ELEIÇÕES E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
JUACY DA SILVA
A
Assembléia Geral da ONU, realizada entre os dias 25 e 27 de setembro de 2015,
aprovou o que passou a ser denominada de AGENDA
2030, um conjunto de 17 objetivos, 169 metas e 230 indicadores, na presença
de 190 chefes de Estado e de Governo que se comprometeram a planejar e realizar
acões que conduzam o mundo e cada país, suas regiões e localidades para o que
passou a ser conhecido tambem como os OBJETIVOS
DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Entre os países presentes e que se
comprometeram com a AGENDA 2030 está o Brasil.
Estamos
a menos de três meses para a realização das eleições gerais no Brasil, quando
os eleitores estarão escolhendo os futuros governantes, conhecidos como parte
da elite do poder, da qual também fazem parte integrantes do poder judiciário,
organismos de contrlole e de repressão e os empresários.
Essas
eleições devem acontecer em meio a uma longa e complexa crise politica, econômica,
financeira, orçamentária, social e moral. Boa parte da atual elite do poder não
goza da confiança da população, tanto pelos altos índices de corrupção que tem
marcado o cenário politico, administrativo e empresarial do país, em todos
os níves de governo e grandes conglomerados econômicos, quanto pela incompetência
por parte desta elite do poder em prover bens e serviços públicos que o povo
requer e e faz jus e já paga na forma de uma elevada e escorchante carga tributária,
uma verdadeira extorsão das camadas média e mais pobres da sociedade.
Em
diversas artigos e reflexões temos defendido a “tese” de que não basta ser
honesto, ou seja, para mim a honestidade não deveria ser uma característica
para diferenciar os bons politicos, bons governantes, bons juizes, bons
gestores, porquanto em uma sociedade justa, democrática e mais egualitária
todas as pessoas deveriam ser e agir honestamente, desde o cidadão e,
principalmente, as pessoas que ocupem cargos ou funções públicas.
Assim,
a “régua” da honestidade deveria igualar todas as pessoas em uma sociedade. Ai
sim, o que deveria diferenciar as pessoas, principalmente quem ocupada cargos e
funções públicas, politicos, gestores públicos
e empresários, deveriam ser outros parâmetros como competência técnica,
capacidade de gestão, visão estratégica, liderança, compromisso com o bem
comum, defesa intransigente da soberania popular e nacional, ser transparente,
eficiente e eficaz, dentre outros atributos.
Para
que isto seja possivel, é importante que os candidatos apresentem ao povo, aos
eleitores suas principais realizações se já ocupam ou ocuparam cargos e funções
públicas e, claro, digam ao povo, apresentem de maneira formal, não de forma
apenas discursiva, genérica e vazia, suas propostas para encarar ou enfrentar e
resolver os grandes desafios nacionais, estaduais ou até mesmo locais que tanto
afetam e angustiam o povo.
Para
tanto, basta estudar um pouco, conhecer mais a fundo esses desafios e
problemas, que já foram e continuam sendo diagnosticados por milhares e
milhares de pesquisas e estudos, levados a cabo por entidades governamentais,
universidades, organismos internacionais e inúmeras organizações não
governamentais e a partir de um conhecimento mais aprofundado da realidade,
apresentem suas propostas.
Se
os candidatos, principalmente os que já detém mandatos e desejam continuar no
poder, não para se locupletarem e dilapidarem os cofres publicos, mas sim,
servirem ao povo e também os “novatos”, muitos dos quais fazem parte das familias e grupos que estão
nas estruturas do poder, realmente desejam mudar o país e os estados; deveriam,
por exemplo, pelo menos levarem em consideração e incorporarem em suas
propostas os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável, suas metas e indicadores, que o Brasil se
comprometeu a realizar.
De
forma resumida, apresento alguns desses objetivos do desenvolvimento
sustentável, que devem balizar os rumos que nosso país deveria seguir pelos
proximos 12 anos. Dentre esses: acabar com a pobreza, a fome e a desnutrição;
asseguar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade; assegurar a vida
saudável e promover o bem estar de
todos; alcançar a igualdade de genero e empoderamento das mulheres; asseguar a
disponibilidade de energia sustentável, água e saneamento para todos; promover o
crescimento sustentável, o emprego pleno e trabalho decente para todos;
construir infra-estrutura, industrialização inclusiva e a inovação; reduzir a
desigualdade dentro dos países e entre eles; tornar as cidades e os
assentamentos humanos inclusivos, resilientes e sustentáveis, assegurar padrões
de produção e consumo sustentáveis; proteger e recuperar o uso sustentável dos
ecossistemas; promover sociedades pacíficas, incluindo o acesso `a justiça para
todos e construir instituições responsáveis em todos os niveis..
Será
que nossos candidatos estão realmente `a altura desses desafios? Só assim, o
povo poderá confiar em seus governantes. Chega de discursos vazios,
demagógicos, mistificadores, belas mentiras, fisiologismo e corrupção.
JUACY DA SILVA, professor universitario, titular e aposentado
UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de diversas veiculos de
comunicacao. Email professor.juacy@yahoo.com.br
Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
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