ENVELHECIMENTO, UM
GRANDE DESAFIO
JUACY DA SILVA
Todos
os países, ao longo da história, experimentaram ou alguns estão experimentando
ou ainda vão experimentar o que os estudiosos denominam de “transição demográfica”, que é uma fase
em que esses países experimentam inicialmente altas taxas de
fecundidade/natalidade, mas também altissimas taxas de mortalidade,
principalmente a infantil.
Durante
décadas ou séculos esses o países não apresentavam crescimento populacional ou
se experimentavam, tais índices eram baixos, resultando também em uma
expectativa ou esperança de vida ao nascer bem baixa, em torno de no máximo 30
ou 35 anos ou em alguns casos um pouco mais do que esta idade.
A
transição demográfica acontece quando, fruto do avanço da ciência e da medicina,
com a descoberta de novos produtos, como foi o caso dos antibióticos, conseguem
reduzir drásticamente os altos índices de mortalidade geral e mortalidade
infantil em particular, disto resulta um aumento rápido e contínuo da
população, pois os índices de fertilidade/natalidade continuam elevados.
Durante
decadas ou séculos a população cresce em rítmo acelerado, tendo como resultado
também duas outras “revoluções” demográficas, o aumento da expectativa ou
esperança de vida ao nascer e também as migrações rurais com destino `as
cidades, surgindo uma urbanização também acelerada e caótica.
No
caso dos países atualmente emergentes e também dos países de baixa renda,
segundo a denominação da ONU e outras instituições internacionais,
anteriormente denominados de países subdesenvolvidos, esta urbanização acontece
de forma caótica, inúmeras invasões de áreas periféricas das cidades, sem as
mínimas condições de vida.
A
etapa seguinte da transição demográfica acontece, novamente, gracas aos frutos
do desenvolvimento científico e tecnológico e também mudanças culturais, mesmo diante
da oposição de grupos religiosos e conservadores existentes em todas as
sociedades. Esta fase é representada pela redução também acelerada dos índices
de fertilidade/natalidade graças ao uso de práticas anticoncepcionais como a
famosa “camisinha’, o uso do DIU, o controle natural/tabelinha e também `a
liberação, legalização ou discriminalização do aborto, ou então através de
politicas públicas como acontece na China há mais de 70 anos, quando o governo
estabelece que cada casal não pode ter mais de um filho ou até mesmo com
esterilização forçada ou induzida da população pobre, para que deixe de ter
filhos, como dizem os defensores dessas práticas.
Para
que a população cresça cada casal precisa ter, em média, mais de dois filhos,
pois em se tendo apenas dois ocorrerá apenas a taxa de reposição populacional e
quando tem menos do que dois filhos o resultado será o declínio populacional,
ou seja, nascem menos crianças do que o índice de mortalidade geral.
Na
Europa, Estados Unidos, Canadá, Austrália e alguns outros países a transição
demográfica demorou mais de um século ou século e meio para estar completa,
enquanto em diversas outros países, que experimentaram ou ainda estão
experimentando esta transição demográfica, como no caso do Brasil, a mesma tem
ocorrido ou esta ocorrendo em menos de meio século.
No
primeiro caso, os países tiverem tempo para outras transformações econômicas ,
sociais, politicas e conseguiram dotar esses países de infraestrutura, recursos
e politicas publicas que resultaram em padrões de vida elevados, oferta ampla
de habitação de qualidade, melhor distribuição de renda, saúde pública de qualidade, educacao pública de qualidade,
universalização do saneamento básico e água tratada, qualificação da mão de
obra para atender aos desafios do desenvolvimento e das transformações
tecnológicas.
Já
nos paises emergentes e subdesenvolvidos o chamado “bonus demográfico” não tem
existido resultando em altas taxas de concentração de renda, riqueza e
oportunidades, grandes massas vivendo em condicoes sub-humanas, niveis de
pobreza e miséria elevados.
É
neste contexto diferenciado entre países desenvolvidos, ricos de um lado e de
outro países subdesenvolvidos e emergentes que ocorre a última etapa da
transição demográfica que é o envelhecimento populacional, um grande desafio
para as familias, os governantes e para a sociedade, um verdadeiro drama para
os países do segundo grupo, incluindo o Brasil, quando o envelhecimento ocorre
sem que tais países tenham recursos suficientes ou cuja situação econômica,
social, cultural e politica não conseguem tratar as pessoas idosas que eles
merecem.
No
próximo artigo vamos apresentaram alguns números e índices que retratam bem
esta realidade triste e dramática de como a população esta evelhecendo,
formando grandes contingentes de marginalizados e excluidos, cujas perspectivas
não são das melhores.
JUACY
DA SILVA, professor universitario,
titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de
diversas veiculos de comunicação. Email professor.juacy@yahoo.com.br
Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário