AGRICULTURA URBANA E
PERIURBANA
JUACY DA SILVA
O mundo e os países, em
graus variados, enfrentam diversos desafios que devem ser encarados e
equacionados para que a população possa
desfrutar de padrões e qualidade de vida mais dignos. Dentre os inúmeros
desafios podemos mencionar como o mais agudo o crescimento demográfico,
considerando que a população mundial em maio de 2017 já chega a 7,5 bilhões de habitantes e as previsões indicam que em 2050 deverá
atingir nada menos do que 9,2 bilhões de habitantes.
Segundo estudos da ONU,
FAO e diversas instituições especializadas, universidades e pesquisadores, o consumo de alimentos per capita dia é de
0,6 kg. Considerando o tamanho atual da população mundial são necessárias 450
milhões de toneladas de alimentos por dia e nada menos do que 1,64 bilhões de
toneladas ano.Convenhamos este é um desafio e tanto e ao mesmo tempo a
oportunidade para que diversos setores movimentem a roda da economia local,
nacional e mundial.
Apesar de que
praticamente um terco dos alimentos produzidos no mundo não sejam consumidos
pela população e acabem no lixo e também contribuindo para a degradação
ambiental, o desafio de produzir alimentos continua presente na maior parte dos
países.
Outro desafio é a
questão ambiental, ou seja, estudos de organizações governamentais, não
governamentais e internacionais como a própria ONU, como aconteceu
recentemente no Encontro sobre Mundanças
Climáticas que resultou no Acordo de
Paris, do qual o Brasil é signatário,
tem demonstrado que as atividades humanas, principalmente as relcionadas com a
produção de alimentos , da forma como ocorre na atualidade, tem contribuido de
forma significativa para a produção de gases de efeito estufa, interferido na
vida do planeta, afetando negativamente a população, pelo impacto que gera no
uso do solo e sub solo, da água, através do uso indiscriminado de agrotóxicos,
pesticidas e fungicidas, afetando diretamente
a saúde humana.
Outro grande desafio,
que tem sido acelerado nas últimas tres décadas é a urbanização crescente. A
maioria dos países a cada dia está mis
urbanizada, vale dizer, um percentual maior da populaçao reside nas
cidades e estas crescem de forma acelerada e desordenada,
gerando inúmeros problemas como bem conhecemos, onde a especulação imobiliária
e as ocupações irregulares fazem parte desta paisagem urbana.
Verdadeiros latifundios
urbanos são formados, onde a terra é utilizada
como reserva de valor e epeculação imobiliária, onde obras públicas e outras ações dos
poderes públicos acabam contribuindo para a valorização dessas áreas em poder dos grupos
especuladores, sem que paguem pela valorização de suas propriedades. O Estado
acaba contribuindo para a formação de
capital em mãos de uma minoria em prejuizdo da maioria da população e das cidades.
No Brasil, como também
acontece em alguns outros países, com o advento do Estatuto das Cidades surgiu
o conceito de IPTU progressivo, uma forma de se combater a especulação imobiliária urbana e obrigar
que os proprietários de áreas sem utilização sejam forçados a cumprirem a
função social da propriedade.
Nete contexto, em
inúmeras cidades pelo mundo afora, inclusive
grandes cidades, regiões
metropolitanas e megalópolis tem surgido e proliferado experiências
exitosas de agricultura urbana e periurbana, como forma de melhor utilizar
essas áreas desocupadas, que na maior parte das vezes servem apenas para
depósitos de lixo, matagal que contribuem para incêndios urbanos e poluição.
Além de combater a
especulação imobiliária, a agricultura urbana e periurbana, contribui para a
produção de alimentos, principalmente
para as populações mais pobres e, ao mesmo tempo, contribui para a geração de
emprego e de renda. Neste ultimo caso, na medida que possibilita aos produtores
da agricultura urbaana e periurbana a economizarem, pois irão consumir parte da
própria produção e também comercializarem os excedentes.
Outro benefício da
agricultura urbana e periurbana é a
melhoria da qualidade dos alimentos produzidos, melhoria da qualidade de vida e da segurança alimentar,
ajudando a combater a fome que ainda está presente no Brasil e no mundo
e afeta mais de 842 milhões de pessoas.
Este assunto continua
em uma próxima oportunidade.
JUACY DA SILVA, professor
universitário, titular e aposentado UFMT,
mestre em sociologia, articulista e colaborador de Jornais, Sites, Blogs
e outros veículos de comunicação. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@projuacy
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