MOVIMENTO PARLAMENTAR
PRÓ-IMPEACHMENT
JUACY DA SILVA
Há pouco mais de
dez dias foi constituído, na Câmara
Federal, um movimento supra-partidário,
que já conta com mais de duzentos
parlamentares, visando aprofundar as discussões e, quando for oportuno, pautar
o tema, ou seja, iniciar as discussões sobre o processo de impeachment
da Presidente Dilma.
Existem protocolados na
Câmara Federal 17 pedidos de impeachment
da Presidente, sendo que o último, muito
bem fundamentado em um documento de mais de 20 laudas, foi inicialmente
protocolado pelo ex-Procurador de Justiça de SP, ex—Deputado Federal, ex-vice prefeito de SP e um dos fundadores do PT, HÉLIO BICUDO, que deixou o PT após o estouro do
escândalo do MENSALÃO, envergonhado pela corrupção no Governo Lula.
Na última quarta feira,
16 de setembro , o pedido de impeachment
protocolado por HÉLIO BICUDO foi apoiado
formalmente e reforçado juridicamente pelo ex-ministro da Justiça e um dos
maiores juristas brasileiros MIGUEL REALE JR, e novamente protocolado na Câmara
Federal.
Na ocasião, o novo
documento foi entregue diretamente ao Presidente da Câmara Eduardo Cunha, na
presença de vários parlamentares, incluindo dirigentes de partidos de oposição,
integrantes de movimentos sociais e da
mídia, juntamento com o ex-ministro e a filha de HÉLIO BICUDO, que, pela idade
avançada, 93 anos, não pode participar do evento.
Paralelo a esta entrega e `a formação do MOVIMENTO
PARLAMENTAR PRÓ-IMPEACHMENT foi criado um site no dia 09 deste mes de
setembro, como instrumento para
estimular a participação popular e também um abaixo assinado que neste final de
semana, 19 e 20 de setembrro, deve
alcançar UM MILHÃO DE ASSINATURAS. Na manhã
deste sábado estavam faltando menos de tres mil assinaturas para
alcançar esta meta.
Dentro de poucas
semanas ou pouco mais de um mes devem vir a público duas decisões importantes
que poderão ser a gota d’ água, que estava faltando para acelerar o processo de
impeachment da Presidente. Primeiro, o
TCU deve votar se aprova ou rejeita as
contas de Dilma referentes ao ano de
2014, incluindo as famosas “pedaladas
fiscais” e outras irregularidades apontadas pelos técnicos do TCU e acatadas, em
parte pelo Ministro Relator do TCU.
Segundo fato, também
dentro de poucas semanas ou meses, o TSE
deverá julgar as contas de CAMPANHA DE DILMA e do PT, suspeitas de uso de
dinheiro desviado da PETROBRÁS, conforme denúncias de investigados e condenados
na Operação Lava Jato/PETROLÃO, que informaram no processo, em delações
premiadas esses fatos, considerados
crimes eleitorais, os quais podem sujeitar `a cassação de registro e diplomação
da chapa DILMA/MICHEL TEMER.
Não bastassem esses fatos, Dilma ainda tem contra si e seu
governo os mais baixos índices de popularidade que um presidente, em tempos
“normais”, ja teve. Apenas 7% dos
entrevistados em pesquisa recente consideram seu governo ótimo e bom e mais de 70% dos entrevistados em pesquisas de opinnião
pública recentes aprovam o impeachment da Presidente.
Para agravar ainda mais
a crise política, o Brasil enfrenta
também uma grave crise econômica, financeira, fiscal , orçamentária e ética, chegando ao ponto do
Governo Dilma, pela primeira vez na história politica brasileira, ter enviado
ao Congresso Nacional uma proposta orçamentária LOA– OGU – Orçamento Geral da União com déficit, em meio a uma profunda recessão
econômica, um aumento brutal nas taxas de juros, um processo inflacionário
descontrolado, uma enorme variação cambial que afeta tanto as contas públicas
como re-alimenta a inflação, tendo em vista que diversos produtos e insumos que
são necessários ao processo de produção são importados ou quotados em
dolar, que também contribui para aumentar o tamanho da
dívida pública e a elevação dos gastos públicos, em mais de 45% só com
pagamentos de juros, encaros e rolagem de uma dívida pública que em julho
ultimo alcançou R$2,6 trilhões de reais e que de janeiro a julho cresceu em
média pouco mais de 41 bilhões de dólares por mes. Tendo em vista a brutal desvalorização do
real nos últimos meses, tudo leva a crer que a divida pública brasileira deverá
ser superior a tres trilhões de reais.
Outro fator de agravamento
da crise é o ajuste fiscal que coloca sobre os ombros, o bolso e as costas dos
contribuintes, principalmente das camadas menos abastadas o ônus desta conta, fruto da
irresponsabilidade, a incompetência do Governo, que continua acuado pela OPERAÇÃO
LAVA JATO que a cada dia chega mais perto da cúpula do poder, de direito e de
fato.
Apesar do sacrifício
imposto pelo governo ao povo brasileiro, o atual ajuste fiscal, incluindo uma verdadeira extorsão tributária, praticamente não vai
resolver a situação porquanto não vai `as raizes do problema do descontrole das
contas públicas , do aparelhamento da máquina pública pelos partidos da base
aliada, pela corrupção , a ineficiência do
governo e ao peso que a divida pública tem no agravamento desta crise.
Finalmente, outro
aspecto é a falta de rumo do governo e a
fraqueza da presidente, que com suas indecisões não consegue dar unidade ao governo e perde a cada dias o
apoio de sua base de sustentação política e parlamentar, podendo inviabilizar
completamente o exerício do poder e corre o risco de acabar sendo tutelada pelo
seu partido e por outras figuras que todos conhecemos. Não tem sentido um
ex-Presidente articular e comandar reuniões com minstros, parlamentares e
praticamente dar o rumo `as ações do
Governo. Um mandatário que abdica ou perde seu poder, acaba virando mera figura
decorative no processo politico e ajuda
a destruir as instituições e enfraquecer
a democracia.
JUACY
DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
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