DESENVOLVIMENTO, POBREZA E JUSTIÇA SOCIAL
JUACY DA SILVA
Neste domingo, 11 de
Novembro de 2018, é o inicio da II
JORNADA MUNDIAL DOS POBRES. Em todas as Igrejas Católicas ao redor do mundo,
onde mais de 1,3 bilhões de pessoas fazem parte da fé católica, aproximadamente
17,7% da população mundial, milhões de fiés estarão ouvindo sermões e orando em favor dos pobres.
Por iniciativa do PAPA
FRANCISCO, começando hoje e concluindo no próximo domingo, 18 de NOVEMBRO, considerado
o DIA MUNDIAL DOS POBRES, caberá a IGREJA não apenas voltar sua atenção e suas
orações aos pobres, como fez Jesus, mas fundamentalmente dar um passo adiante
no combate a pobreza, a fome e `a miséria, através de atos concretos como a
doação de alimentos, roupas e outros itens necessários a existência de uma vida
dígna.
A luta na defesa dos
pobres e o combate `a pobreza não estao circunscritas/os apenas em um dia ou
uma semana, é obra e compromisso de
todos os dias, por parte de quem sonha com um mundo melhor, um Brasil
melhor, onde a justiça social, a solidariedade, a fraternidade e a
sustentabilidade sejam os verdadeiros pilares do desenvolvimento.
No Brasil, a JORNADA
MUNDIAL DOS POBRES e as comemorações e ações no DIA MUNDIAL DOS POBRES, está a
cargo da CÁRITAS BRASILEIRA, por delegação da CNBB. Seguindo sua metodologia e
carisma a CÁRITAS destaca tres tipos de CARIDADE: a assistencial, que visa
atender situações de emergência, “dando pão a quem tem fome, água a quem tem
sede, roupa a quem esta nú e casa a quem está sem habitação”, a seguir vem a
CARIDADE PROMOCIONAL e , finalmente, A CARIDADE LIBERTADORA.
A Cáritas Brasileira assim destaca sua metodologia e a importância do combate a pobreza e exclusão social: “Dar o peixe, ensinar a pescar, pescar juntos! Hoje, a Cáritas Brasileira, em conjunto com todos os seus agentes, conseguiu integrar essas três práticas: do assistencial e emergencial (dar o peixe), para o promocional (ensinar a pescar), para o projeto de Desenvolvimento Sustentável Solidário endógeno, isto é, de dentro para fora (pescar juntos).”
Para a Cáritas
Brasileira, para a CNBB, enfim, para a Igreja Católica e diversas outras
igrejas/religiões, a caridade libertadora é o caminho mais efetivo e eficiente
para combater a pobreza, a miséria, a fome e a exclusão social e possibilitar a
inclusão dos pobres e da questão da pobreza na agenda politica nacional e
despertar/pressionar nossos governantes para a definição e implementação de
politicas públicas que promovam não apenas o desenvolvimento do país de uma
forma geral, mas tambem que os frutos desse desenvolvimento seja repartido de
forma equitativa, justa e sustentável com toda a população e não através de uma
enorme concentração de renda que gera pobreza e desigualdade.
Se e quando o “bolo”,
o PIB cresce, todos tem direito a uma fatia mais justa e não da forma atual em
que uns poucos barões da economia e os marajás da República se apropriam da
maior parte deste bolo, relegando mais da metade da população a uma vida
miserável que afronta a dignidade humana.
Ao finalizar esta reflexão destaco como a CÁRITAS BRASILEIRA se
reporta a sua metodologia ao combate `a pobreza, fome e miséria. “A caridade
libertadora só tem compromissos com a humanidade e com Deus, e alimenta a
liberdade de doar a vida, como amor humano que revela o amor a Deus e o amor de
Deus, em favor da libertação do próximo, seja cada pessoa, seja um povo, seja a
humanidade. Libertação que é um processo e que alcança e mexe com todas as
dimensões da existência. A caridade libertadora vê no pobre o explorado no seu
trabalho e procura despertar o cristão para a solidariedade na luta pelos seus
direitos.”
Oxalá, os católicos e adeptos de outras religiões que tem nos
pobres a centralidade de suas crenças e ensinamentos, possam aproveitar esta
semana dedicada aos pobres, não apenas para pequenas doações de dinheiro ou
bens materiais, mas para também despertar a consciência dos fiéis e,
principalmente, de governantes que se dizem cristãos, quanto `a
responsabilidade dos mesmos em ajudar nas transformações das estruturas
sociais, econômicas e polítcas iníquas que, em última análise, são as
responsáveis pelo surgimento e perpetuação da violência, pobreza, da miséria,
da fome e da exclusão social no Brasil e também nos demais país.
Este é o grande e único significado da II JORNADA MUNDIAL DOS
POBRES e do DIA MUNDIAL DOS POBRES.
JUACY DA SILVA, professor universitario,
titular e aposentado UFMT, meste em sociologia, articulista e colaborador de diversos
veiculos de comunicação. Email professor.juacy@yahoo.com.br
Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
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