QUEM AMA
NÃO AGRIDE E NEM MATA!
JUACY DA
SILVA
Hoje, 08 de Março, foi estabelecido pela ONU e por todos os
países como o DIA INTERNACIONAL DA MULHER, como forma de possibilitar conquistas e avanços na
busca de igualdade de oportunidades, de tratamento, de acesso `a justiça, pelo
fim da discriminação e, fundamentalmente
no combate a todas as formas de violência que as mulheres ainda estão
sujeitas em todos os países.
A violência contra a mulher se apresenta de várias formas,
desde a violência física, os espancamentos, assassinatos, a violência sexual,
como estupros, sexo forçado, mutilação genital de meninas, prostituição.
Existem outras formas de violência como a moral, com ofensas, a psicológica ou mental, com ameaças, bem como a violência no trabalho, a falta de
acesso aos serviços básicos de saúde.
Apesar dos “avanços”
conquistados pelas mulheres em vários países e de que o terceiro
objetivo do desenvolvimento do milênio, estabelecido pela ONU em 1990 com metas
para 2015, quando ficou definida a igualdade de gênero e o empoderamento das
mulheres, bem como diversas metas a serem conquistadas, a realidade aponta
que em vários países, inclusive no Brasil, ainda estamos longe de atingir uma
situação em que a dignidade intrínseca das mulheres e meninas seja algo
verdadeiro e concreto. Ou seja, ainda temos uma longa jornada pela frente e
pouco a comemorar!
Nos últimos anos a ONU, a União Européia e diversas outras
organizações públicas governamentais e não governamentais tem colocado uma grande ênfase no combate a todas
as formas de drisciminação contra a mulher
e a luta pela redução drástica e o fim de todas as formas de violência
contra as mulheres e meninas.
Em 1993, portanto há 20 anos, a ONU aprovou em Assembléia
Geral a Declaração sobre a eliminação da violência contra a mulher e definiu
que 25 de novembro seria a data estabelecida para marcar este compromisso.
Todos os países, inclusive o Brasil, se comprometeram a realizar esforços e
destinar recursos para o combater efetivamnte a violência contra a mulher.
Todavia, a maioria dos países, incluindo o Brasil, tem dado
uma grande ênfase nos discursos, propaganda e marketing governamentais do que ações e recursos mais
efetivos. Basta ver que o orçamento da União destina menos de 1% para os
programas voltados ao combate da violênncia contra a mulher, razão pela qual o
Brasil é o sétimo país onde mais mulheres
são assassinadas por ano, so perdendo na América do Sul para a Colômbia, que vive em Guerra civil há
décadas.
Entre os países do G20, o Brasil ocupa a nona posição onde as
mulheres e meninas têm o pior tratamento. Isto decorre pelo fato de que
existiam no Brasil em 2010 nada menos do
que 250 mil mulheres e meninas na prostituição, ou seja, vendendo seus corpos e
sendo abusadas sexualmente.
Segundo dados do Mapa da Violência, com destaque para a
violência contra mulheres e meninas, divulgado em 2012, com dados relativos a
2010, entre 1980 e 2010 foram
assassinadas 91.932 mulheres e meninas. As taxas de assassinatos de mulheres e
meninas por 100 mil do mesmo grupo passou de 2,3 em 1980, para 3,6 em 1990;
para 4,2 em 2000 e atingiu 4,4 em 2010.
Essas taxas indicam que a violência contra as mulheres e meninas em nosso país,
bem como todas as demais formas de violência, tem aumentado de forma assustadora,
apesar do governo insistir que a
situação está melhorando.
Na reunião geral da Comissão da ONU sobre o status da mulher
em 2012, (comissão esta criada em 1946), a representante do Brasil, Eleonora
Oliveira, Ministra para políticas da mulher do Governo Dilma,
falou sobre os “progressos” alcançados pelo Brasil no combate a pobreza,
a fome, miséria, Lei Maria da Penha,
etc, mas nada disse sobre os dados e situação da violência contra as mulheres e
meninas em nosso país. Simplesmente omitiu tais dados e a posição vergonhosa
que nosso país ainda ostenta no contexto mundial, apesar de sermos a sétima
maior economia do planeta.
Combater a discriminação, o tratamento de segunda ou terceira
categoria e a violência contra as mulheres deve fazer parte de uma grande
cruzada nacional, de verdade. Os grandes algozes das mulheres e meninas são
pessoas que convivem sob o mesmo teto ou
tem algum vínculo com as vítimas como conjuges, ex-conjuges, namorados,
ex-namorados, filhos e parentes.
Dai, o título deste artigo: Quem ama não agride e nem mata!
Para que a situação mude um grande esforço tem que ser feito tanto por
parte do Governo quanto da sociedade, com ações concretas e não apenas com
discursos e propaganda!
JUACY DA
SILVA, professor universitário, UFMT, mestre em
sociologia,colaborador/articulista de A Gazeta há mais de 18 anos.
Twitter@profjuacy Email professorjuacy.yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com
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