TABAGISMO TAMBÉM MATA
JUACY DA SILVA
Hoje, 31 de Maio, para
a OMS Organização mundial de saaúde, é o
DIA MUNDIAL SEM TABACO. O tema da
campanha deste ano contra o tabagismo é “ TABACO:
UMA AMEAÇA AO DESENVOLVIMENTO”. Isto demonstra que este hábito deletério
que afeta a saúde dos fumantes e também de quem com eles convivem nas
residências, locais de trabalho e outros lugares, acaba levando a morte mais de
6 milhões de pessoas e 890 mil mortes de fumantes passivos mundo afora e aproximadamente
150 mil mortes no Brasi a cada ano.
No caso do Brasil o
tabagismo mata mais do que os assassinatos, estupros, feminicidios e acidentes
de trânsito em conjunto e nem por isso vemos tantas notícias na imprensa e
esses números absurdos nem causam pânico como a criminalidade que nos
atormenta.
Diante desses números e
outros que constam de relatórios tanto da OMS, quanto do INCA Instuto Nacional do câncer do Brasil e outras
instituições especializadas em vários países, indicam que os custos para
tratamento de pessoas que fumam e contrarem vários tipos de doenças é elevado,
chegando a mais de um trilhão de dólares, além dos custos econômicos como
ausências do trabalho, baixa produtividade e outras consquências.
Para a OMS o tabagismo é a maior ou principal causa de
mortes evitáveis, ou seja, milhões de
pessoas estão morrendo a cada ano quando poderiam viver no mínimo mais 10 ou 15
anos, demonstrando que os fumantes tem uma expectativa de vida muito menor do
que os não fumantes.
Segundo esses estudos a principal causa de morte tanto no Brasil quanto no
mundo são as doenças cardiovasculares e 25%
dessas mortes estão associadas ao
tabagismo. De forma semelhante todos os estudos indicam também que o câncer é a
segunda, terceira ou quarta principal causa de mortes, variando de acôrdo com
alguns países e que o câncer de pulmão é de alta letalidade. Segundo esses
estudos 90% das mortes de câncer de pulmão estão associadas ao tabagismo.
Apesar dos avanços que
tem sido feitos em diversos países, inclusive no Brasil, para restringir o tabagismo, desde o aumento dos tributos
sobre a produção de comercialização do Tabaco, como Leis que proibem o acesso
de crianças e adolescentes ao Tabaco, restrição do fumo em locais como escolas,
hospitais, restaurantes, transportes coletivos
e mesmo em escritórios, podemos notar que nos últimos dez anos tem caido
o percentual de fumantes em praticamente em todos os países.
No entanto, estima- se
que no Brasil, em 2014, nada menos do que 22 milhões de pessoas com 10 anos e mais seriam fumantes
e no mundo este número ultrapassa a mais de 200 milhões de pessoas. Enquanto os
governos pressionam para aumentar a
carga tributária sobre a produção e comercialização de cigarros e outros
produtos originários do Tabaco, as companhias produtoras de Tabaco investem
pesadamente em propaganda e lobby para continuarem produzindo , comercializando
e lucrando com as doenças, o sofrimento
e a morte de milhões de pessoas que
se tornam dependentes desta droga.
Da mesma forma que a
Bolívia protege e apoia os produtores da folha de coca, matéria prima para a
produção de cocaina, o Brasil financia oficialmente os produtores de fumo,
matéria prima para a produção da folha que é a matéria prima para a produção de
cigarros e outros produtos relacionados com o Tabaco. Algo estranho quando
desejamos combater o tabagismo.
Nos EUA as companhias que produzem cigarros e outros
produtos do Tabaco gastaram em 2015 mais de US$ 9,6 bilhões de dólares e o NIH
Instituto Nacional de Saúde investiu apenas US$ 233 milhões de dólares para pesquisas
relacionadas com o tabagismo, ou seja, 2,5% dos gastos com propaganda que
induzir a população a iniciar ou manter este hábito doentio.
No Brasil em 2014 o
Governo Federal arrecadou em torno de
seis bilhões de reais de impostos sobre o Tabaco e o SUS gastou mais de R$ 23 bilhões de reais com
tratamento e cuidados com dependentes do tabagismo e as doenças causadas pelo
tabagismo. Enquanto isto, a cada hora morrem 800 pessoas no mundo vítimas do
tabagismo.
Neste DIA MUNDIAL SEM TABACO é
fundamental que os dependentes do tabagismo e seus familiares, bem como as
autoridades e profissionais de saúde , tanto pública quanto privada, bem como
ONGs , clubes de serviços, escolas, universidades, enfim, a sociedade como um
todo reflitam mais profundamente sobre este desafio que temos diante de
nós.
Mesmo que a produção e
comercialização de cigarros e outros produtos do Tabaco sejam “legais”, isto
legalizados, isto não retira do tabagismo, como do alcoolismo e do uso e abuso
de outras drogas, inclusive medicamentos, o seu caráter de letalidade ou seja, TABAGISMO TAMBÉM MATA,
mesmo que lentamente esta dependência leva `a morte e com ela muito sofrimento
e altos custos econômicos e financeiros para os dependentes, familiares e a
sociedade em geral.
PARE
UM POUCO E REFLITA SOBRE ISTO!
JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado
UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites, blogs e outros veículos de
comunicação. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
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