DESAFIOS DA BAIXADA
CUIABANA (IV)
JUACY DA SILVA
Dando continuidade `a
discussão sobre a importância de
uma metodologia a ser utilizada para a
elaboração de um Plano de
desenvolvimento estratégico integrado,
participativo e sustentável para
região da Baixada Cuiabana, onde
estão incluidos os municípios que
integram a Região metropolitana do vale
do Rio Cuiabá, em Mato Grosso, e os demais que compõem o chamado “colar metropolitano”, devemos ressaltar que outro requisito é um
diagnóstico da situação das administrações municipais, as quais são extremamente díspares, incluindo desde
municípios como Barão de Melgaço, Acorizal, Jangada, Planalto da Serra e Nova
Brasilândia que tem menos do que 10 mil habitantes, menores demograficamente do
que vários bairros de Cuiabá e Várzea
Grande; ou de municípios que tem população entre 10 mil e 20 mil habitantes como Nossa Senhora do
Livramento, Rosário Oeste, Nobres, Chapada dos Guimaraes e Santo Antônio do
Leverger ou como Poconé com mais de 32 mil habitantes.
Esses municípios tem
uma estrutura administrativa, fiscal,
orçamentária e financeira, bem como quadro de pessoal, inclusive de pessoal técnico,
extremamente diminuta, tornado a gestão
pública muito mais próxima de práticas tradicionais, empíricas, com baixa eficiência, eficácia e efetividade
do que de uma gestão moderna,com
alta tecnologia, ágil, transparente e que atenda melhor os moradores
e contribuintes. A arrecadação própria dessas prefeituras é diminuta tanto em
relação ao orçamento total da municipalidade quanto `as demandas e necessidades
da população, permanecendo muito dependentes dos repasses constitucionais como FPM, parcela do ICMS, convênios ou de parcerias público privadas. Os quadros ténicos são diminutos dificultando também o acesso desses municípios aos recursos
federais , estaduais ou internacionais,
por dificuldades ou impossibilidade de elaboração de projetos técnicos viáveis
econômica, financeira e orçamentariamente.
Diferente desses
municípios, as Prefeituras de Cuiabá, uma cidade com quase 600 mil
habitantes e Várzea Grande que conta com
praticamente 270 mil habitantes, além de orçamentos milionários e bilionários, são menos dependentes de recursos de fontes federais e estaduais e conseguem manter aguns serviços com a
chamada fonte 100. De forma semelhante, tais cidades possuem uma estrutura administrativa
mais complexa , quadros técnicos de alto gabarito e capacidade de gestão muito
mais profissionalizada.
Portanto, somente com
um diagnóstico aprofundado das administrações
municipais será possível
dimensionar a participação de
cada município na definição
e implementação de um Plano estratégico de desenvolvimento para a
região.
Ainda neste mesmo contexto,
é fundamental identificar os entes e
estruturas públicas, principalmente, qu atuam em cada município ou na
região como um todo, definindo-se
os espaços de cada ente e suas competências, bem como as áreas de
articulação, evitando-se duplicidade ou
superposição ou até mesmo conflitos
decompetência.
Durante mais de uma
década existiu um espaço
de discussão e tentativas de
artitculação entre Cuiabá e
Várzea Grande, os dois maiores centros urbanos do Estado, através do Aglomerado Urbano – Aglurb, com participação paritária dos dois
municípios e também câmaras técnicas que ofereciam
suporte ao planejamento de cada
município, sem que tivesse avançado até atingir
um plano de desenvolvimnto integrado para a área do Aglurb. Prova disso que quando da elaboração ou
reelaboração dos Planos Diretores participativos de Desenvolvimento para os municípios, com mais de 20 mil
habitantes, estimulados pelo Governo Federal
através do ministério das cidades
e sob a coordenaçao da SEPLAN/MT, tanto Várzea Grande quanto Cuiabá e
também Poconé elaboraram seus Planos Diretores, com metodologias quase semelhantes.
A idéia ,no caso de
Cuiabá, foi a elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento, com
horizonte de 20 anos a partir de 2006, com diretrizes estratégicas gerais,
eixos estratégicos de desenvolvimento,
estabelecendo que dentro de no máximo seis meses ou um ano, a partir da data da
aprovação da Lei Complementar que tornou
o plano diretor uma realidade legal, fossem
elaborados os planos setoriais, com o detalhamnto das ações para o
período mencionado.
Lamentavelmente, tanto a troca de prefeitos quanto `a ação desarticulada das agências responsáveis pelas obrras da COPA,
principalmente as de mobilidade urbana,
o açodamento nessas ações, trouxeram um
descrédito generalizado tanto por parte
da população quanto de gestores municipais
em relação a um planejamento de longo prazo,voltando-se novamente `as ações
pontuais, descontinuadas e a falta de perspectivas quanto ao futuro.
Cabe ressaltar a criaçao da Região Metropolitana e
também a existência do Consórcio de
Desenvolvimento Integrado dos municípios do Vale do Rio Cuiabá e também o Comitê de Bacia Hidrográfica da
margm esquerda do Rio Cuiabá, como entes que pretendem articular e modelar o
desenvolvimento da região, mas que nem sempre conseguem articular suas ações e
definirem seus espaços institucionais e de gestão pública.
O assunto continua nos
próximos artigos.
JUACY DA SILVA,
professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia,
articulista de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profju
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