O ETERNO
DRAMA DA SAÚDE NO BRASIL
JUACY DA
SILVA
O termo drama se aplica perfeitamente `a situação em que de
longa data se encontra a saúde em nosso país. Isto é verdadeiro tanto para a
saúde pública quanto particular, individual quanto coletiva, incluindo planos
de saúde e outros arranjos institucionais.
Podemos também associar à saúde com outros termos que , de forma
perfeita, caracterizam este setor tão
importante na vida das pessoas. Esses termos são: caos, horror, descaso,
terror, incompetência, negligência, corrupção, subperfaturamento, roubo, tráfico de influência, descaso, desastre,
tragédia, catastrofe. Enfim, o que acontece diariamente na área da saúde, em todos os estados, municípios e DF é
patético e ao mesmo tempo comovente. Só
escapam desta vergonha os grandes
hospitais que atendem pacientes da elite política,econômica e social do país,
boa parte `as custas dos cofres públicos,enquanto os pobres continuam com um
atendimento de quinta categoria!
Ao longo das últimas décadas a saúde passou a ser manchete
das páginas policiais, onde a intervenção da polícia e do ministério público
estão cada vez mais frequentes
transformando-a em situação criminosa. As pessoas que necessitam dos
serviços de saúde são relegadas ao abandono
nos corredores de unidades de saúde, hospitais, pronto-socorros, ficam
amontoados em corredores, em macas enferrujadas, sujas, colchões podres,
mofados, em cadeiras velhas, carcomidas pelo tempo
Todos os anos os meios de comunicação , radios, jornais, TV,
mídia eletrônica, virtual ou de qualquer
natureza não se cansam de estampar manchetes que bem demonstram a
gravidade do que está acontecendo. O povo paga imposto mas o SUS não funciona
como foi concebido, parece que por ser uma estrutura para atender principalmente
a pobreza ou talvez a “nova classe média” que o governo fala que esta escapando da base da pirâmide
social, o atendimento é precário e infeficiente.
Quem tem condição financeira e deseja uma saúde de “melhor
qualidade” tem que buscar os planos de saúde, que são contratados de forma
coletiva ou individual, neste ultimo caso custando os olhos da cara com dizem.
E mesmo assim, com frrequência seus usuários tem que recorrer `a justiça para
fazer valer seus direitos de cidadãos e de consumidores.
O último, mas que na verdade não será o último no sentido
restrito do termo, foi a ação criminosa descoberta em um hospital de Curitiba, o
segundo maior hospital da capital paranaense, tida como modelo de desenvolvimento urbano, nos aspetos arquitetônicos, mas que em matéria
social nada deixa a desejar ao que acontece com a pobreza no restante do país.
Naquele hospital foi descoberto um verdadeiro campo de
concentração, onde os pacientes que por ironia da sorte iriam parar na UTI, boa
parte acabava sendo assassinada de forma fria e cruel. Uma médica que era a
chefe da UTI está presa, juntamente com alguns outros médicos e enfermeiros/as,
sob a acusação de deliberadamente
desligarem aparelhos, principalmente os que permitiam aos pacientes continuarem
respitando e lutando pela vida.
Conforme depoimentos
prestados por familires de algumas vítimas e até por sevidores do referido
hospital o que se passava naquela UTI é digno de um roteiro de filme de horror
e terror, muito sadism e uma violência
ignominiosa contra pessoas impossibilitadas de reagirem. Foi dito em um
depoimento que a médica chefe desta casa
de horror, como poderia ser denominada a UTI, cunhou uma expressão SPP
(se parar parou) referindo-se ao que poderia acontecer se pacientes
tivessem seus aparelhos de oxigênio/respiradouros desligados.
Imagino que isto também é uma forma cruel e de extrema
violência executada contra pessoas que buscam uma unidade de saúde na certeza
de que alí poderiam encontrar alívio para suas dores, seus sofrimentos e também a cura de suas enfermidades. Afinal
o exercício das atividades ligadas `a saúde estão éticamente ligadas a
salvar e preservar vidas, jamais a tortura contra pessoas fragilizadas pela
doença e indefesas.
Um hospital jamais deve
ser uma câmara de morte, onde as pessoas/doentes sejam internadas para abreviarem a vida! Oxalá
tudo seja exclarecido e os culpados sejam punidos! Mas a
possibilidade de que isto acabe em pizza é
muito grande. Nossas leis tanto na área dos chamados erros médicos quanto tantas outras
formas de violência são extremamente brandas ou frouxas, como diz o povo. A morosidade dos procedimentos investigatórios
e da Justica alimentam a impunidade, principalmente quando as vítimas são integrantes das camadas mais
baixas da sociedade. LAMENTAVELMENTE isto
continua acontecendo em pleno Século XXI, como se ainda estivessemos nos
primórdios da história!
JUACY DA
SILVA, professor universitário,UFMT, mestre em sociologia. Twitter@profjuacy Email professor.juacy@yahoo.com.br
Blog www.professorjuacy.blogspot.com
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