POR UMA NOVA AGENDA
VERDE
JUACY DA SILVA
Há 45 anos a ONU
estabeleceu que 05 de Junho deveria ser dedicado ao DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE
e, desde então, mesmo em meio a muitas resistências políticas, geopolíticas e,
principalmente econômicas, vários passos
já foram dados na direção do desenvolvimento sustentável, nova agenda da ONU chamada de Agenda 2030,
buscando um maior respeito em relação `a
natureza.
Como marcos desta
caminhada podemos mencionar a primeira conferência mundial do meio ambiente em
Estocolmo, no início dos anos setenta, depois a ECO 92, no Rio de Janeiro,
a Rio+20, também no Brasil, o acordo do clima de Kyoto e mais
recentemente o acordo de Paris e vários
outros protocolos e decisões das Assembléias Gerais da ONU, culminando com os
Objetivos do desenvolvimento sustentável, em que praticamente todos os países,
inclusive o Brasil passaram a ser signatários.
Em alguns países esses
compromissos nacionais ou regionais, como na Europa, tem avançado e em outros
a caminhada é bem mais lenta ou
até mesmo a resistência se faz presente como acontece no momento atual nos EUA,
o segundo país mais poluidor do planeta, só perdendo para a China, que ainda
caminha muito devagar.
No Brasil, que é o Quinto país mais poluidor do
planeta, a retórica , os discursos e as
leis, a maioria só de fachada, também não tem contribuido de forma
significativa para reduzir a degradação ambiental e os crimes ambientais
continuam sendo praticados `a luz do dia, como se costuma dizer, a
impunidade dos crimes ambientais só
perde para a impunidade dos crimes de colarinho branco, ou
seja, a corrupção, na maioria da vezes ambos estão juntos.
Para comemorar o DIA
MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE em 2017, na próxima segunda feira, a ONU estabelecceu como tema “Conectando as pessoas com a natureza”, representando um chamamento
individual e coletivo, local, regional, nacional e internacional para práticas
que resgatem as relações dos seres humanos com a natureza e desses entre si. A ênfase continua a mesma de anos e
décadas , é preciso reduzir o consumismo, que gera desperdício e estimula a destruição da natureza e a
degradação ambiental. Neste processoé de
fundamental importância a reciclagem, a economia circular, para que a redução de bens de consumo, o reuso e a transformação dos rejeitos ou do que
chamamos lixo possa novamente ser transformado em bens de consumo, sem os
impactos negativos sobre a natureza. É preciso produzir sem o uso abusive dos
agrotóxicos que estão envenenando as pessoas e destruindo a biodiversidade de
forma impiedosa.
Já é por demais
conhecido que a capacidade física do planeta terra em suportar uma população de
bilhões de pessoas, que deverá ultrapassar 9 bilhões em 2050, é limitada. Mesmo países como o
Brasil, que possui uma população que deverá chegar a mais de 250 milhões dentro
de algumas décadas, por ter um grande
território e outros recursos naturais abundantes, não pode se dar ao luxo de
ser o celeiro do mundo ou uma potência agrícola
e pretender alimentar o mundo com grãos, carnes, minérios, madeira e
outros produtos derivados ou extraídos da natureza.
Este modelo,
agroexportador, baseado na monocultura , no extrativismo que tem em sua pauta
de comércio exterior a troca de
bens primários por produtos acabados de
alta tecnologia, a longo prazo, como a nossa história tem comprovado, deixará
um grande passiva ambiental, como
acontece com a destruição do Cerrado ,
da Amazônia, do Pantanal; como no passado deixou suas marcas negativas na
destruição da Mata Atlântica, nos Pampas
e na Caatinga e no caos urbano.
Em boa hora a CNBB estabeceu como tema da Campanha da
Fraternidade deste ano “ Biomas
Brasileiros e a defesa da vida”, fazendo um chamamento aos católicos, demais
cristãos e não cristãos para defendermos a Casa Comum, o nosso meio ambiente,
demonstrando que práticas econômicas baseadas no lucro fácil e rápido, ao mesmo
tempo que favorecem uma minoria da população traz consquências que afetam
milhões, principalmente a grande maioria
da população brasileira, constiuida de excluídos política, econômica, social e
culturalmente.
É fundamental que,
mesmo em meio a esta grande crise econômica, financeira, moral e institucional
pela qual passa nosso país, possamos recolocar a questão ambiental na ordem do dia.
Precisamos, com urgência estabelecer uma
NOVA AGENDA AMBIENTAL verdadeira e não apenas baseada em discursos e mentiras
oficiais.
JUACY DA SILVA, professor universitário, UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites, blogs e
outros veículos de comunicação. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
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