CONFERÊNCIA DO CLIMA
2015
JUACY DA SILVA
Na próxima segunda feira, dia 30 de novembro de
2015, terá início, em Paris, que há poucos dias sofreu mais um atentado
terrorista e vive sob um clima de medo, a tão esperada COP
21, Conferência do Clima, que tem como objetivo o estabelecimento de um
acôrdo global para controlar e reduzir
as emissões de gases de efeito estufa, que destroem a
camada de ozônio que protege a terra.
Esta conferência irá até o dia 11 de dezembro próximo e deverá contar com a presença de mais de 130 chefes de Estado e de Governo, várias delegações, dirigentes de organismos internacionais, incluindo o
Papa Francisco e o Secretário Geral da
ONU, cientistas, pesquisadores, ativistas, ambientalistas, enfim, milhares de pessoas
que estão preocupadas com as consequências das mudanças climáticas, na economia, nas
cidades, na elevação da temperatura dos mares e oceanos, no aumento
dos desastres naturais e até mesmo no
agravamento da pobreza e na produção de
alimentos, geração de energia, enfim, na
vida no planeta e nos destinos da espécie
humana.
Esta será a 21a
conferência das partes, ou seja, reunião anual da qual fazem
parte todos os países que
realmente desejam firmar acordos globais para enfrentarem um problema comum a todos. A responsabilidade, coordenação da COP-21
é da ONU, em parceria com a França
que aceitou sediar a mesma. Todos os países, inclusive o Brasil e também
diversas organizações não governamentais, cujas ações estão voltadas aos cuidados e preocupações
com o meio ambiente em geral e com as mudanças climáticas em particular deverão apresentar suas propostas, onde
incluem também diagnósticos sobre
o asssunto.
O objetivo central das
discussões, conforme documentos da ONU e
estudos apresentados por cientistas é que os países cheguem a um acordo
que permita a garantia de que o
clima no planeta não aumente além de 2% do que era no período da revolução
industrial, há mais de dois séculos e
meio, quando o processo industrial passou a emitir bilhões de toneladas
de gases tóxicos na atmosfera, chegando aos dias atuais em níveis insuportáveis pelo planeta, pelas
pessoas e demais seres animais e
espécies vegetais que estão em sério processo de desaparecimento.
O mundo está diante
de um grande paradoxo, `a medida que a população aumenta, em proporção bem maior
aumenta a demanda por alimentos e
outros bens e serviços para atender essas demandas, em escala bem maior do que ocorria
há cinco décadas, um século ou mais.
Durante mais de dois
séculos apenas os países industrializados , principalmente a Europa, Estados Unidos, Japão e Canadá
apresentavam padrões elevados de consumo, a grande maioria dos países,
subdesenvolvidos ou emergentes tinham padrões de consumo per capita e total em
escala bem reduzida.
Com a inserção desses países
no mercado de consumo global,
passou a existir uma pressão tanto para o desenvolvimento de processos
produtivos mais intensos, principalmente na indústria quanto na produção de
alimentos e matérias primas, acarretando
diversas formas de destruição do meio
ambiente, incluindo o desmatamento em
países tropicais, a incorporação de novas áreas para a agricultura, pecuária e extrativismo vegetal e mineral, acarretando a degradação
do solo, o assoreamento dos rios, lagos, queimadas e aumento da poluição e a
consequência direta deste pocesso foi e
continua sendo as mudanças climáticas.
Outro aspecto neste
paradóxo tem sido a questão da matriz
energética como base do processo de desenvolvimento, principalmente a industrialização, a produção de energia elétrica, o setor de transportes, a
produção e uso exagerado dos
agrotóxicos.
Existem dois grandes
vilões nas mudanças climáticas,
as duas maiores fontes dos gases de efeito estufa são o CO2 – gás carbônico;
e o gás metano. Nada menos do que
57% da produção de CO2 são decorrentes do uso de combustíveis fósseis:
carvão, petróleo e gás natural; e as
duas maiores fontes da produção do gás
metano são as atividades agrícolas e
pecuárias e a produção de lixo urbano e
de rejeitos industriais.
Enquanto o uso dessas
fontes poluidoras do planeta continuarem a receber incentivos fiscais,
econômicos, financeiros e creditícios dos governos e dos organismos financeiros
nacionais e internacionais, as fontes alternativas e limpas de energia não
conseguirão competir e torna-las mais viáveis.
Resumindo: os governos
da quase totalidade dos países incentivam fontes poluidoras de energia e um
processo econômico, principalmente as atividades industriais e agropecuárias que estão poluindo e destruindo o meio ambiente e
provocando mudanças climáticas e ao mesmo tempo mobilizam a população mundial para mudar esta equação. Voltarei ao assunto no deocorrer da COP-21.
JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre
em sociologia, articulista de A Gazeta.
Email professor.juacy@yahoo.com.br
Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
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