MEIO AMBIENTE E SAÚDE
JUACY DA SILVA
No ultimo dia 05
deste mês de junho foi comemorado em todos os países o DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE,
instituído pela ONU durante a primeira conferência do meio ambiente
realizada em Estocolomo na
Suécia,em 1972. Portanto, lá se vão
43 anos desde que o mundo acordou para
este desafio que é cuidar melhor do meio
ambiente e preservar a vida no planeta.
O tema deste ano para comemorr o DIA MUNDIAL DO MEIO
AMBIENTE é: “ Sete bilhões de sonhos, um planeta:consuma com cuidado”. Este tema chama
a atenção para os limites de
crescimento, de um lado o aumento populacional mundial, hoje somos sete bilhões e dentro em
breve seremos nove bilhões de pessoas e de outro os
riscos da degradação ambiental. O
problema não está apenas em relação
`a pressão que a população exerce sobre
os ecossistemas em termos de produção de alimentos, de energia, de matérias
primas, de água e do solo, mas principalmente o que isto significa para o futuro
da humanidade.
Para efeito de reflexão
e das ações que devem ser realizadas pelos
governos de todos os países e
em todos os níveis de poder em cada país
e também pela populaçao, mas também
na questão do desperdício que o consumismo esta estimulando. O tema é
desdobrado em quatro dimensões:
água, energia, uso do solo e o consumo
acelerado de bens e serviços que acabam representando uma pressão muito grande
sobre o meio ambiente. Para
alimentar uma população de bilhões de pessoas os sistemas
econômicos gastam água, solo e energia,
que são fatores escassos
e acabam também sendo degradados
com a erosão, o assoreamento dos rios
e lagos, o desmatamento continua
acelerado em vários países e essa dinâmica econômica, em busca de um lucro a
qualquer preço deixa um rastro de
destruição ou o que é modernamente chamado de passivo ambiental.
Pior em tudo isto é
perceber de um lado o consumismo que leva a um desperdício de alimentos, cujo
custo mundial é superior a 750 bilhões de dólares por ano. . Mas o desperdício de alimentos também
representa o desperdício de água, de
solo e de energia que foram usados para
a sua produção.
Estamos em pleno período da realização das
conferências municipais de saúde, quando
a população de todos os municípios do Brasil está discutindo a situação e os
rumos da saúde pública em nosso país. Qual o tamanho do CAOS em que se encontra a saúde e quais os rumos
que devem ser tomados para que este direito constitutional possa deixar de ser letra morta em nossa Carta
Magna para se transformar em uma realidade concreta do dia-a-dia das
pessoas?
Boa parte das doenças
que a população enfrenta têm suas
origens na degradação ambiental. As queimadas urbanas e rurais, os sistemas de produção agrícola assentado sobre
o uso exagerado de agrotóxicos, onde o Brasil é o segundo maior consumidor
mundial, a falta
de saneamento básico, os lixões, os esgotos escorrendo a céu aberto,
tudo isso afeta a saúde da população,
principalmente das camadas mais
empobrecidas do país.
O SUS gasta
anualmente mais de 400 milhões de
reais para tatrar
pessoas que são internadas em decorrência de diarréias, além de muitos outros milhões com doenças respiratórias e outras mais
decorrentes da falta de cuidado com o meio ambiente. Costuma-se
dizer que para cada real investido em saneamento e cuidados ambientais poderiam ser economizados quatro
reais no tratamento de doenças. Saneamento,
neste sentido, também é saúde.
Mais de 61% da população brasileira, ou seja, 124 milhões de habitantes não tem
tratamento de esgoto. Na região norte esta é a realidade
de 83,4% da população; no
Nordeste 76%; no Sudeste 61,; na região
Sul 68%e no Centro Oeste 55,1%. Ou seja,
milhões de brasileiros convivem com valões, córregos, rios e oceanos estão
morrendo devido `a falta de saneamento.
Na verdade são
grandes esgotos a céu aberto, onde animais, lixo e toda sorte de dejetos produzem mal cheiro e riscos
para a saúde da população.
Em nosso maior
aglomerado urbano de Mato Grosso, por exemplo, Cuiabá tem apenas
39,9% de esgotos tratados e Várzea
Grande 21% e a média no restante do Estado é de menos de
20%. Neste aglomerado que tem pouco mais de 820 mil
habitantes 66% da população não é servida por tratamento de esgoto, são
aproximadamente 540 mil habitantes,
convivendo com uma das formas de degradação ambiental.
A pergunta que se faz, isto é correto, é dígno? Qual a qualidade de vida dessas
pessoas? Qual a saúde que tem? Qual o futuro que nos espera? Com a palavra nossos
representantes eleitos, nossos gestores públicos, enfim, nossos governantes que continuam insensíveis a
este drama que afeta dezenas de
milhões de brasileiros/as.
JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado
UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta.
Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
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