EDUCAÇAO: A VERGONHA CONTINUA
JUACY DA SILVA
Professores e servidores
da educação pública do Paraná, São Paulo e Goiás, apenas para mencionar
alguns estados, durante várias semanas ou meses estiveram ou continuam em
greve. Em Mato Grosso também os docentes estão em estado de greve. Da mesma forma professores de todas as universidades
federais iniciaram há poucos dias uma
greve nacional por prazo identerminado.
Em todos esses estados
as reivindicações são,
praticamente as mesmas, sucateamento da
educação, baixos salários, falta
de condições de trabalho, falta
de perspectivas, desencanto, enfim,
falta de esperança quanto ao futuro.
Este quadro parece estar bem
distante do slogan do Governo Dilma
“Pátria Educadora”, mais uma bela mentira do marketing oficial.
Anualmente diversas organismos internacionais como UNESCO, Centros
de Pesquisas de universidades
espalhadas pelo mundo e também
a OECD – Organização para a
cooperação dos países da União Européia, realizam vários estudos comparativos quanto ao
progresso da educação entre os princiais
países e divulam seus relatórios e um
ranking mundial onde a educação é a base
dessa classificação.
No ultimo relatório da OECD, trazido a público no mes de
maio passado, entre 76 países o Brasil ocupava a 60a. posição, ou 79a. posição, em
termos percentuais. No ultimo relatório
apresentado pela empresa de consultoria
PIERSON, ligada ao grupo The Financial Times, um dos maiores grupos jornalisticos da Inglaterra e do mundo , em
parceria com a Consultoria Economist Intelligence Unit, braço de pesquiasas da
Revista The Econnomist, tornado público
em 2014, referente a dados de
2012 e 2013, entre os 40 países que tem
as maiores economias do mundo, o Brasil ocupava a 38a. posição no ranking,
perdendo apenas para o México e a Indonésia.
Resultados semelhantes
tem sido observados nos últimos quatro ou cinco relatórios do PISA,no decorrer
de uma década, que testa o conhecimento de alunos no final do ensino
médio em matemática, ciências e línguas,
onde o Brasil sempre tem ficado entre os
países cujos estudantes temob tido os
piores resultados.
O
relatório da OECD usa nove indicadores
para analisar o desempenho dos países e
a partir dos resultados elabora
o ranking que demonstra a posição de cada país. Esses
indicadores são os seguintes: a) nível da
escolaridade geral da população adulta, medido em número
de anos que a
população entre 25 e 64
frequentou escola; b) percentual da população em idade apropriada que se espera
deverá concluir o ensino médio; c) idem
quanto ao ensino superior; d)
qual a influência que a educação dos
pais tem no desempenho da educação dos filhos; e) qual a
influência da educação no mercado de
trabalho , na qualificação para o trabalho e no rendimento do trabalho; f)
quais os incentivos que as pessoas e
famílias tem para a educação dos filhos;
g) quais as consequências da educação na vida das pessoas
e no desenvolvimento econômico e social do país; h) qual a relação
entre desempenho e equidade em educação.
Enfim,
em todos esses estudos a educação é considerada o setor de maior importância
estratégica para o bem estar das pessoas e também para o desenvolvimento do país. Vários exemplos podem ser considerados
neste tipo de análise, onde todas as
conclusões apontam para resultados positivos em todos os países que investiram
prioritáriamente em educação, e que nesses
países, graças aos investimentos
e a melhoria da qualidade da
educação foi possivel uma verdadeira
revolução nas áreas da ciência e tecnologia, qualidada da mão-de-obra e transformações
profundas nas estruturas econômica e social do país.
Alguns
desses exemplos são o Japão, a Alemanha,
os Estados Unidos, a Coréia do Sul
e de outros “tigres asiáicos”
como Tailândia, Cingapura, Taiwan, Hong Kong, a
própria China e a Índia. Vários desses
países em meados do século
passado tinham taxas de analfabetismo
iguais ou piores do que o Brasil.
Atualmente pontuam no topo de
todos os rankings mundiais enquanto
nosso país, apesar de ser
a sétima ou próximamente a oitava
economia do mundo, continua patinando
nos últimos lugares em educação. Será esta
realmente a nossa Pátria Educadora?
Pior
em tudo isso é percebermos que nossos govenantes não sentem vergonha do que
estão fazendo com a educação brasileira, destruindo as esperanças do povo
e o futuro do país! Até quando? Só Deus sabe.
JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular
e aposentado UFMT, mestre em sociologia. Articulista de A Gazeta.
Email professor.juacy@yahoo.com.br
Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
Nenhum comentário:
Postar um comentário