AGENDA VERDE E DESENVOLVIMENTO
JUACY DA SILVA
Desde os escritos de
Malthus, principalmente com a publicação intitulada “Ensaios sobre o crescimento
populacional” em 1.798, existe
um debate entre a capacidade de produção
de alimentos e matérias primas no planeta e o crescimento demográfico.
Observando o crescimento populacional, a produção de
alimentos e a melhoria dos níveis de bem estar nos quatro séculos que
antecederam suas pesquisas, Malthus resumiu sua teoria afirmando que enquanto a
capacidade de produção de alimentos e matérias primas crescia em uma progressão
aritimética, o crescimento populacional seguia um projeção geométrica. Se nada
fosse feito, com ceerteza a fome e a mortalidade acabariam se encarregando de
restaurar um equilíbrio entre estes dois
vetores.
Em 1800, dois anos após a publicação da obra de Malthus, a
população mundial era de aproximadamente UM
BILHÃO de habitantes. Cinco décadas
depois, em 1.850, a poulação
mundial havia atingido o patamar de
1.265 bilhões, ou seja, foram
necessários 50 anos para que o mundo tivesse
este aumento populacional.
Em 2000 a população mundial atingiu 6.090 bilhões
de pessoas e no dia 01 de julho próximo (2015) seremos 7.325 bilhões de habitantes no planeta terra. Em apenas 15
anos a população mundial cresceu em 1.163
bilhões de habitantes, ou seja,
4,4 vezes o crescimento de cinco
décadas no período após a publicação dos estudos de Malthus.
As previsões de
Malthus não se concretizaram de forma tão catastróficas como ele imaginava, principalmente
pelo avanço da ciência e da tecnologia que permitiram uma verdadeira revolução na produção agrícola, pecuária e de
diversas matérias primas animais, vegetais
e minerais. A fome, mesmo muito
presente em diversas partes do mundo,
que afeta mais de dois bilhões de
pessoas, ocorre muito mais pelos desníveis sócio-econômicos e exclusão dessas
pessoas do que propriamente pela falta
de produção.
Todavia, desde a publicação da obra “Os limites do crescimento” pelo
Clube de Roma em 1972, além da
primeira conferência do meio
ambiente realizada pela ONU em junho de 1972, em Estocolmo na Dinamarca até a próxima
conferência sobre mudanças climáticas, a ser
realizada entre 30 de novembro e
11 de dezembro deste ano (2015), tanto a ONU quanto diversos organismos
internacionais , universidades e instituições de pesquisas governamentais e não
governamentais tem batido na tecla dos
limites e hiato entre um crescimento acelerado
da população e como consequência imediata o aumento rápido do consumo, seja
decorrente do aumento demográfico em si, seja pelo aumento do poder aquisitivo
de grandes massas até então alijadas do Mercado e também pelo enorme
desperdício que ocorre em todos os países.
A ampliação da produção e oferta de alimentos e matérias primas de forma
rápida tem ocorrido em total desrespeito ao meio ambiente, razão pela
qual a ONU tem enfatizado ao longo dos
últimos 43 anos a importância de serem incluidas a idéia e as
práticas de sustentabilidade, ou seja, o
crescimento econômico tem um prêco ambiental . Não é justo e nem ético que as atuais
gerações deixem esta fatura para as próximas gerações. A
maior parte dos recursos natarais
são finitos e a sua exploração sem critérios de sustentabilidade e respeito ambiental vai aumentar os problemas
em todos os países. Recursos como água, solo, sub-solo, fontes energéticas e mesmo o ar, devem ser tratados com parcimômina e respeito
pelas gerações atuais, principalmente o setor produtivo e os consumidores.
Entre 1972 e os dias atuais vários altertas já foram
dados na forma de estudos, conclusões e
recomendações de inúmeros eventos,
principalmente sob os auspícios da ONU, valendo destacar: A Eco-92, conferência sobre meio ambiente
realizada em nosso país; o Simpósio sobre
desenvolvimento sustentável realizado em Johanesburg, África do Sul em dezembro de 2002; o Protocolo de Kyoto, sobre o Climma, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas realizada em
dezembro de 2009, em Copenhagen, Dinamarca; a Rio + 20, sobre desenvolvimento sustentável, realizada novamente no Brasil em 2012 e no ano de 2014, os simpósios
e pré-conferência sobre as
mudanças climáticas em New York e Lima, como preparação do que poderá ser a grande conferência de Parias no final
deste ano.
Percebe-se que o desenvolvimento mundial e de cada país, cada
estado/província e municípios tem que estar
articulado com uma grande agenda verde, onde as questões ambientais
diretas ou indiretas precisam estar no
âmago das diversas políticas públicas, sob pena dos problemas que enfrentamos hoje
tornarem-se mais graves e de difícil solução.
A pergunta que não quer se calar: Será que nossos governantes, empresários, universidades,
ONGs, enfim , a população em geral, tem consciência das catástrofes que poderão
afetar bilhões de pessoas, o nosso futuro planetário e também nosso futuro
imediato como pessoas?
JUACY DA
SILVA, professor universitário, fundador,titular e aposentado UFMT, mestre em
sociologia, articulista de A Gazeta.
Email professor.juacy@yahoo.com.br twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
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