamente e a vergonha que são nossas calçadas, quando existem, por este
Brasil afora, abandonado e vilipendiado.
JUACY DA SILVA,
professor universitário, Titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia,
articulista e colaborador de jornais, sites e blogs. Email professor.juacy@yahoo.com.br
Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
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