II JORNADA MUNDIAL DOS
POBRES
JUACY DA SILVA
A
pobreza, principalmente a pobreza extrema, sinônimo de miséria, pode ser considerada
como o maior atentado contra a dignidade humana, pois além de privar as pessoas
de condições minimas de existência, incluindo formas como a fome endêmica, a
desnutrição que são responsáveis por mais de 800 milhões de pessoas que não tem
o que comer ao redor do mundo, também rouba a esperança de uma vida decente
para mais de 3,0 bilhões de pessoas em 2018, que são obrigadas não a viverem,
mas meramente sobreviverem com uam renda pessoal de menos de US$1,90 dolares
por dia, ou R$277,50 reais por mes, no caso do Brasil, onde mais de 9,9 milhões
de pessoas estão nesta condição.
Durante
a cúpula do milênio, realizada pela ONU no ano 2000; todos os 191 paises que
participaram da mesma firmaram um pacto para que até o ano de 2015 fossem
alcançados os chamados OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO, que, ao final
daquele ano foram substituidos pela AGENDA 2030, ou os OBJETIVOS DO
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
No
primeiro caso, em 2000 , foram definidos 8 grandes objetivos e em 2015, esses
foram subsituidos por 17 novos objetivos e 169 metas, para que os países que se
comprometeram com a AGENDA 2030 pudessem usar como balizadores para definirem politicas
públicas e ações visando alcançar um nível de desenvolvimento mais inclusivo e
menos excludente, como, lamentavelmente ainda hoje assistimos.
Na
vigência dos OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO, o objetivo número um
estabelecia como compromisso “Erradicar a pobreza e a fome”. Já na AGENDA 2030
foram estabelecidos tres objetivos que, se realmente perseguidos e alcançados, poderão
contribuir tanto para a eliminação da pobreza, mas também outros aspectos
relacionados com a mesma.
O
objetivo número um estabelece: “Erradicar
a pobreza. Acabar com a pobreza em todas as suas formas e em todos os
lugares”; o objetivo número dois estabelece: “Fome zero e agricultura sustentável. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e
melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”, já o objetivo
número dez estabelece: “reduzir as desigualdades dentro dos paises e entre
eles. Até o ano 2030, alcançar e sustentar o aumento da renda dos 40% mais
pobres da população, de cada país, a uma taxa de crescimento maior do que a média
nacional.
Diante
deste tremendo desafio, o Papa Francisco, em 2016 fez um apelo e ao mesmo tempo
tomou a decisão de criar a JORNADA MUNDIAL
DOS POBRES e o DIA MUNDIAL DO POBRE. A
primeira jornada ocorreu em 2017 e a segunda devrá acontecer neste ano , a começar
no próximo domingo, 11 de novembro e concluir exatamento no domingo seguinte,
18 DE NOVEMBRO, o DIA MUNDIAL DO POBRE.
No
Brasil existem mais de 9,9 milhões de pessoas que vivem ou melhor, sobrevivem, em
condições de pobreza absoluta ou pobreza extrema e mais de 70 milhões que vivem
na condição de pobreza, tendo em vista que além de desempregadas ou
subempregadas, tais pessoas não dispõem de renda suficiente para terem uma vida
digna, incluindo acesso a alimentação saudável, moradia digna, saneamento
adequado, serviços de saúde, enfim, milhões
de pessoas que vivem sem esperança de dias melhores para si ou para seus
filhos/as e familiares, que fazem parte
dos mais de tres bilhoes de pessoas no mundo que sobrevivem com renda diária menor
de que US$2,50 dólares ou no máximo 277,50 reais por mes.
Tanto
a ONU e seus organismos especializados, quanto outras instituições internacionais
e centros de pesquisas, incluindo universidades e deiversas igrejas/religiões
tem feito uma verdadeira cruzada para que o combate a fome, a pobreza e a
redução das desigualdades sociais e econômicas sejam banidas da face da terra, só assim
teremos paz e justiça como primados humanos.
Em
sua mensagem direcionada a II Jornada dos pobres, cujo tema é a citação do
Salmo 34,7 “este pobre grita e o Senhor o escuta”, o Sumo Pontífice assim se
expressa: “Este é o momento em que somos chamados a encontrar-nos com as
diversas condições de sofrimento e marginalização em que vivem tantos irmãos e
irmãs nossos/as que estamos habituados a designar pelo termo genérico de pobres”.
Oxalá,
nesta semana dedicada pela Igreja Católica aos pobres, passamos parar por um
momento e refletirmos com um pouco mais de amor, compaixão e nos indignarmos
contra as injustiças, o egoismo e formas discriminatórias que são os fatos
geradores da pobreza, da miséria e da fome e, por extensão seja , com certeza, a maior violência que continuamos
assistindo passivamente.
JUACY DA SILVA, professor
universitário, aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador
de diversos veiculos de comunicação. Twitter@profjuacy Email professor.juacy@yahoo.com.br
Blog www.professorjuacy.blogspot.com
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