O POVO AINDA QUER LULA
JUACY DA SILVA
Apesar de que Lula ja
esteja preso desde o último dia 07 de abril e, em decorrência de já ter sido
condenado em segunda instância, tornando-o inelegível, caso a Lei da ficha
limpa seja realmente aplicada pelo TSE, as tres pesquisas de opinião pública
quanto `as intenções de voto divulgadas desde então, tanto na forma espontânea
quanto na estiumlada em que aparece o nome do ex presidente, o mesmo tem a
preferência dos entrevistados de forma disparada, tanto em primeiro quanto em
segundo turno.
O PT definiu uma estratégia
no sentido de ignorar a possibilidade ou probabilidade de Lula não conseguir
emplacar a candidatura a Presidência da República e se recusa a divulgar um
plano “B”, onde algum outro nome do PT pudesse ser candidato no lugar de Lula
ou até mesmo indicando um candidato a vice na chapa de outro candidato.
Essas tres pesquisas,
Data Folha de 13 de abril, IBOPE com abrangência apenas para o Estado de São
Paulo em 24 de abril e da CNT/MDA para o Brasil como um todo, divulgada mais
recentemente, em 14 deste mes de maio, mesmo que não podendo ser comparáveis
devido a metodologia e o universo pesquisado, tem alguns pontos em comum e
indicam como os eleitores estão se sentindo quando defrontados com pesquisas de
opinião eleitoral.
Tanto no questionamento
espontâneo, quando não são apresentados nomes de supostos candidatos, em todas
o nome de Lula está em primeiro lugar, com mais de 31% da preferência popular,
praticamente o somatório dos tres candidatos seguintes: Bolsonaro, Marina Silva
e Ciro Gomes. Em ambas as modalidades, espontânea e com listas de nomes, o
desempenho de Geraldo Alkmin, do PSDB, é muito baixo, chegando a empatar ou
perder para Bolsonaro em São Paulo, estado em que foi governador por tres
vezes.
Outro aspecto é o
desempenho de Bolsonaro, com Lula fica em segundo lugar, com pouco mais da
metade das preferências do ex presidente, sendo que no Nordeste o seu
desempenho é ridículo, apenas 7%, onde
Lula goza da preferência de 50% dos eleitores. Sem Lula, a preferida na
Região nordeste é Marina com 18%, seguida de Ciro Gomes com 15% e Bolsonaro com
9%.
Outros aspectos curiosos
tanto em relação a Lula quanto Marina Silva é a preferência desses nomes junto
as mulheres, junto aos eleitores com apenas o ensino fundamental completo e `a
camada populacional que ganha no máximo até um salário minimo, conforme dados
recentes do IBGE é mais do que 50% da população trabalhadora. Nesses segmentos
o desempenho de Bolsonaro também fica muito aquém de seus supostos adversários.
Aos poucos Bolsonaro
parece que se consolida como candidato da direita, das camadas mais abastadas, da
população branca e dos grandes grupos econômicos, incluindo banqueiros e
latifundiários, o que poderá dificultar sua inserção junto `as camadas mais
pobres, mulheres, nordestinos e trabalhadores urbanos e rurais.
A última pesquisa da
CNT/MDA, divulgada na segunda feira (14/05/2018), na espontânea Lula aparece
com 18,6% da preferência dos eleitores; Bolsonaro com 12,4% e dos demais pré-candidatos
com menos de 2% cada um. Já na estimulada, Lula surge com 32,4%; Bolsonaro com
16,7%; Marina com 7%; Ciro Gomes com 5,4% e Geraldo Alkmin com apenas 4%.
Quando o nome de Lula não
esta na lista dos possíveis candidatos, o quadro das preferências é o seguinte:
Bolsonaro com 19,7%; Marina com 15,1%; Ciro Gomes com 11.1% e Alkmin com 8.1%.
Em um possivel segundo turno, quando Lula está na lista o mesmo vence todos os
demais candidatos; o mesmo acontece com Bolsonaro, que, sem Lula derrotaria
todos os demais candidatos, com excessão de Marina Silva, que pela pesquisa
CNT/MDA ficaria empatada, e em idêntido cenário no Data Folha Marina Silva
seria a única, além de Lula que derrotaria Bolsonaro.
Como ainda estamos há
alguns meses das convenções e das decisões da Justiça Eleitoral e outros fatos
intervenientes que possam alterar os cenários para outubro, existem outros
fatores que já começam a se cristalizar: a) se Lula for candidato será o grande
vencedor, com toda a certeza; b) Bolsonaro parece que já atingiu seu limite
superior e tem poucas chances de crescer; c) Marina Silva, deve avancar e
chegar ao segundo turno, caso Lula não seja candidato, um cenário bem provável;
d) o segundo turno deverá ser um embate entre Bolsonaro e Marina Silva,
radicalizando o confronto entre direita e esquerda e aí, o fator decisivo deverá
ser para onde o pêndulo dos candidatos do centro/direita e centro/esquerda
deverá pender.
Mesmo que o periodo dos
debates e da campanha seja curto, os eleitores irão definir suas preferências
em função tanto da honestidade do candidato, quanto de suas propostas e também
sobre seu passado, o que os mesmos já fizeram como figuras públicas para
equacionar os grandes desafios nacionais.
JUACY DA SILVA, professor universitario, titular e aposentado UFMT,
mestre em sociologia, colaborador e articulistas de diversas veiculos de
comunicação. Email professor.juacy@yahoo.com.br Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário